sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Como Está Sua Memória?


O cérebro é um órgão altamente especializado e complexo. O treino do cérebro deve ser constante, de modo que, consigamos acumular cada vez mais informações e evitar aqueles velhos esquecimentos sem motivo aparente.

O estresse, ansiedade, insônia, má alimentação, sedentarismo podem contribuir para o surgimento desses episódios de esquecimento.

Lembro de uma vez que eu estava em uma live, respondendo uma pergunta e no meio da resposta, me deu um "branco". Eu simplesmente não lembrei do que eu estava falando.

Naquela semana eu tinha dormido muito mal, com criança doente e acúmulo de atividades para fazer e todo esse cenário de cansaço contribuiu para acontecer esse fato isolado.

Assim como acontece em entrevistas de emprego em que as pessoas ficam muito nervosas e não conseguem fazer uma boa apresentação. 

É necessário treinar, respirar fundo e se concentrar na tarefa a ser realizada.

O neurologista Christiano Tanuri do Hospital Albert Einstein, menciona que: 

“O funcionamento cerebral, no que diz respeito ao aprendizado e memória pode ser melhorado pela repetição dos atos e das tarefas a serem aprendidas, assim como técnicas que estimulem a concentração e foco para que a atenção na tarefa a ser aprendida seja retida em nossa memória de maneira mais fácil e consolidada”.

Ele cita algumas técnicas que podem ser implementadas para esse "treino" do seu cérebro:

- Tente aprender um novo jogo ou atividade que nunca tenha tentado antes;
- Ao invés de usar o relógio no pulso esquerdo use-o no pulso do braço direito;
- Troque o mouse do computador de lado;
- Escolha uma frase pronta e tente formar uma frase diferente utilizando as mesmas palavras;
- Tente ler uma revista de cabeça para baixo, concentrando-se
em detalhes que não costuma reparar;
- No final do dia, tente se lembrar do que você fez de maneira cronológica e o mais detalhadamente possível.

Estes são exercícios que você pode fazer para exercitar sua memória. Entretanto, em caso de esquecimentos constantes e persistentes, procure um médico especialista.

Copiado: https://www.linkedin.com/in/aline-sousa-headhunter/

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Etarismo pode impactar negativamente a saúde, o desempenho cognitivo e a qualidade de vida das pessoas


 Etarismo é a discriminação contra indivíduos ou grupos etários com base em estereótipos associados à idade. O etarismo é um tipo de preconceito e pode assumir muitas formas, desde atitudes individuais até políticas e práticas institucionais que perpetuam a discriminação etária.

O termo etarismo foi usado pela primeira vez pelo gerontologista Robert N. Butler para descrever a discriminação contra adultos mais velhos. No entanto, o conceito evoluiu para ser frequentemente aplicado a qualquer tipo de discriminação com base na idade, quer envolva preconceito contra crianças, adolescentes, adultos ou idosos.

Manifestações de preconceito com base na faixa etária são relatadas em diversas situações do cotidiano. No campo do trabalho, por exemplo, o etarismo pode levar a disparidades salariais ou a uma maior dificuldade de encontrar emprego.

etarismo afeta adultos mais jovens, que podem ter dificuldade em encontrar emprego e, muitas vezes, recebem salários mais baixos, sob a justificativa de que são menos experientes. Enquanto isso, adultos mais velhos podem ter problemas para conseguir promoções, encontrar um novo trabalho e mudar de carreira.

Problema deve ser tratado com seriedade

American Psychological Association sugere que o preconceito de idade é uma questão séria, que deve ser tratada da mesma forma que a discriminação baseada em gênero, etnia ou orientação sexual, por exemplo. A organização aponta a necessidade de aumentar a consciência pública sobre os problemas que o preconceito de idade cria pode ajudar. À medida que a população de idosos continua a aumentar, encontrar maneiras de minimizar o etarismo é cada vez mais importante.

Dados do Baltimore Longitudinal Study of Aging sobre as atitudes relacionadas à idade de 440 pessoas com idades entre 18 e 49 anos demonstram que ter estereótipos negativos de adultos mais velhos foi associado a um risco aumentado de doença cardiovascular anos depois. No estudo, 25% das pessoas que tinham estereótipos negativos tiveram um ataque cardíaco 30 anos depois, e apenas 13% das pessoas com opiniões positivas sobre os idosos tiveram o mesmo destino.

Os participantes do estudo que mantinham estereótipos mais negativos sobre adultos mais velhos tiveram um declínio 30% maior em sua memória 40 anos depois, em comparação com pessoas que viam a velhice de forma mais favorável. Os participantes pontuaram na faixa de demência em um teste cognitivo quando sob ameaça de estereótipo, em comparação com 14% dos participantes do teste que não estavam sob a ameaça.

O preconceito relacionado ao etarismo também tem sido associado à perda auditiva, diminuição da vontade de viver, menor participação em atividades preventivas, menor percepção de saúde funcional, recuperação insuficiente após o infarto agudo do miocárdio e até redução da longevidade.

Como podemos combater o etarismo?

Enfrentar a discriminação etária exige uma nova compreensão do envelhecimento por todas as gerações sobre essa fase da vida. Essa compreensão precisa contrariar conceitos desatualizados de pessoas mais velhas como fardos e reconhecer a ampla diversidade da experiência da velhice, as desigualdades do preconceito etário e demonstrar disposição para perguntar como a sociedade pode se organizar melhor.

As ações que podem ajudar a combater o preconceito etário incluem:

  • Realização de campanhas de comunicação para aumentar o conhecimento e a compreensão do processo natural da vida entre a mídia, o público em geral, os legisladores, os empregadores e os prestadores de serviços;
  • Legislar contra a discriminação contra pessoas mais velhas (ou muito jovens);
  • Garantir uma visão equilibrada do envelhecimento seja apresentada na mídia;
  • Conscientização sobre o etarismo e suas consequências nas escolas e na sociedade em geral.

Impactos do etarismo no bem-estar e no estilo de vida das pessoas

Em um estudo publicado no periódico The Gerontologist, os pesquisadores observaram como as pessoas mais velhas eram representadas nos grupos do Facebook. Eles encontraram 84 grupos dedicados ao tópico de adultos mais velhos, mas a maioria desses grupos foi criada por pessoas na casa dos 20 anos. Quase 75% dos grupos existiam para criticar ou debochar de pessoas mais velhas, e quase 40% defendiam proibi-los de atividades como dirigir e fazer compras.

Os adultos mais velhos também sentem o impacto do etarismo no local de trabalho. De acordo com a US Equal Opportunity Commission, quase um quarto de todas as reclamações apresentadas por trabalhadores estão relacionadas à discriminação com base na idade.

A organização AARP relata que 1 em cada 5 trabalhadores nos Estados Unidos tem mais de 55 anos. Quase 65% dos trabalhadores dizem que sofreram discriminação com base na idade no trabalho e 58% dos entrevistados afirmaram que o etarismo se tornou mais aparente para eles pós os 50 anos.

Etarismo prejudica desempenho de adultos mais velhos em tarefas cognitivas e físicas

Quando os adultos mais velhos são vistos como deficientes cognitivos ou físicos, eles apresentam desempenho abaixo de suas habilidades nas tarefas. Esta foi a conclusão de um artigo de revisão recente de Sarah Barber, pesquisadora de psicologia e gerontologia da Georgia State University.

Grupos estigmatizados, seja por causa da raça, da classe social ou da idade, têm um desempenho pior quando são confrontados com estereótipos negativos, segundo a pesquisadora. Ela descobriu que as expectativas dos outros podem desempenhar um papel importante no desempenho dos adultos mais velhos em tarefas cognitivas e habilidades motoras, como dirigir.

A pesquisa revela que cerca de 17% por cento dos indivíduos com 50 anos ou mais enfrentam etarismo nos consultórios médicos e cerca de 8% temem que seu médico os esteja avaliando negativamente por causa da idade. Essa sensação de discriminação pode levar os idosos a um desempenho inferior nos testes cognitivos que recebem e levar a uma maior desconfiança dos médicos, maior insatisfação com os serviços de saúde, pior saúde física e mental autorreferida e índices ainda mais elevados de hipertensão.

Etarismo afeta desempenho físico de adultos mais velhos

Esses efeitos de ameaça do estereótipo também podem afetar o desempenho físico. Os adultos mais velhos costumam ser estereotipados como lentos, fracos, fracos e frágeis, de acordo com a pesquisadora. Em estudos de laboratório, a ameaça do estereótipo também pode levar a uma caminhada mais lenta e a uma força de preensão mais fraca para adultos mais velhos.

Segundo Barber, as pessoas que têm atitudes positivas sobre o envelhecimento vivem mais, têm melhor função de memória e se recuperam mais facilmente de doenças. Por isso, é fundamental garantir que os estereótipos baseados na idade sejam eliminados. Afinal, uma transformação na maneira como enxergamos as pessoas mais velhas e suas capacidades parece não ser somente uma questão de respeito e ética, mas também de qualidade de vida e saúde pública.

Copiado: https://www.ecycle.com.br/etarismo/

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

ENQUETE A PROFISSIONAIS DE ADMINISTRAÇÃO.


 Prezados colegas, profissionais da Administração! 

O objetivo dessa enquete aqui, é ouvi-los: 

Você acredita que o Sistema CFA/CRAs cumpre com a sua finalidade específica de fiscalização e registro, evitando, desse modo, a investida de profissionais de outras áreas em nossas funções privativas?

a) sim

b) não


Com o advento da PEC 180, voltou-se ao debate da necessidade de órgãos de classe no Brasil. 

Isto é, com eles, no Brasil, o foco, segundo alguns especialistas e, até mesmo, legisladores e governos, haja vista a própria PEC, está na reserva de mercado, enquanto nos Estados Unidos, Japão e Europa, o foco está no zelo profissional e no consumidor. 

Você prioriza? 

a) zelo profissional, foco no consumidor

b)reserva de mercado

O Governo Federal enviou ao Congresso Nacional uma mensagem solicitando a retirada da tramitação da Proposta de Emenda à Constituição no. 108, de 2019. em julho, 2021.


POR: CESAR OLIVEIRA - https://www.facebook.com/cezar.oliveira.33

terça-feira, 26 de outubro de 2021

Quem é o Administrador Judicial na Recuperação e Falência?


Em uma recuperação judicial, as partes integrantes mais amplamente divulgadas pela mídia são o devedor e seus respectivos credores. 

Há, no entanto, outra figura que possui função essencial para os resultados do processo: o administrador judicial. 

Anteriormente denominado “síndico”, o administrador judicial possui função análoga a de um gestor comum, mas sua posição está mais próxima da investigação do que do gerenciamento do negócio.

“O administrador judicial é fundamental em um processo de recuperação, na medida em que possui uma série de tarefas específicas definidas na Lei 11.101/05. Em caso de qualquer impedimento do administrador, um outro deverá ser designado e, somente com a sua presença, o processo poderá prosseguir”, destacou Vicente Normande, sócio do escritório Jairo e George Melo Advogados Associados.


Tendo a posse legal de extratos, contratos e outras informações da empresa em questão, a função exata do administrador judicial é a de fiscalizar os atos do devedor e de fazer com que o plano de recuperação judicial seja cumprido da forma como fora acordado entre o juiz, os credores e o empresário. 

Se o plano necessitar de alguma modificação, essa também será elaborada e comunicada pelo administrador, sendo todos os seus atos fiscalizados e aprovados pelo juiz do caso e também por um comitê de credores.

Algumas funções específicas do administrador:

  • Verificar os créditos dos credores;
  • Informar, mediante correspondência, sobre o pedido e o deferimento do processamento da recuperação;
  • Exigir da recuperanda e apresentar aos credores as informações necessárias;
  • Consolidar o quadro-geral de credores;
  • Requerer convocação de assembleia-geral de credores;
  • Apresentar relatórios mensais das atividades da empresa, dentre outras.

Na falência, o administrador judicial toma para si uma posição diferenciada: ele passa a administrar a massa falida, “assumindo” de vez o lugar do proprietário.

Quem pode ser administrador judicial?

A escolha é feita pelo juiz do caso, o qual, quando acredita ser necessário, elege uma pessoa física ou jurídica idônea, preferencialmente proveniente das áreas de Advocacia, Economia e Administração. 


A remuneração do administrador também é determinada pelo juiz e paga pela empresa devedora. 

O administrador judicial é o primeiro a receber, antes de todos os credores, inclusive os trabalhistas.


Copiado: https://jairoegeorgemeloadvogados.jusbrasil.com.br/

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

GESTÃO PROFISSIONAL: a Importância da Administração para o Empreendedorismo


É impressionante como a questão do empreendedorismo tem sido fomentada nacionalmente. Virou um “modismo”. 

Todavia, paradoxalmente aos resultados sociais e econômicos positivos decorrentes, também se observa que a mortalidade empresarial continua inadequadamente elevada, o que demonstra, nitidamente, que a questão empreendedora não tem sido empresarialmente tratada de forma tecnicamente adequada.

E o que está faltando? 

Está faltando tratar o empreendedorismo à luz da ADMINISTRAÇÃO PROFISSIONAL. 

É a administração que estuda e se envolve sobremaneira com os negócios, desde a sua concepção, implantação até o seu desenvolvimento, gestão e execução, não importando o mercado, o tamanho e o tipo da atividade econômica a ser explorada. 

Não existe nenhum aspecto, nas abordagens e na vasta literatura sobre empreendedorismo, que não esteja de alguma forma vinculada à administração.
Assim, empreender nos dias de hoje, desprovido dos conceitos e das ferramentas da administração, tem sido uma enorme temeridade para os negócios e justifica, em grande parte, a elevada mortalidade empresarial no Brasil, que hoje oscila entre 59% a 60% até os quatro anos de vida. 

É outra contradição, pois se de um lado somos um país com uma das mais elevadas taxas de empreendedorismo do mundo – 7o lugar no ranking mundial segundo o Global Entrepreneurship Monitor/GEM – do outro temos uma das maiores taxas de mortalidade empresarial do mundo. Mas as contradições não param por aí.

O GEM revela ainda que o Brasil ocupa o 2o lugar neste ranking mundial em ausência de políticas corretas e facilidades para abertura de negócios e apoio oficial ao empreendedorismo, ou seja, em dificuldades para empreender, e 90% dos empresários acha que o ambiente brasileiro é demasiadamente hostil e inadequado para empreender. Ou seja, além de “modismo” o empreendedorismo no Brasil é visto com um “alardeamento demasiadamente festivo”, onde muitos brasileiros e brasileiras já perderam tudo o que tinham: reservas, bens, crédito e esperança numa vida melhor.

Convém lembrar que em negócios não há mais espaço para aventuras e amadorismos, muito menos para atender a determinados “apelos” que têm conclamado as pessoas para empreender e a embarcar numa viagem sem volta. 

Negócios precisam ser administrados profissionalmente, desde a sua concepção, com um business plan bem elaborado no sentido de avaliar previamente a viabilidade econômica e financeira do negócio, até a sua execução, bem como, de verificar, a priori, as competências empresariais e de administração necessárias.

Neste contexto cabe ainda fazer referência a outros dados impressionantes do GEM. No Brasil, 98% dos empreendedores afirmam que utilizam processos e tecnologias já conhecidas e, 80% deles mencionam que seus produtos não são novos aos consumidores. Ou seja, o nível de inovação empreendedora é extremamente baixo. Isso nos remete a uma outra questão relevante: o INOVADORISMO. 

Inovadorismo? 

Sim, o inovadorismo é uma combinação de inovação com empreendedorismo, onde a velocidade e o grau da inovação têm uma relação direta com o atendimento da expectativa de resultados positivos e com a competitividade dos negócios. 

Dependendo da velocidade e do grau de inovação, os empreendimentos poderão ser de três tipos: 

  • (i) pioneiros (com alta lucratividade e competitividade); 
  • (ii)seguidores (com média lucratividade e competitividade); 
  • (iii) tardios, que são a maioria (com baixa ou nenhuma lucratividade e competitividade e inviáveis).

Em síntese e de forma conclusiva, seja pela ótica do empreendedorismo ou do inovadorismo, uma coisa é inquestionável: ambas devem estar sob o abrigo conceitual e técnico da ADMINISTRAÇÃO PROFISSIONAL

Num ambiente hostil e paradoxal como o nosso, onde o empreendedorismo é nutrido fortemente por um “empreendedorismo de necessidade” e não por um “empreendedorismo de oportunidade”, a administração torna-se essencial e vital, para que os empreendimentos sejam mais bem elaborados na sua concepção, tenham um maior grau de inovação, sejam posicionados de forma mais competitiva e lucrativa, tenham uma estrutura de capital compatível para o financiamento dos seus ativos e, também, que tenham avaliadas, a priori, as competências empresariais essenciais inerentes, visando lhes auferir uma maior sustentabilidade e longevidade.

Por: Mauro Kreuz - https://lucroativo.com/

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

O PERDÃO


O perdão incondicional no mundo atual é muito raro. 

Além de não perdoar com facilidade as ofensas de parentes e amigos, encontramos impedimentos enormes para a sua prática, no que se refere aos inimigos.

O orgulho é de tal ordem que basta um familiar cometer um deslize qualquer para ficarmos furiosos.

Em vez de desculpar a fragilidade moral do infeliz e procurar lhe dar apoio para suavizar as punhaladas do remorso, ficamos a atirar pedras. 

Pedras do desprezo, da indiferença, sem medir as consequências de tal atitude.

Conta o escritor John Lageman um fato contemporâneo. Ocorreu com um ex-presidiário, que sofreu na alma a incompreensão e o abandono dos seus familiares, durante todo o tempo em que esteve recluso numa penitenciária.

Os seus parentes o isolaram totalmente. 

Nenhum deles lhe escreveu sequer uma linha. 

Nunca foram visitá-lo na prisão durante a sua permanência lá.

Tudo aconteceu a partir do momento em que o ex­-presidiário, depois de conseguir a liberdade condicional, por bom comportamento, tomou o trem de retorno ao lar.

Por uma coincidência que somente a Providência Divina explica, um amigo do diretor da penitenciária se sentou ao seu lado.         

Por ser uma pessoa sensível, identificou a inquietação e a ansiedade na fisionomia sofrida do companheiro de viagem e, com gentileza, lhe falou:

O amigo parece muito angustiado! 

  • Não gostaria de conversar um pouco? 
  • Talvez pudesse diminuir o desconforto.

O ex-detento deu um profundo suspiro e, constrangido, falou:

Realmente, estou muito tenso. Estou voltando ao lar. 

Escrevi para minha família e pedi que colocasse uma fita branca na macieira existente nas imediações da estação, caso tivesse me perdoado o ato vergonhoso.

Se não me quisessem de volta, não deveriam fazer nada. Então eu permanecerei no trem e rumarei para lugar incerto.

O novo amigo verificou como sofria aquele homem. 

Ele sofreu uma dupla penalidade: a da sociedade que o segregou e a da família que o abandonou.

Condoeu-se e se ofereceu para vigiar pela janela o aparecimento da árvore. 

A macieira que selaria o destino daquele homem.

Dez minutos depois, colocou a mão no braço do ex­-condenado e falou quase num sussurro:

Lá está ela!

E mais baixo ainda, disse:

Não existe uma fita branca na macieira!

Fez uma pausa, que parecia uma eternidade e falou novamente:

... A macieira está toda coberta de fitas brancas.

A terapia do perdão dissipou, naquele exato momento, toda a amargura que havia envenenado por tanto tempo uma vida humana.

O pobre homem reabilitado deixou que as lágrimas escorressem pelas faces, como a lavar todas as marcas da angústia que até então o atormentara.

*  *  *

A simbologia das fitas brancas do perdão incondicional deve ficar gravada em nossa mente. Deve nos lembrar sempre as palavras de Jesus:

Aquele dentre vós que estiver sem pecado, atire a primeira pedra.

Quem de nós não necessita de perdão? Quem já não errou, se equivocou, faliu?

A própria reencarnação é, para cada um de nós, o perdão incondicional de Deus, a nos oferecer uma nova chance para o resgate dos débitos e retomada do caminho, do aprendizado sem fim.

Copiado: Revista Presença Espírita, nº 155, ed. LEAL.

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

O Negacionismo das Empresas e os Programas de Compliance


Muitas organizações ainda negam a importância dos programas de compliance. Elas não conseguem enxergar a existência de um problema, crise ou risco que podem redundar em prejuízos financeiros ou reputacionais. 

Negacionismo virou a palavra da moda desde o início da pandemia. Confesso que era uma palavra que quase não escutava antes desta grave crise global iniciar em 2020. 

Negar a existência de um problema, crise ou risco tem sido um “modus operandus” comum nestes quase dois últimos anos. 

Quando negamos alguém ou alguma situação, deixamos de reconhecer a existência deste individuo ou do problema fático. 

Literalmente, foi quase excluído do dicionário da língua portuguesa a antiga e sabia expressão: contra fatos não existem argumentos!

Se os indivíduos e empresas negam a existência dos fatos, não adianta nem perder tempo tentando trazer argumentos inteligentes e saudáveis. A conversa irá terminar antes de iniciar, pois, segundo os negacionistas, o fato não existe. 

A mesma premissa pode ser aplicada para muitas empresas que ainda negam a importância de implementar um programa de compliance. 

Tais empresas não conseguem enxergar o problema, a crise tanto financeira, quanto reputacional.

Situações fáticas de ilegalidade e/ou falta de integridade podem estar sendo compartilhadas nas mídias sociais e televisão quase o tempo todo, mas a resposta que a sociedade irá obter será o desconhecimento que a ilegalidade e/ou falta de integridade existiu.

O Brasil passou por duas catástrofes ambientais terríveis, com milhares de mortes e, até agora, ninguém foi punido. Os fatos existiram, mas a reação da empresa foi de negação: desconheço os fatos, mas tenho um programa de compliance implementado. 

Outro exemplo a ser citado vem de um grande varejista – que depois do espancamento de um cachorro e morte de um cidadão em suas dependências – agora está diante da morte de um funcionário por desvio de função. Qual a resposta?  

Desconheço os acontecimentos, mas tenho programa de compliance implementado.

Fica a grande dúvida: por qual motivo as empresas negacionistas informam que tem um programa de compliance implementado? Como dizem os jovens atualmente: “Para sair bem na foto!” Ou seria uma forma de tentar se defender daquilo que a própria empresa negou existir. 

Existem dois tipos de programas de compliance: os efetivos e os que estão simplesmente no papel. 

Não existe zona cinzenta quando pensamos nos pilares desses programas. Todos os pilares têm que ser fielmente cumpridos, principalmente o apoio da Alta Administração e a autonomia do compliance Officer.

Poucas empresas têm programas efetivos

Na prática, observamos que são poucas as empresas no mundo que possuem programas de compliance efetivos. Basta entrar no website do Departamento de Justiça dos Estados Unidos e observar quantas empresas já foram multadas mais de uma vez. 

Tem casos de a mesma empresa ter sido multada mais de cinco vezes e nada muda. O programa continua não efetivo.

Na realidade mudam os executivos de compliance, mas são mudanças realizadas para que as coisas permaneçam do mesmo jeito. Não existe o real compromisso por jogar diferente. 

Sempre fizemos assim e demos lucro. Por qual motivo temos que mudar? As regras são feitas para serem quebradas, dizem outros. 

O medo da mudança tem sido maior que a vontade de inovar e ser disruptivo, pois não garante os bônus de finais de ano.

Com quase dois anos de pandemia, com o triste fim da Lava Jato, o termo negacionismo será uma constante na vida empresarial e pública. 

Infelizmente, estamos vivendo em tempos muito estranhos, no qual o jargão “vida que segue” se tornou o negacionismo ainda mais evidente e manifesto no Brasil.

Copiado: https://lawinnovation.com.br/Patricia Punder

terça-feira, 19 de outubro de 2021

Home Office não é para todos, dizem especialistas


Trabalhar em casa sempre foi o sonho de muita gente. A liberdade de atuar no conforto do lar sempre pareceu curiosa, reluzente e, para muitas pessoas, impossível. Pelo menos, até o mundo ser tomado pela pandemia da Covid-19. 

O gravíssimo surto do novo coronavírus acelerou o processo de digitalização e modernização de muitas empresas, que precisaram mover as operações para a casa dos funcionários. Foi aí que muita gente saiu de um modelo tradicional de trabalho presencial para o formato de home office que, em muitos casos, veio mesmo para ficar. 

O problema é que, com as limitações necessárias por causa da circulação do vírus, não havia para onde fugir depois do expediente. Era do quarto para a sala, da sala para a cozinha, da cozinha para o banheiro... A hora do café ficou mais solitária e silenciosa, e passou a ser mais difícil se desligar e se desconectar do ambiente corporativo e profissional. 

Reprodução/Twitter
Reprodução de tweet

Foi quando percebeu-se uma bifurcação: sem grandes válvulas de escape, muitas pessoas começaram a ter dificuldades para trabalhar, como falta de foco e concentração, e muitas outras se envolveram desmedidamente no trabalho, em alguns casos até mesmo dobrando suas jornadas. 

Ellen Gomes, de 21 anos, passou por tudo isso. A jovem, que trabalha com Bioinformática no Departamento de Genética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, em São Paulo, sempre atuou de forma presencial até março de 2020, que de um jeito ou de outro mudou a vida de todos nós. "Eu achava um ambiente muito monótono. Tinha dificuldade de concentração ou excesso de foco e, às vezes, ficava trabalhando até muito tarde. Sinto que no home office tudo se mistura e não dá pra separar muito bem os horários, pelo menos pra mim", conta.  

Como bióloga, a falta do trabalho presencial teve mais um agravante. "Eu trabalho em um lugar bem arborizado e, nos intervalos de cafezinho, a vista é bem bonita, o que já dá um descanso mental. Isso é uma coisa que me incomodava também. No meu micro apartamento, os cômodos são apertados e eu não conseguia ver nenhum verde além das minhas plantinhas, o que me deixava triste".  

Atualmente, Ellen está trabalhando de forma híbrida: presencialmente três vezes por semana e dois dias em casa. Mas o desejo é voltar ao 100% presencial o mais rápido possível, inclusive por causa da qualidade do que faz. "Acredito que, como em vários outros tipos de trabalhos, o meu demanda uma certa troca de conversas e ideias, que eu não consigo ter no home office. Além de que, no laboratório, todo o ambiente é feito exclusivamente para que você consiga focar e tenha tudo o que precise".  

Foto: Arquivo Pessoal
A bióloga Ellen Gomes sente falta de estar todos os dias no escritório

"Parece que eu trabalho da hora que acordo até a hora de dormir"

A advogada carioca Marcia Almeida Leão passa pelas mesmas situações. "Eu realmente não gosto de home office. Acredito que a questão do ambiente de trabalho seja algo relevante pra mim. Eu sou mais produtiva no escritório. Talvez pelo fato de que, lá, minha única preocupação é o meu trabalho, enquanto que em casa eu acabo me atentando a diversas outras coisas", diz. 

Marcia ressalta que, muitas vezes, as tarefas do trabalho se confundem com as da casa, o que atrapalha o desenvolvimento do seu ofício. "Tem também a questão de não existir um horário de fim de expediente. Parece que em home office o trabalho se duplicou e eu trabalho da hora que acordo até a hora de dormir, o que não acontecia no escritório físico, onde eu chegava às 8h30 e saía às 18 horas pra ficar livre o resto do dia". 

Ela também trabalha em casa desde março de 2020 e só deve voltar a atuar 100% presencialmente a partir de janeiro de 2022, após todos os funcionários da empresa estarem vacinados com as duas doses. "Estou bem ansiosa para voltar e poder me concentrar melhor e de maneira mais eficiente nas minhas tarefas diárias. Acredito que, como antes, vai ser difícil, até porque o escritório vai adotar o sistema híbrido e vai ser difícil ter toda a equipe junta todos os dias", diz a advogada, que vê na vacinação uma esperança para que todos os colegas de trabalho se aproximem, como era antes. 

"Ninguém estava preparado para ter um escritório ou uma escola dentro de casa"

A posição do presidente do Conselho Federal de Administração (CFA), Mauro Kreuz, é firme: casa não é lugar de se trabalhar. "O lar é um local para descansar, curtir amigos e família e, de repente, tornou-se um ambiente múltiplo e as pessoas começaram a acumular funções. Ninguém estava preparado para ter um escritório ou uma escola dentro de casa. Isso não é normal! A casa não foi feita para abrigar tantas ocupações", diz.  

Kreuz lembra que, embora essa modalidade já fosse praticada antes da pandemia, tudo mudou com as limitações necessárias por causa do isolamento social. Afinal, as pessoas precisaram ficar somente em casa, quando estudos sociológicos apontam a necessidade das relações presenciais. "Crianças, por exemplo, quando expostas em demasia a telas, ficam mais propensas a desenvolverem distúrbios alimentares, déficits de atenção e outros problemas", explica o administrador. 


Citação
A tecnologia possibilitou essa nova realidade, mas é possível ter a mente sã nesse cenário? Creio que não
Mauro Kreuz, presidente do Conselho Federal de Administração (CFA)

Nessa realidade tão desafiadora, é importante lembrar que os empregadores têm responsabilidade sob a manutenção da saúde mental de seus funcionários. "As empresas precisam ser sensíveis quanto a isso e promover mecanismos para que estes colaboradores, uma vez em home office, não sejam tão afetados psicologicamente. De que forma? Estabelecendo novas metas, flexibilizando os horários de trabalho e melhorando a comunicação".  

Outro ponto abordado por Kreuz é a criação comitês para o acompanhamento da saúde dos funcionários. Ele defende que, ao menor sinal de que algo pode não estar indo bem, é preciso que haja acolhimento e disponibilidade, enxergando cada colaborador não como uma máquina, mas como um ser humano. 

Divulgação/Conselho Federal de Administração
Mauro Kreuz defende que as empresas flexibilizem os horários e melhorem a comunicação

Sinais de alerta que indicam esgotamento

A psicóloga Beatriz Sabrina Soares Martins concorda com Kreuz. "A organização deve estar bem preparada para dar o suporte necessário quando é definido o regime de trabalho. Algumas empresas têm oferecido serviços de apoio psicológico aos funcionários e esse tipo de serviço tem sido muito eficaz tanto para tratamento psicológico quanto também para apoio nos planejamentos da estrutura profissional", conta a profissional, que atua em psicologia organizacional e clínica. 

Psicóloga organizacional Beatriz Sabrina Soares Martins dá dicas para identificar quando algo não vai bem

A jovem, que tem 29 anos e vive em Atibaia, São Paulo, também tem sofrido com o seu "tempo de tela": "Tudo tem que ser resolvido online ou no WhatsApp e eu sinto que essa comunicação é péssima. Às vezes, eu preciso de respostas rápidas ou mais detalhadas e acho esse ponto bem precário. Ficar muito tempo olhando para telas é cansativo", desabafa Bruna, que tem recorrido mais às boas e velhas ligações para tirar dúvidas e obter respostas com mais agilidade.  

Insegurança financeira

E é claro: muitas vezes, o home office deixa os funcionários "no escuro", onde abundam os mais diversos receios e incertezas. Além disso, os gastos domésticos de quem trabalha em casa também aumentaram, o que trouxe e ainda traz muita preocupação. 

O bancário Daniel Constantini, 35, por exemplo, conta que ficou um ano e sete meses em home office. De início, foi ótimo pela segurança. No entanto, a insegurança de determinados serviços financeiros começou a atacar a sua ansiedade. "Os meses foram passando e meus gastos em casa com energia, principalmente com o meu computador pessoal, que eu nem utilizava com tanta frequência, foram aumentando".  

Além disso, o trabalho também ficou prejudicado por questões técnicas. "Aí vieram os problemas de conexão, pois no meu caso o computador precisa abrir sistemas de segurança para funcionar. Então a gente acorda cedo, liga tudo, mas por causa do sistema acaba entrando atrasado em atendimento", diz. Outra questão levantada por ele é a comunicação com colegas para realizar determinados serviços, que foi muito dificultada. 

Pequenas grandes dicas

Para quem está em home office e continua com essas e as mais variadas possíveis dificuldades, a psicóloga organizacional Beatriz Sabrina Soares Martins dá algumas práticas e simples, mas que podem ajudar: 


Citação
Percebo que, quando trabalho presencialmente, volto mais animada, porque a minha casa vira lugar de descanso e parece mesmo que estou descansando
Bruna Brito, fotógrafa e gestora de mídias sociais

Bruna Brito tem 29 anos e vive em Atibaia, São Paulo. Ela também tem sofrido com o seu "tempo de tela". "Tudo tem que ser resolvido online ou no WhatsApp, e eu sinto que essa comunicação é péssima. Às vezes, eu preciso de respostas rápidas ou mais detalhadas, e acho esse ponto bem precário. Ficar muito tempo olhando para telas é cansativo", desabafa Bruna, que tem recorrido mais às boas e velhas ligações para tirar dúvidas e obter respostas com mais agilidade.  

Insegurança financeira

Muitas vezes, o home office deixa os funcionários "no escuro", quando abundam os mais diversos receios e incertezas. Além disso, os gastos domésticos de quem trabalha em casa também aumentaram, o que trouxe e ainda traz muita preocupação. 

O bancário Daniel Constantini, de 35 anos, por exemplo, conta que ficou um ano e sete meses em home office. De início, achou ótimo pela segurança. Mas, com o passar do tempo, o aumento nos gastos começou a gerar ansiedade. "Os meses foram passando e meus gastos em casa com energia, principalmente com o meu computador pessoal, que eu nem utilizava com tanta frequência, foram aumentando".  

Além disso, o trabalho também ficou prejudicado por questões técnicas. "Aí vieram os problemas de conexão, pois no meu caso o computador precisa abrir sistemas de segurança para funcionar. Então a gente acorda cedo, liga tudo, mas por causa do sistema acaba entrando atrasado em atendimento", diz. Outra questão levantada por ele é a comunicação com colegas para realizar determinados serviços, que foi muito prejudicada. 

Pequenas grandes dicas

Para quem está em home office e continua com dificuldades, a psicóloga organizacional Beatriz Sabrina Soares Martins dá algumas práticas e simples, mas que podem ajudar: 

Um dos fatores principais para a preservação da saúde física e mental no regime de trabalho home office é o planejamento da rotina

Não é um momento fácil, tampouco uma realidade simples e jubilosa. No mundo de 2020 e 2021, a máxima que diz "todos aqueles que você conhece estão lutando uma batalha da qual você não sabe nada sobre" nunca foi tão real. Mas, os indícios apontam que já podemos voltar a ter esperança novamente e que o pior já passou. Portanto, no trabalho e fora dele, é vital que cada pessoa se conheça e, principalmente, se respeite, para que as forças sejam mantidas e resistam até que tudo volte ao (novo) normal.

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