Se você, alguma vez, sofreu estresse ou ansiedade no trabalho, sabe como
isso pode afetar negativamente seu desempenho. Você se lembra de como conseguiu
lidar com essa situação? Foi natural ou você precisou, antes, compreender seu
sentimento em relação à situação para saber agir da maneira mais adequada?
O jeito que lidamos com nossos sentimentos pode ser um fator de alto
impacto no nosso desempenho no trabalho. Saber lidar com emoções ruins de forma
madura, por exemplo, é indispensável para desempenhar nosso papel de forma mais
efetiva e harmoniosa.
Sendo assim, é exatamente disso que a gestão emocional trata:
aprendermos a reconhecer nossos próprios sentimentos e emoções, assim como o
que eles querem nos dizer. Isso, para que não sejamos comandados por eles e
saibamos utilizar as informações que nos passam para agir de forma inteligente.
O que é a gestão emocional?
A gestão emocional é a capacidade de entendermos e avaliarmos os
nossos próprios sentimentos para que, assim, consigamos agir com mais
sabedoria e maturidade.
A partir disso, podemos melhorar nossa comunicação, guiar nossas tomadas
de decisão de forma mais assertiva e impactar positivamente em como nos
comportamos perante a nós mesmos e ao outro.
Essa é, então, uma competência que nos assegura relacionamentos
mais saudáveis, tanto pessoais como profissionais. Por ser um fator
fortalecedor de confiança, utilizando uma gestão emocional reciclamos
experiências negativas e nos comunicamos com assertividade. Dessa forma,
tendemos a ter resultados melhores do que lançando mão de ações e decisões
tomadas por impulso.
Realizar essa gestão emocional também pode ser uma oportunidade de
trabalhar na própria inteligência emocional,
que é um fator decisivo para conseguirmos lidar com pressões do cotidiano e não
nos deixarmos abalar com sentimentos destrutivos. É uma forma, então, de também
prezar pela própria saúde mental — e
também da equipe.
A importância da gestão emocional na
sua empresa
Imagine que, no fim do expediente, você está quase finalizando suas
tarefas. Então, chega outra demanda relâmpago que, além de te desfocar, te
acumula com tarefas além do esperado. Como você se sentiria?
Entender esse sentimento, o que ele quer te dizer e como executar bem o
seu papel sem que ele seja um fator negativo é de suma importância. Assim,
aplicando uma gestão eficaz, é possível contornar os sentimentos ruins em
relação a essa demanda e finalizá-la de forma mais sustentável para o
profissional.
Conforme uma pesquisa realizada pela CareerBuilder, que entrevistou 2662
profissionais de Recursos Humanos, houve uma afirmação de 71% dos profissionais
de que a habilidade de gerir as emoções é mais importante que a própria
inteligência (aquela medida pelos parâmetros de QI).
Sendo assim, é altamente recomendado que setores de RH busquem implementar ações de
desenvolvimento da gestão emocional dentro das corporações, além de
outras habilidades essenciais. Saber lidar com as
emoções por parte das lideranças reduz frustrações, desmotivações e outros
fatores negativos que impactam diretamente na produtividade e excelência no
desempenho de funções.
Benefícios para os funcionários que
desenvolvem sua gestão emocional
No trabalho, embora tenhamos posturas diferentes do ambiente familiar e
pessoal, somos as mesmas pessoas e essas duas áreas vem ganhando aproximação a
cada dia. Como seres humanos, todos possuímos crenças, necessidades e padrões
de comportamento diferentes que aparecem, de uma forma ou de outra, no ambiente
de trabalho.
Portanto, gerir bem o seu emocional é de extrema
importância não só nas suas relações pessoais, mas também no trabalho. As
emoções vêm e vão como forma de nos alertar e agregar informações para agirmos
com assertividade, o que impacta diretamente no resultado do trabalho de um
colaborador.
Em situações de conflito, principalmente, a necessidade de saber lidar
com emoções é nítida. Quando alguma pessoa não entende o que sente e não sabe
utilizar essas informações para agir com sabedoria, o problema acaba se
inflamando e dificilmente será resolvido. Muitas vezes, a má gestão emocional
nesse contexto acaba resultando em ofensas, mágoas e prejuízos para o
profissional e para a empresa como um todo.
Como aplicar a gestão emocional?
Agora que você já compreendeu do que se trata a gestão emocional sua
importância, reunimos 5 técnicas para colocá-la em prática (ou implementá-la
como cultura interna na sua empresa). Confira!
Compartimentalize
A compartimentalização significa, grosseiramente, “separar as coisas”.
Isto é, entenda os limites entre sua vida pessoal e profissional e
aprenda a “separar as coisas”. Problemas pessoais podem trazer emoções que
influenciam no trabalho e vice-versa, mas é importante ter a
consciência de que isso acontece.
Assim, fica mais simples lidar com os assuntos e questões pessoais
separadamente do trabalho. Essa prática evita que colaboradores percam o foco
no trabalho por ruminação de emoções negativas, caindo em rendimento.
O reconhecimento de onde vêm as emoções o que elas trazem como
informação em cada campo da vida também ajuda ao compartimentalizar fatores
estressantes relacionados ao seu trabalho para, assim, não deixá-los interferir
na sua vida pessoal.
Respire fundo e utilize técnicas de
relaxamento
Existem algumas técnicas de respiração e relaxamento, mas no geral,
quando alguma emoção te induzir a agir de forma precipitada, não faça nada
antes de controlar sua respiração.
Respire fundo, inale e exale o ar vagarosamente, contando até dez, até
que você se acalme. Isso irá te ajudar a entender melhor e contornar emoções
como:
·
Ansiedade
·
Preocupação
·
Frustração
·
Raiva
Técnicas como meditação, mindfulness, yoga online ou uma pausa para caminhada
ouvindo uma música relaxante na hora do almoço, por exemplo, podem ser
incentivadas.
Terapias holísticas aplicadas ao
ambiente de trabalho podem trazer muitos benefícios no que
tange o senso de presença e gestão de emoções. Elas já são utilizadas por
grandes empresas no Brasil como Anglo American, Unimed, Vale, entre outras que
buscam a sustentabilidade do negócio e da saúde mental dos colaboradores a longo
prazo.
Outra coisa que pode ajudar é conversar com alguém de confiança. Sendo
assim, é necessário criar um ambiente favorável entre os colaboradores e o RH
da empresa. Mostrando aos funcionários que é possível recorrer ao RH e aos seus
líderes diretos em busca de orientação, é criada uma sensação de amparo onde as
pessoas podem se ajudar quando as emoções entram em cena.
Clareza de pensamentos
É sempre bom criar consciência do que se passa dentro de si antes de
reagir a alguma situação estressante, já que muitas vezes pode ter sido apenas
um mal entendido. Isso pode ter sido causado por uma comunicação realizada de
forma inadequada ou, até mesmo, uma percepção equivocada do receptor.
Portanto, é importante estimular a auto análise para entender o que se
passa nos próprios pensamentos e como o sentimento diante de determinada
situação tende a afetar as ações dos colaboradores.
Nunca responder abruptamente ou tomar
decisões precipitadas
É fácil responder de maneira inadequada quando se sente raiva, seja
pessoalmente ou através de um e-mail grosseiro. Mas, provavelmente, você irá se
arrepender disso depois. Portanto, nunca deixe que a raiva, a tristeza, ou
qualquer outro sentimento nuble seus pensamentos.
Para contornar ações impulsivas, é interessante estimular técnicas de
autocontrole e percepção. Você pode, por exemplo, escrever o que está sentindo
antes de agir (ou o que quer dizer para uma determinada pessoa) e salvar isso
como rascunho para ler no dia seguinte, quando estiver mais calmo. Assim, é
possível observar as ideias com maior clareza para tomar melhores decisões.
Respeito e responsabilidade
É importante tratar seus colegas de trabalho da mesma maneira que você
gostaria de ser tratado. Essa é a máxima do respeito e da empatia. Além disso, é preciso ter a
consciência de que é necessário se responsabilizar pela tomada de ações
inadequadas em determinados momentos para, assim, contorná-las.
Reforce no ambiente de trabalho que, se uma pessoa for grossa, não há
necessidade de agir da mesma forma. É possível sermos firmes e assertivos sem
sermos, necessariamente, agressivos e gerarmos problemas maiores.
Caso você tenha sido agressivo ou grosseiro em algum momento, tome
responsabilidade pela forma como agiu e peça desculpas pelo ocorrido.
Afinal de contas, algumas vezes nossas emoções se sobressaem. E o melhor,
nessas ocasiões, é ser humilde e dizer um simples “me desculpe, eu agi de forma
impulsiva”.
Emoções bem geridas trazem melhores
resultados
Uma gestão emocional bem desenvolvida e madura pode nos beneficiar de
diversas maneiras, tanto no trabalho quanto na vida pessoal.
É muito interessante, portanto, que as empresas tomem uma postura cada
vez mais humanizada e trabalhem essa habilidade em diferentes níveis de gestão
para melhorar a qualidade de vida e motivação de todos os colaboradores.
Se você gostou de saber um pouco mais sobre esse tema e gostaria de se
aprofundar nas técnicas de relaxamento — que podem influenciar na sua gestão
emocional — que tal conhecer também os benefícios de implementar a meditação no ambiente de trabalho?
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