Os Autos e Folguedos que celebram o natal fazem parte da
cultura do Maranhão e compõem o ciclo natalino que acontece do dia 24 de
dezembro a 06 de janeiro, em homenagem ao nascimento do menino Jesus.
Os autos se manifestam pelo canto, pela dança, pelo teatro e pela
música, compondo uma cena teatral dos momentos que antecedem o
nascimento de Jesus em Jerusalém, com personagens que representam
países, animais e profissões. As manifestações folclóricas natalinas
surgiram na Idade Média e chegaram ao Brasil através dos jesuítas no
século XVI, com o objetivo de catequizar os indígenas.
Com os passar dos anos e com a miscigenação do povo brasileiro, mudanças ocorreram e cada região ganhou um jeito novo e particular de participar dos autos e folguedos.
Com os passar dos anos e com a miscigenação do povo brasileiro, mudanças ocorreram e cada região ganhou um jeito novo e particular de participar dos autos e folguedos.
No Maranhão, os autos chegaram com os
primeiros imigrantes portugueses no século XVII e ainda hoje representam
a herança simbólica de um povo e seu patrimônio cultural. Acontecem com
maior frequência na baixada, principalmente, nos municípios de Cedral,
Cururupu, Guimarães, Matinha, Mirinzal, Penalva, Porto Rico do Maranhão e
Viana.
Em São Luís, os grupos são uma extensão dos grupos existentes na baixada, pessoas nascidas nessa região que trouxeram para São Luís a tradição dos pastores ou pastoril, reis ou reisado e caretas, assim como presépios ou lapinhas e outros rituais complementares, como a queimação de palhinhas. Todos fazem parte do ciclo natalino, mas com características próprias que compõem e abrilhantam os autos e folguedos no natal.
Em São Luís, os grupos são uma extensão dos grupos existentes na baixada, pessoas nascidas nessa região que trouxeram para São Luís a tradição dos pastores ou pastoril, reis ou reisado e caretas, assim como presépios ou lapinhas e outros rituais complementares, como a queimação de palhinhas. Todos fazem parte do ciclo natalino, mas com características próprias que compõem e abrilhantam os autos e folguedos no natal.
- Pastoril: é uma encenação cujo tema principal é o aviso que o anjo Gabriel dá sobre o nascimento de Jesus Cristo. O auto está dividido em três atos, representados, de modo geral, apenas por meninas na faixa etária entre 7 e 17 anos. Eventualmente, podemos encontrar um grupo que utilize um menino na figura do personagem Caçador. Típico da região Nordeste, os participantes dançam e cantam nas ruas ou em teatros representando os mais diferentes personagens, tais como o pastor guia, os pastores mestres, a florista, a cigana rica, as borboletas, a primavera, entre outros. Geralmente, os grupos de Pastor saem à meia-noite do dia 24 de dezembro e estendem suas apresentações até o dia de Reis, 6 de janeiro.
- Reisado: é uma festa realizada na véspera e no Dia de Reis, 6 de janeiro, retratando a visita dos três Reis Magos ao Menino Jesus. Em São Luís, é conhecido como Reis, podendo ser chamado de Reisado em outros lugares. Trata-se de um cortejo composto por dois cordões, tendo como personagens principais o rei e a rainha. Alguns grupos possuem dois reis e duas rainhas e acrescentam outros personagens, como anjos, lua e estrela. O grupo sai para visitar as casas das localidades à qual pertence acompanhado de uma pequena orquestra e os seus participantes usam roupas coloridas e chapéus.
- Caretas: com treze dias de festa, começando no natal e terminando no dia de reis, o reisado Careta rompe com a tradição dos Ciclos Natalinos ao trazer em sua caracterização bichos para a encenação do nascimento do menino Jesus. Normalmente, os brincantes do Careta são homens que usam máscaras como diferencial dos demais Autos natalinos, gerando um certo medo nas pessoas que assistem a apresentação. Além dos Caretas, são personagens deste ciclo os Santos Reis, o Babau, a Nega Velha, o Caretinha e o Cabeça de Fogo. A roupa do Careta é uma saia longa de embirra feita de palha de tucum desfiada, que pode ser complementada por outros adereços, tais como o cajado e o chicote.
- Presépio ou lapinha: é um ritual de purificação que conserva na sua ingenuidade primitiva o sentimento religioso do povo. Quem coloca presépio uma vez tem que colocar sempre, pois é uma promessa, uma obrigação. Sua montagem depende da criatividade de cada um podendo ser bem simples ou mais luxuoso.
- Queimação de palhinhas: é realizada no dia seis de janeiro. Alguns consideram como uma festa à parte dos autos e folguedos de natal, mas há quem defenda que a queima das palhinhas é o encerramento do ciclo natalino, ou seja, o último dia que se apresenta. Assim, com o encerramento da queimação de palhinhas, as apresentações dos Autos e Folguedos natalinos são concluídas nesse período, onde também é desmontado o Presépio.
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