segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

25 Insights Sobre o Futuro do Trabalho Pós-Covid

 


No último dia 9 de setembro, organizei um brainstorming com seis dos principais líderes de organizações do Brasil, dos setores de tecnologia, realidade virtual, real estate e venture capital.

As perguntas para discussão eram aquelas que todos querem responder hoje em dia: como será a nova forma de trabalhar e de estudar?

Na mesa, CEOs, conselheiros, sócios e investidores trataram de dores comuns e geraram uma “tempestade” de insights poderosos que, com certeza, serão sentidos na dinâmica das organizações nos próximos anos. São esses tópicos que compartilho com vocês.

Percepção do presente

Gestão de pessoas e trabalho remoto

  1. Onboarding de gente nova remota é um caos, dificuldade de passar a cultura é grande.

  2. Bill Gates diz que as viagens corporativas vão cair 50%. No período pré-pandemia, as companhias aéreas tinham sua ocupação na proporção de 70% para o segmento corporativo e 30% para viajantes a lazer.

  3. Outra percepção de Bill Gates compartilhada no grupo: ele diz que 30% do trabalho é remotizável, ou seja, pode ser feito de qualquer lugar!

  4. Há uma preocupação de fragmentação da cultura organizacional para os times que ficarem 100% no home office.

  5. Segunda a sexta-feira, 8h às 17h, de dentro dos escritórios não vai existir nunca mais. As empresas que estão obrigando as pessoas a voltarem dessa forma, estão tendo reclamações e já começam a perder gente boa.

  6. Em empresas de varejo com lojas físicas, construtoras com funcionários em obra, entre outras, as pessoas têm que ir trabalhar no local, não tem jeito.

  7. Para aumentar o senso de pertencimento, a estratégia dos kits está bombando: caneta, livro, caderno, meias, etc.

  8. Vale a criatividade e investimentos de integração, como a entrega de pizza para 50 pessoas ao mesmo tempo durante uma reunião virtual.

  9. O cuidado com a integração é relevante, ou pode-se conviver com perdas e alta de turn over, como no exemplo de um estagiário novo que ficou três meses na empresa e acabou saindo porque ficou esquecido. Não estava no campo de visão dos líderes e acabou ficando sem receber tarefas, e sem aprender!

  10. O ramp-up entre a contratação e o começo efetivo da produção está muito mais longo. Se, antes da pandemia, a geração da receita acontecia em três meses, agora está sendo em seis. Esse novo colaborador sente-se muito solitário; na pré-pandemia, os funcionários mais seniores podiam apoiar e ensinar no começo, ouvindo os calls ou levando em reuniões. Nos últimos meses, não está acontecendo.

  11. É preciso sair do modelo “comando e controle” para o de “liberdade e resultado”. Dar meta, ferramentas, possibilidade de ajuda e cobrar resultado. O uso da Salesforce, por exemplo, ajuda a medir como está o funil, o tempo no telefone, reuniões no Zoom, reuniões já marcadas no futuro, etc.

Saúde mental

  1. Sanidade mental: o RH (CEOs!) tem que colocar muita grana, porque tem muita gente “pirando”.

  2. As empresas estão fazendo meet ups sem o propósito de trabalhar, mas sim com o foco em humanizar as relações.

  3. Desenvolvedores: a produtividade explodiu, só que trabalham até esticar a corda demais. Já foi criada ferramenta de desenvolvimento colaborativo — entra todo mundo junto, tem alguma interação. Pode entrar como espectador também, para ver como estão trabalhando.

Remuneração e disputa por talentos

  1. Os brasileiros que ganham R$ 15k recebem proposta de empresas do exterior para U$ 10k, que são R$ 50k! Como solução: stock options.

  2. Major techs nos EUA alinharam os salários o com custo de vida de onde a pessoa passou a morar. Lá é possível reduzir salários.

Visão do futuro

Tecnologias que estão transformando o ambiente de trabalho

  1. Workpods: prédios espalhados com pods de trabalho. As casas têm muitas distrações, pouca estrutura, cadeiras inadequadas, etc. No workpod, é possível resolver essas contexto, e contam com alguns mecanismos positivos para empresas e pessoas, como horário de check-in, de check-out, etc.

  2. Horizon workroom: a possibilidade de levar o metaverso para o espaço de trabalho com o Horizon Workrooms, que permite ver ter a experiência completa de linguagem corporal do avatar, traz uma interação mais realista para ambiente de trabalho corporativo remoto. Os presentes concordam que, com a entrada do 5G, a experiência digital vai melhorar. 

  3. Neat traz mais qualidade para as reuniões hibrídas no Zoom. Um equipamento que enquadra cada uma das pessoas de uma mesa grande de reuniões, mesmo que a pessoa se mexa durante a reunião. Assim quem está na reunião de forma remota, enxerga todos adequadamente.

  4. Density IO: apoia o conceito de espaços flexíveis de trabalho, ao ajudar a otimizar o uso – recursos e investimentos – do espaço físico. Permite a análise do uso do espaço em tempo real a partir da coleta de dados de ocupação com uma câmera no ambiente, dimensionando a necessidade real de espaço de escritório.

Gestão de pessoas

  1. Pin People: a startup brasileira ajuda no onboarding, offboarding  e gestão das pessoas. A plataforma de people analytics analisa o sentimento e ajuda com ritos e símbolos, como allhands, 1:1. Emite aviso para o líder que não ligou para a equipe, etc. Monta cadeia de relacionamento do líder com quem está chegando.

Ambiente de ensino e aprendizagem

  1. Faculdades: para se diferenciar, tem que entregar ambiente e conteúdo. Como disponibiliza, e como prepara espaços físicos e virtuais, é o que está fazendo e vai fazer a diferença.

  2. Hubs de aprendizados: sala de reunião com whiteboard, lousa digital. Cena imersiva.

  3. Cursos: escola de ensino que se posicionar como híbrido vai levar mais mercado. Espaço físico será usado para cocriação, aula oral. E tecnologia para dar suporte ao ensino remoto.

  4. Escola pública: em um exemplo real, 40% está no presencial e 30% no remoto. Ou seja, 30% dos alunos abandonaram a escola!

Por: Joseph Teperman - https://revistahsm.com.br/

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

MITO - "Profissionais MADUROS Não Sabem Lidar Com Novas Tecnologias".


Um dos grandes MITOS do mercado de trabalho: 

"profissionais MADUROS não sabem lidar com novas tecnologias". 

  • Segundo quem? 

Até hoje, não vi qualquer estudo concreto e sério que sustente essa tese.

Mesmo assim, ela segue servindo de base para muitas empresas descartarem profissionais 40+. 

Também alimenta crenças limitantes que estimulam o preconceito de idade na nossa sociedade. 

  • Quer ver?
Estava respondendo alguns comentários de um post que publiquei aqui na rede sobre seniores e tecnologia quando me deparei com essa "peróla" aí no ultimo paragrafo

Dá pra acreditar que, em 2022, ainda há pessoas que acham que:
 "gente experiente não conhece tecnologias de ponta" e que, por isso, não podem trabalhar em startups?

Alô gestores, profissionais de RH, "startupeiros"

já passou da hora de acordar para o novo cenário do mercado! 

O aumento da longevidade não é mais uma "tendência", é uma realidade. 

Investir em intergeracionalidade é o melhor caminho para sua empresa. 

Não é mais apenas uma questão de recursos humanos. 

É uma questão de futuro do seu negócio!

Se você não sabe como reduzir o preconceito de idade na sua empresa, não tenha receio de me mandar uma mensagem privada. 

Mais 40+ pode te ajudar!

Em tempo: 

eu ainda estou aqui chocado com esse comentário aí da imagem, feito por um jovem etarista cujo nome preferi omitir para não constrangê-lo. 

Temos muito a avançar para acabar com o preconceito de idade no mercado. 

" Isso não tem nada a ver com etarismo mas simplesmente porque startups são empresa de tecnologia de ponta. E poucas gente mais experiente conhece tecnnologias."

Concorda comigo?

 Por: Stefan Ligocki - https://www.linkedin.com/in/stefanligocki/

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

O Legado de Elza Soares a Cultura Brasilileira


Elza Soares: a história da diva da música brasileira

Quando falamos da história cultural do Brasil, o samba é um dos protagonistas. Agora, quando o assunto é especificamente este estilo musical brasileiro, lembramos, de imediato, do legado de Elza Soares. Com sua voz inesquecível e coragem de “viver a vida”, no dia 20 de janeiro de 2022, a carioca nos deixou órfãos de um dos grandes nomes da música.

Trata-se de um personagem com qualidade e importância indiscutíveis naquilo que fez e que enfrentou de forma muito dura o machismo e o racismo. É a essa grande mulher, que virou purpurina (como ela mesma dizia em entrevistas), que deixamos a nossa homenagem. Veja a seguir!

O legado de Elza Soares

O legado de Elza Soares foi construído em muitos dias de luta. Nascida em 23 de junho de 1930, ela foi obrigada pelo seu próprio pai a se casar aos 12 anos de idade. Com 13, engravidou do primeiro filho, que não sobreviveu. Aos 15, veio o segundo, que também faleceu cedo demais.

Seis anos mais tarde, ela se tornou viúva do homem do qual herdou o sobrenome Soares. Aos 27 anos, ela já era mãe de cinco crianças. Tudo isso enquanto lidava com preconceitos por ser uma mulher negra em um espaço ocupado por homens brancos.

A voz que em defesa das minorias

Pense só, se hoje o racismo ainda mata e desrespeita pessoas negras, imagina nos anos 50. Com a visibilidade que teve, Elza deu voz às minorias: mulheres, negros, LGBTQIA+, todos eles foram, de certa forma, representados por meio das obras memoráveis da artista.

Em Lama, ela canta sobre empoderamento e a coragem de superar o passado. Em A Carne, do preconceito e da violência vivida por pessoas negras. Já em Maria da Vila Matilde, fala da violência doméstica sofrida no seu casamento com Garrincha, que será abordado aqui mais para frente.

É por conta do legado de Elza Soares enquanto pessoa que seu falecimento impacta tanta gente. Sua contribuição em vida vai muito além do universo da música, sendo sempre fundamental mostrar tudo o que ela representa, representou e vai representar.

O amor de Elza Soares

Vinda de uma família pobre, aos 13 anos, Elza viu um de seus filhos adoecer, logo quando a sua carreira musical começou. Na Rádio Tupi, ela participou de uma competição para conseguir comprar remédios para o seu filho e venceu a disputa!

Foi na emissora onde foi reconhecida pela primeira vez por seu talento. Mas, também, onde sofreu uma das várias violências que marcaram a sua vida. Em um programa de calouros conduzido por Ary Barroso, a jovem cantora foi criticada pelas suas roupas. “De que planeta você veio?”, do “Planeta Fome”, foi o que ela respondeu. Tanto que no álbum Planeta Fome, lançado décadas após o ocorrido, Elza conta dessa história e de várias outras lutas que viveu durante a sua carreira.

Família, amor e dor

Vale mencionar que, quando falamos do amor de Elza Soares, não necessariamente tratamos do amor romântico e sim de todas as suas formas, principalmente com a família. Infelizmente, dois de seus filhos morreram de fome. Uma de suas filhas foi sequestrada ainda criança por um grupo de amigos e só foi encontrada mais de uma década depois.

Junte isso ao seu relacionamento com Garrincha. Os dois se conheceram durante a Copa do Mundo de 1962, um dos pontos-chave de sua carreira. Foram 20 anos juntos, e, em todo esse tempo, a cantora foi acusada de destruir famílias e agredida por ser mulher.

O casamento de Elza Soares com Garrincha

Por mais que a própria Elza deixasse claro que era mais do que a ex-esposa do atleta, as histórias que impactam até hoje não podem deixar de ser citadas. Como ela mesma dizia, era uma relação de amor e ódio.

A verdade é que, na época, nem a mídia nem os fãs aceitavam bem a união entre os dois. Há, inclusive, relatos de um show em que ela foi impedida de se apresentar e teve que sair escondida para não ser agredida.

Mesmo depois de casados, o assédio contra a cantora se fazia presente. Dentro e fora dos palcos, a sua vida se complicava. A união gerou um filho que, aos 9 anos, faleceu em virtude de um acidente. Elza tinha que enterrar mais uma de suas crianças enquanto era vítima de violência doméstica, provocada por um marido alcoólatra.

Embora tenha se apresentado com um dente quebrado uma vez, foi só após se separar que a cantora contou as agressões que sofria. Divorciada, em luto e perseguida pelas pessoas, ela quase desistiu da sua carreira. Foi Caetano Veloso que lhe deu forças para seguir no universo da música.

O sucesso de Elza Soares

Antes de entrar nas conquistas profissionais de Elza Soares, precisávamos passar pela sua intensa história fora dos palcos. Justamente porque muitos desses fatos influenciaram parte das canções e foram eternizados em letras memoráveis. Separamos algumas delas abaixo!

  • Se Acaso Você Chegasse

Apesar de ter começado a carreira aos 13 anos, foi só em 1959 que Elza Soares gravou o seu primeiro disco, Se Acaso Você Chegasse. A destacável faixa-título é um samba tradicional, inspirado pelo jazz e pelo soul, e marcou o seu primeiro sucesso.

  • Eu Sou a Outra

Em 1965, ela canta Eu Sou a Outra, música que fala do seu relacionamento com Garrincha de forma irônica e mostra indiretamente o que eles viveram.

  • A Carne

A clássica A Carne, de 2022, é uma obra que eterniza o sofrimento de pessoas negras. “A carne mais barata do mercado é a carne negra”. Com a composição, ela expôs toda a questão racial vivida no Brasil.

  • Língua

Nos anos 80, sua carreira estava abalada. Foi quando Caetano a convidou pessoalmente para cantar Língua. Isso abriu portas para outros artistas importantes a chamarem para trabalhar, como Lobão e Zé Miguel Wisnik, mantendo o foco de Elza em fazer música.

  • Maria da Vila Matilde

Anos após o fim do relacionamento com Garrincha, Elza cantou sobre a violência que viveu. Mais do que isso, em Maria da Vila Matilde, ela fala sobre a lei Maria da Penha e as agressões que várias mulheres sofrem diariamente.

Os prêmios de Elza Soares

Retornando ao passado, em 1999, dois fatos foram marcantes para a história e legado de Elza Soares. Primeiro, a rádio BBC elegeu a carioca como a “cantora brasileira do milênio”. Depois disso, ela caiu do palco em um show e precisou passar por uma cirurgia na coluna, o que dificultou seus movimentos. Tanto que nos anos finais de vida, a cantora fazia os seus shows sentada.

2002 foi quando ela recebeu a sua primeira indicação ao Grammy. O disco Do Cóccix Até o Pescoço teve contribuições de Caetano Veloso, Chico BuarqueCarlinhos Brown e outros nomes ícones da música brasileira. Inclusive, impulsionou várias turnês da cantora pelo Brasil e pelo mundo.

Em 2015, lançou o disco A Mulher do Fim do Mundovencedor de Grammy Latino e eleito um dos dez melhores álbuns de todos os tempos. O projeto fala sobre negritude, sexo e outros assuntos que fizeram parte de sua vida.

Elza Soares sempre será um ícone

A história de Elza Soares é marcada por momentos felizes e tristes, de luta. É inegável a sua contribuição na luta contra o machismo, a violência contra a mulher e o racismo. 

Isso sem falar que ela é uma referência do samba, da MPB e de vários outros ritmos brasileiros. Infelizmente, aos 91 anos, a artista veio a óbito por causas naturais.

Ao longo deste conteúdo, elencamos alguns fatos que fizeram parte da sua trajetória. Do casamento forçado aos prêmios conquistados, todos esses acontecimentos contribuíram para a formação do legado de Elza Soares, eternizado entre nós.

Esperamos que você tenha entendido um pouco mais sobre este grande nome que o Brasil perdeu. 

Descanse em paz, Elza!

Por Ayllana Ferreira - https://m.cifraclub.com.br/

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

SAF: Clubes de Futebol Podem se Tornar Empresas

No dia 09/08 deste ano, foi publicada no Diário Oficial da União a Lei nº 14.193/2021, que institui a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e dispõe, dentre outros temas, sobre normas de constituição, governança, controle, transparência, meios de financiamento da atividade futebolística e um regime tributário específico, além de alterar as Leis nº 9.615/98 e 10.406/02.

A lei foi criada com a intenção de estabelecer a modernização do atual marco regulatório, no afã de propiciar melhor desenvolvimento dos agentes econômicos da indústria do futebol, hoje bastante combalida devido à grave crise que assola os clubes. 

Porém, há coerentes críticas em relação à nova legislação, sobretudo por inviabilizar um regime de tributação mais atrativo do que o existente para as associações.


O momento pelo qual a indústria atravessa é resultado do modelo de propriedade vigente na maioria dos clubes, bem como do seu frágil sistema de exercício de poder. 

Com a nova lei, os clubes podem seguir um padrão de empresa, com responsabilidades mais claras a seus administradores e titulares que exercem o controle da entidade.


SAF poderá ser constituída via operação societária de transformação, ou ainda por meio da cisão do departamento de futebol dos clubes, com a consequente transferência de suas operações relativas ao futebol, podendo a SAF participar normalmente dos mesmos campeonatos que o clube anterior. 


Essa inovação é de considerável importância, pois otimiza o patrimônio da empresa nascida e eleva o número de potenciais investidores a entrarem nesse mercado, em razão da maior atratividade do fundo de comércio mais valiosa da empresa recém-constituída.


Não há necessidade de anuência prévia dos credores preexistentes para o desfecho das operações societárias em questão. 


A exceção seria estar disposto de modo diverso em negócio jurídico entabulado entre o clube de futebol e seu credor, o que destrava sensivelmente a efetivação de operações societárias afins, mediante o selo de legalidade contra possíveis questionamentos judiciais; que certamente viriam e, na prática, inviabilizariam essa engenharia societária, em prejuízo da melhoria do ecossistema como um todo.


No campo da governança corporativa, ressalte-se que Lei 14.1913/21 determinou que a SAF emitirá obrigatoriamente ações ordinárias de "CLASSE A" para subscrição exclusiva da agremiação

Enquanto o clube detiver 10% do capital votante, ou mesmo do capital social total da SAF, determinadas deliberações operações societárias somente poderão ser realizadas mediante a anuência do clube.


Ainda no campo da governança, o clube também possuirá direito de veto sobre as matérias definidas nos incisos do §4º do art. 2º da lei, dentre as quais, alteração da denominação, modificação dos signos identificativos da equipe de futebol profissional, incluídos símbolo, brasão, marca, alcunha, hino e cores, além da mudança da sede para outro Município.

Tais medidas são de oportuno equilíbrio e se adequam aos desígnios da razoabilidade, ainda mais no contexto de uma sociedade que vislumbra o futebol como um bem de inegável e relevante valor de nosso patrimônio cultural.


Além disso, o acionista controlador da SAF não poderá deter participação, direta ou indireta, em outra Sociedade Anônima do Futebol. Caso o acionista disponha de 10% ou mais do capital votante ou total de uma determinada SAF (sem a controlar), e também participe do capital social de outra SAF, este indivíduo não terá direito de voz nem de voto nas assembleias gerais, tampouco participará da administração dessas companhias, diretamente ou por pessoa por ele indicada.


Dessa forma, constata-se que a lei dispõe de diversos mecanismos para evitar qualquer tipo de propriedade cruzada ou influência estranha aos interesses desportivos de determinado clube de futebol, preservando a integridade e a competividade inerentes à prática do esporte.


No campo da responsabilidade patrimonial, em princípio, a SAF não responde pelo prazo de dez anos às obrigações do clube que a constituiu, anteriores ou posteriores à data de sua constituição, exceto quanto às atividades específicas do seu objeto social, respondendo pelas obrigações que lhe forem transferidas no protocolo de cisão. 


O pagamento aos credores (preexistentes ou posteriores) do clube à data de sua constituição está limitado às receitas próprias e às que lhe serão transferidas pela SAF, nos termos da lei.


Enquanto a SAF cumprir com os repasses previstos em lei, é vedada qualquer forma de constrição ao patrimônio ou às suas receitas para pagamento das obrigações anteriores à sua constituição. Após o prazo de dez anos, a Sociedade responde subsidiariamente pelas dívidas trabalhistas e cíveis, nos limites dos repasses previstos em lei.

Nesse cenário, assevere-se que a SAF pode acessar mecanismos próprios de financiamentos e investimentos, como atração de fundos de investimentos, lançamento e subscrição de ações ou até mesmo a abertura do seu capital em bolsa, o que sem dúvida criará mais atrativos para as competições nacionais. Ganham os clubes e stakeholders que operam nesse mercado que, se bem gerido, também gera ganhos para o Estado brasileiro, com uma maior arrecadação de impostos num futuro próximo.


Por fim, do ponto de vista da insolvência, passa-se agora a ser plenamente viável requerer recuperação extrajudicial ou judicial, sem que seja dado qualquer tipo de contrapartida aos clubes de futebol - e é aqui que talvez resida a maior perda de oportunidade da legislação recém-positivada - ao deixar de criar importante sistema indutivo para que os clubes de futebol se movam rumo à modernização tão desejada pela lei. Idêntico raciocínio aplica-se em relação ao chamado Regime Centralizado de Execução recém-positivado.  


O erro pode ter sido fatal para que o atual sucateamento da indústria permaneça e não opere o desejado efeito.


Por Arthur Rodriguez, advogado, e Vitor Lopes, sócio; da Villemor Amaral Advogados

quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Me Fale Sobre Você: Saiba como responder esta pergunta na entrevista

 


A entrevista de emprego é um processo que gera tensão e ansiedade para muitos candidatos.

O nervosismo fica ainda mais intenso quando o recrutador diz para o candidato “me fale sobre você”.

Esse é um pedido unânime entre os recrutadores e faz parte de um processo de avaliação simples para saber mais sobre o candidato.

Mas, para muitas pessoas que estão em busca de uma vaga de trabalho, essa pergunta não é nada simples de responder.

Muitos candidatos sofrem com essa pergunta e têm dúvidas sobre o que falar. Essa é a etapa do processo que mais pode prejudicar o candidato devido ao nervosismo e dificuldade para responder tal indagação.

Em vista disso, especialistas no assunto fizeram um compilado de dicas sobre como lidar com essa situação.

Reunimos as principais dicas sobre o que o entrevistador realmente quer saber quando pede para que você fale mais sobre sua vida.

O que o entrevistador quer saber com essa pergunta?

Responder o famoso “me fale sobre você” pode ser algo difícil, pois existem respostas clichês que podem tirar pontos do candidato.

Os recrutadores esperam que o candidato seja honesto em sua resposta, pois se trata de uma pergunta aberta.

Geralmente, essa pergunta é feita no início da entrevista. Desta forma, sua resposta terá um grande valor para a primeira impressão do entrevistador sobre você.

Mas, saiba que ao fazer tal pergunta, o recrutador também está avaliando seu poder de resposta rápida e como você consegue sintetizar informações.

Essa pergunta pretende avaliar as palavras utilizadas, a forma como você se expressa, e é claro, todo o conteúdo do que está sendo revelado.

Como responder “Me fale sobre você”?

É importante esclarecer que não existe uma resposta certa ou uma fórmula que pode ser aplicada em todas as entrevistas de emprego.

O ideal é saber se posicionar em sua fala e agregar valor para uma boa primeira impressão.

Desta forma, reunimos algumas dicas que tendem a ajudar na estrutura e em toda a contextualização de sua resposta:

  • Responder essa pergunta em um minuto ou dois, não exceda esse tempo de resposta.
  • Mantenha o foco em falar sobre suas conquistas e experiência profissional.
  • Fale brevemente sobre hobbies, passatempos que são importantes em sua vida.
  • Veja essa resposta como uma apresentação rápida, algo simples.
  • Fale o mínimo possível sobre os detalhes pessoais.
  • Procure palavras simples e corretas, não use gírias e palavras chulas.

O recrutador deseja saber o que um candidato tem que possa agregar à empresa, àquela vaga em específico.

Sendo assim, você pode mencionar as seguintes proposições:

  • Fale sobre suas experiências.
  • Demonstre que você é uma pessoa que sabe o que quer e deseja muito a vaga.
  • Esclareça a importância desta vaga para sua carreira.
  • Fale sobre sua motivação ao chegar até a empresa.
  • Explique como sua presença pode agregar para a empresa.

Exemplos de respostas para a pergunta “Me fale sobre você”

Agora que você já conhece a importância desta pergunta na entrevista e como responder, vamos aos exemplos!

Exemplo 1:

Primeiro, agradeço por fazer parte desta entrevista, pois essa é uma oportunidade muito importante para mim. Bom, sou formado(a) pela Universidade X e trabalhei na empresa Y. Lá, aprendi muito sobre o setor e trago conhecimentos intrínsecos que poderão agregar junto à empresa. Também trabalhei na empresa Z e vivenciei o dia a dia do setor de Vendas, tudo visto na prática.

Exemplo 2:

Se tivesse que optar por uma única experiência que tenho e que agregue a essa vaga, diria que foi trabalhando com a empresa X. Sei que as experiências podem somar forças e moldar um profissional de diferentes formas, mas saiba que estou disposto a me adaptar a todas as nuances desta vaga. Eu me comprometo a trabalhar todos os aspectos intrínsecos que atendem a essa vaga.

Exemplo 3:

Nas horas vagas gosto de me entreter com filmes, séries e ouço bastante música. Pratico o esporte X. Já viajei para o (país, estado ou região) Y e aprendi mais sobre a cultura daquele povo. Sou bilíngue e domino o inglês.

Exemplo 4:

Não tenho experiência profissional neste setor porque ainda não tive essa oportunidade. Entretanto, me preparei bastante para assumir esse cargo por meio dos estudos e estou ciente que posso lidar com os desafios propostos. Essa é uma grande oportunidade de pôr em prática tudo que aprendi em sala de aula e nas horas que estudei em casa.

Exemplo 5:

Sai de casa para essa entrevista e me senti novamente em casa ao adentrar os portões da empresa, pois todo esse acolhimento me tranquiliza. Realmente é uma empresa magnífica, cativante e tive essa impressão logo no primeiro minuto. Essa é uma das maiores oportunidades profissionais do setor e desejo construir carreira nesta área de Marketing ao ser contemplado com a vaga.

“Me fale sobre você” na redação

Uma redação de processo seletivo segue as regras de uma entrevista verbal, mas com a vantagem de você poder pensar melhor e “medir” bem as palavras que irá usar.

Se você tiver que trabalhar o tema “fale sobre você” em uma redação, você terá mais tempo para pensar em todas as palavras que descrevem seus pontos altos, principalmente os profissionais.

Imagine que você pode trabalhar bem todos os aspectos do que será falado sem a pressão de resumir isso em voz alta ao ser indagado.

Mas, é fundamental seguir as regras básicas de uma redação dissertativa e seguir o tema proposto.

Como responder esta pergunta numa redação?

Em relação à estrutura da redação, divida este texto em três partes: começo, meio e conclusão.

Na primeira parte, faça uma apresentação sobre você e comece a abordar os principais pontos de sua carreira.

Siga falando mais sobre você, sobre como suas experiências podem somar para a empresa ao longo da segunda parte.

Dedique uma ou duas frases para falar um pouco sobre passatempo.

Guarde para a conclusão o que mais te cativa ao procurar preencher a vaga ofertada e como você é o candidato ideal que a empresa está procurando.

Seja coerente e verdadeiro com as palavras, não use gírias e utilize letras legíveis.

Concluindo

Para colocar todas essas dicas em prática, também é interessante que você treine com antecedência.

Treine suas respostas e esteja preparado para responder à temida pergunta “me fale sobre você”, seja durante a entrevista ou em uma redação.

Copiado: https://carreirafacil.com/