segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

SÍNDROME DE HARDY - Fuja deste Mal !!!!







Quase certo que conheçamos alguém que passe o dia todo reclamando da vida. 
Chamo quem se comporta assim de portador da Síndrome de Hardy (personagem famoso de um desenho animado dos anos 70/80). 
Para um Hardy nada foi bom, nada está bom e idealiza um prognóstico sombrio para o futuro.
Triste isso. A pessoa não tem noção de que o Universo responde justo o que se emite a ele. E  a consequência parece ser que o Hardy  tem razão quando diz que nada dá certo para ele.
Pode ser um dia de céu azul, churrasco na piscina e pássaros cantando. 
Hardy só conseguirá dizer que está quente/seco/úmido demais; que a carne está dura/sem sal/salgada além do necessário e, no fim do dia, para carimbar a alegria, é bem capaz de um pássaro fazer um cocozinho direto na cabeça dele.
Se for ao shopping reclamará que está cheio ou vazio para aquele dia da semana. Se ficar em casa, não conseguirá aproveitar seu espaço e nem seu momento. 
Resmungará por conta de bagunça/esmero; do barulho/silêncio; de que tem ou não tem algo para fazer.
O Hardy não consegue conviver bem sozinho, afinal para quem reclamará? 
O bom para ele é agourar a vida dos amigos, familiares e até mesmo da pessoa com quem mantém um relacionamento amoroso.
Ele se sente como vítima de tudo e de todos, mas jamais de seus próprios hábitos e pensamentos.
Não se pode dizer que uma pessoa otimista não sofra infortúnios. 
Mortes, doenças, violência, demissões, péssimos relacionamentos acontecem a todo instante, indistintamente, não importando a bondade ou maldade das pessoas no mundo inteiro.  
O que muda é como cada um de nós responde aos acontecimentos.
A pessoa tipo Hardy toma os acontecimentos para si como um fator de castigo, de ‘eu sabia que não ia dar certo’ e pior ainda, de ‘eu avisei’. 
O otimista, por sua vez, vai sofrer, xingar, culpar-se ou culpar os outros, mas aceitará o caminhar da vida muito mais facilmente.  
O processo mental de aceitação do otimista levará menos tempo, embora muitas vezes continue sofrendo ou inconformado. 
O que difere é que este não viverá dentro de uma novela mexicana, sofrendo todos os capítulos, vertendo lágrimas a cada palavra pronunciada.
O Hardy cansa quem está à sua volta. Suga a energia dos que convivem ao seu redor. E, mais triste ainda, gasta sua própria energia vital negativamente. Como não consegue agregar nada de positivo para os que convivem com ele, não vislumbra o tempo perdido e o desgaste em sua própria vida.
O Hardy do desenho animado estava sempre na companhia do Lippy, o leão mais otimista da face da Terra, fazendo o contraponto ao seu desânimo e muxoxo. 
Porém, na vida real os Hardys não costumam  ter amigos que os tolerem, justamente por serem um  poço de pessimismo.  
Assim, como bom pessimista, não entenderá que é seu próprio comportamento que os mantém afastado da humanidade e, em um círculo vicioso, culpará os outros.  
Oh céus! Oh dia! Oh solidão! Oh azar!
Copiado: https://osegredo

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

O que Caracteriza Assédio Moral no Trabalho?

O ambiente de serviço pode desencadear uma série de prejuízos para os empregados.
Nesse contexto, precisamos falar sobre o assédio moral no trabalho. É fato ser muito chato ter a atenção chamada na frente de outros colegas e ser cobrado para atingir metas impossíveis, por exemplo. Essas situações excessivamente constrangedoras podem gerar o direito a uma indenização por danos morais.
Muitas empresas têm trabalhadores que já passaram por esse problema ou, então, presenciaram ou conhecem algum colega que está enfrentando essa situação desconfortável.
Contudo, os empregadores precisam saber que a lei trabalhista protege os funcionários e que eles podem lutar contra o assédio moral e ter os seus danos morais reparados, pleiteando os seus direitos perante a Justiça do Trabalho.
Se você é um empresário que combate o assédio moral no trabalho e quer evitar que esse tipo de situação aconteça no seu estabelecimento, continue a leitura deste artigo!
O que é assédio moral no trabalho?
Assédio moral é uma espécie de violência que consiste em uma série de situações vexatórias de perseguição por atos repetitivos, causando humilhação, constrangimento e ofendendo a dignidade de um trabalhador.
Elas visam diminuir, inferiorizar, isolar e desestabilizar mentalmente o empregado no seu próprio ambiente de trabalho, causando abalos físicos e mentais no indivíduo.
Apesar de ainda ser um tema pouco debatido nas empresas e, às vezes, até confuso para os empregados, o assédio moral é uma prática muito comum no ambiente de trabalho.

Quais situações caracterizam assédio moral no trabalho?

Existem várias situações que fazem com que um empregado seja vítima desse tipo de violência. São alguns exemplos de reclamações que configuram assédio moral:
  • – Acusar o trabalhador de erros que não existem de fato; 
  • – Forçar o empregado a pedir demissão;
  • – Impor metas abusivas ou de difícil atingimento;
  • – Xingamentos e agressões verbais;
  • – Brincadeiras ofensivas e constrangedoras;
  • – Humilhações públicas ou privadas;
  • – Ameaça de punição ou demissão;
  • – Causar punições injustas;
  • – Determinar horários e jornadas de trabalho excessivos;
  • – Dar instruções erradas para prejudicar;
  • – Não dar as instruções necessárias;
  • – Retirar os instrumentos de trabalho, como computador, telefone etc;
  • – Atribuir apelidos vexatórios ou pejorativos.

Quais são as consequências?

Algumas situações podem causar diversos danos à saúde psicológica e física do funcionário e comprometer as suas relações afetivas e sociais.
Outras, podem ser graves e desestabilizar o empregado, chegando a interferir na sua vida pessoal. A prática constante pode acarretar a incapacidade para o trabalho e, em alguns casos, até a morte.
Vamos citar alguns exemplos de problemas causados pelo assédio moral no trabalho:
  • – Desmotivação;
  • – Perda da capacidade de tomar decisões;
  • – Estresse e ansiedade;
  • – Isolamento;
  • – Depressão;
  • – Síndrome do pânico,
  • – Pressão alta;
  • – Insônia;
  • – Irritabilidade
  • – Crises de choro;
  • – Problemas gástricos;
  • – Palpitações;
  • – Abandono do emprego;
  • – Suicídio.

Qual deve ser a conduta da empresa frente a esse tipo de situação?

Sofrer assédio moral dentro da empresa é um assunto sério e que deve ser encarado. É preciso que o empregador saiba quais atitudes configuram, de fato, o assédio. Afinal, o conhecimento é o primeiro passo para a adoção de atos de combate e prevenção.
Logo, evitar situações de assédio moral é obrigação do empresário. Ou seja, a melhor forma é sempre a prevenção da sua ocorrência.
Para isso, a organização deve realizar avaliações que estudem os riscos porventura existentes no ambiente do trabalho e, a partir daí, traçar condutas de prevenção, como a instituição de políticas que visam a proteger a dignidade do funcionário. Do mesmo modo, deve fornecer condições adequadas de trabalho, a fim de evitar estresse e outras complicações.
A vítima poderá procurar o setor de Recursos Humanos ou a ouvidoria da empresa para comunicar o fato ocorrido. Por isso, é importante que os empregadores tenham o cuidado de treinar toda a equipe para lidar com esse tipo de situação.

Quais são as consequências do assédio moral para as empresas?

O assédio moral no trabalho pode acarretar para a empresa as seguintes consequências:
  • – Diminuição da sua produtividade;
  • – Maior rotatividade dos funcionários;
  • – Aumento de erros e acidentes de trabalho;
  • – Faltas e licenças médicas;
  • – Aposentadoria prematura;
  • – Danos para a marca;
  • – Prejuízos causados por indenizações de passivos trabalhistas;
  • – Custos decorrentes de tratamento médico e fisioterapia;
  • – Multas administrativas.

Quais os riscos ocasionados se a empresa não adotar a conduta correta?

Infelizmente, o Código Penal não prevê uma tipificação específica para esse tipo de prática. Contudo, autoriza que a conduta do agressor se encaixe nos chamados crimes contra a honra, tais como difamação e injúria, e até mesmo constrangimento ilegal e ameaça.
Por outro lado, a conduta está descrita no art. 484 da CLT, que prevê que algumas maneiras de assédio moral são causas justificantes que autorizam o trabalhador a sair do emprego por meio de rescisão indireta do contrato.
Temos um exemplo de responsabilidade subjetiva, ou seja, agressor e empresa poderão ser responsáveis direta ou indiretamente pelo dano causado.
Assim, a Justiça do Trabalho entende que, caso reste provada a situação de abuso psicológico causado pelo assédio moral no trabalho, a vítima passará a ter direito à reparação por danos morais e físicos.
Caso a empresa não tome uma atitude, poderá ser feita uma denúncia perante o sindicato daquela classe de trabalhadores ou até mesmo ao Ministério Público do Trabalho.
Assim, caso o assédio moral seja comprovado, poderá ser desencadeada uma ação judicial, na qual o trabalhador terá o direito a receber uma indenização correspondente aos danos morais que sofreu. Logo, a empresa deverá responder pela conduta de assédio que foi praticada contra o empregado dentro das suas dependências. Esse processo deve contar com o apoio de um advogado trabalhista.
É importante mencionar que não há valor predeterminado para a reparação do dano. De qualquer forma, este deve ser suficiente para coibir e inibir que outras situações desse tipo aconteçam novamente. O juiz deve levar em conta a situação e manter a razoabilidade, ou seja, balancear a proporção existente entre o dano suportado pela vítima e as responsabilidades e possibilidades da empresa.
O assédio moral no trabalho é uma  prática muito recorrente nos ambientes de trabalho das organizações, e a sua discussão ainda pode gerar polêmicas. Por isso, é muito importante que a empresa adote medidas que identifiquem, previnam e coíbam a ocorrência desse tipo de situação abusiva dentro das suas dependências, evitando, assim, que o problema se agrave.
Quer adequar a sua companhia às diretrizes da legislação e evitar problemas na Justiça? Então, entenda a importância de uma auditoria trabalhista!

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

O Profissional de Administração e o Seu Valor no Mercado de Trabalho

O médico das organizações, habilitado para atuar em qualquer setor dentro de uma empresa, dono de competências e habilidades invejáveis o mais eclético entre todas as profissões, acaba perdendo espaço no mercado de trabalho e sendo desvalorizado por não saber colocar na prática a maior parte da teoria vista no âmbito acadêmico e pela deficiência que os recém-formados na área apresentam quando encarram o mercado de trabalho.

Apesar de se submeter a um processo de aprendizagem durante um período longo para se tornar bacharel em administração, como em qualquer outra profissão, o Administrador ainda é inferiorizado até mesmo pelos próprios profissionais da área, vêm perdendo espaço em suas áreas de atuação para Advogados, Engenheiros, Enfermeiros, onde todos querem administrar, mas nenhum quer ser administrador, algo realmente contraditório.

Um empreendimento sem uma gestão eficiente é um negócio que vai de encontro à falência. Assim já dizia o mestre (Peter Drucker): Quando você vê um negócio bem sucedido é porque alguém, algum dia tomou uma decisão corajosa. 

E esse alguém não poderia ser outro a não ser um grande Administrador aquele que vive dos riscos diários, quem ousa e luta com eficiência visando uma eficácia de seus objetivos, que se doa em prol das organizações.

Assim como os médicos investigam as naturezas e as causas das doenças humanas, procurando a sua causa e prevenção, os administradores acabam fazendo a mesma função só que diferente dos médicos eles cuida dos negócios.  

Profissional que tem a sua disposição uma mala repleta de ferramentas especifica para investigação, para cada doença, para cada situação.

O curso de administração é a segunda carreira com maior número de matriculas (em 2015, mais de 585 mil pessoas estudavam administração). Nos últimos 15 anos, o número de formados por ano cresceu de 35.149 para 99.216, um aumento de 182%. 

A deficiência na formação por falta de estruturas adequadas dentro das universidades para o processo de aprendizagem eficaz e o crescente número de formados dificulta a entrada destes novos administradores no mercado de trabalho, além do aumento da disputa por fatia no mercado, a qual vem sendo disputadas por profissionais de outras áreas do conhecimento.

Medidas para tentar solucionar algumas destas questões foram tomadas, mas pouquíssimas concretizadas. Como exemplo: pode-se citar o Projeto de lei do senado n° 439/2015, que dispõe sobre o exercício de atividades no campo da administração, de autoria do Senador, Donizette Nogueira que está em tramitação no Plenário do Senado Federal. 

O PLS tem por finalidade, garantir que cargos e funções com atribuições voltadas para os campos da administração, em organizações de todos os setores, somente possam ser providos por tecnólogos e Administradores profissionais regulares na forma da lei.  

Uma prova de proficiência como a do curso de Direito (Exame de Ordem) é viável no curso de Administração de Empresas, uma vez que será realizada uma triagem, fazendo o egresso dos graduados que são submetidos a um ensino de baixa qualidade. 

Assim, entrarão no mercado aqueles realmente são capazes e qualificados a exercer a profissão de Administrador, aumentando também a credibilidade do curso e o reconhecimento dos formados na área.

Intensificar a fiscalização por parte dos órgãos responsáveis pela profissão; buscando adotar politicas punitivas mais severas para aquelas organizações a quais não cumprirem com as leis estabelecidas. 

Exigir a parte prática dentro do curso de bacharelado em Administração em todas as universidades (Públicas e Privadas). Assim os acadêmicos vão colocar já na prática toda teoria vista na universidade, começando a conciliar a teoria com a prática desde sua trajetória na faculdade, teremos profissionais bem preparados e bem qualificados para ocupar e encarar o mercado de trabalho e exercer seu papel de médico das empresas, tomando posse de suas respectivas áreas de atuação.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

A Hipocrisia Corporativa

Certa feita em conversa com um experiente amigo, de muitas e muitas empresas nacionais e multinacionais, tive a triste informação de que hoje os tempos são outros. 

A vida Corporativa não é mais como a vivemos há anos.

Hoje prevalece uma simples regra: sobreviver a todo custo a cada dia como forma de garantir o recebimento do holerit no final do mês e pronto. 

Se existe um problema, que deixe rolar, tenho que registrar minha hora de entrada, sentar à mesa de "trabalho", preencher algumas planilhas, e se eu tiver alguma dificuldade devo apenas anota-la para "informar" a alguém seja lá quem for, se der certo pode até ser a mulher da limpeza. 

Aliás ela está insistentemente todas as manhãs pelo departamento mesmo!

O problema não é meu! essa é a regra! Não importa o problema não é meu! 

Se querem a solução para algo tenho apenas que levantar "aquela planilha" com números, muitos números. 

Alguns gráficos, um pouco de vermelho aqui, um azul ali e pronto: alguém vai receber isso uma hora e o coitado que se vire. 

A minha parte eu fiz.

Ah e se me chamarem para uma reunião eu até vou, pois vai ajudar a passar um pouco o tempo, mudar os ares e quem sabe numa conversa e outra, fico sabendo quem está namorando quem, quem foi demitido ontem, como foi aquela "comida de r@b# " que tal gerente levou do tal diretor, isso sim é vida corporativa. 

Mas agora se nessa reunião sobrar atividades com meu nome na ATA de Reunião, ou naquela malfadada planilha de 5W e com prazo ainda. . . haha nada de ir nessa reunião novamente. 


E como evitar? 

É muito facil: basta passar um e-mail 30mim antes da hora marcada, dizendo que apareceu uma urgência! 

Pronto caso resolvido! E sai pra lá reunião chata, pena que vou ter que ficar na sala "trabalhando".

E aqueles problemas antigos, sim muito antigos. 

Aqueles que todo mundo na empresa sabe onde está a solução mas ninguém tem peito pra fazer! não tem peito ou tem muita vaidade, muita hipocrisia. 

Deixa quieto, vamos enrolando, levando com a barriga, passo um e-mail hoje outro semana que vem, sempre com muito gerúndio. 

O gerúndio é como cobertura de caramelo sobre um sorvete de creme, quanto mais melhor. 

Um dia vai aparecer um babaca recém contratado e irá querer mostrar serviço até porque ele tem que mostrar, pois em 40 dias de experiência tudo pode mudar pro lado dele. . . hahaha doce vida corporativa.

Quando esse tal babaca chegar é só entulha-lo com tudo o que nestes anos tentou-se fazer e não deu qualquer resultado favorável. 

Mudar algum processo? . . . que nada, deixa tudo como está pois estou de saco cheio, tentei fazer e nada aconteceu porque o gerente da área X não quer mudar nada, o gerente da área Y também não quer se envolver porque dá muito trabalho e. . . que dia é hoje mesmo? 


Quando vai sair o pagamento????

Posso até não concordar com nada dessa triste realidade, seja por convicção, seja por princípios, seja por ideologia ou até mesmo por profissionalismo. 

Nesse caso meu chapa: peça seu boné!! 

Mas cuidado:  você poderá passar 03 anos na escuridão profissional, 36 meses sem precisar se preocupar com a data que vai sair o holerit pois holerit é o que vc não vai ter, e só mais uma coisinha: vc já passou dos 52 anos de idade???? rsrs

Por:AmauriLúcio - lapservicos.com.b

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

3 Dicas para Iniciar sua Transição de Carreira e Fazer o Que Você Ama

Você já pensou em abandonar o seu trabalho atual e migrar para algo que realmente ama fazer? 
Hoje eu quero compartilhar algumas coisas que aprendi na minha jornada sobre transição de carreira, e quais os pontos mais importantes para você ficar atento.
Recentemente, fiz uma pesquisa no meu site E-VOLV.ME e constatei que a segunda maior dificuldade das pessoas é o descontentamento e insatisfação profissional (cerca de 15% das respostas).
Os motivos são os mais diversos, como falta de reconhecimento, falta de oportunidade, não trabalhar com aquilo que ama, não conseguir liderar sua equipe, não conseguir delegar tarefas e querer mudar de área sem saber como.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

O Trabalho Visível e o Trabalho Invisível

Um dos meus livros preferidos é, sem dúvida, Os Miseráveis, do escritor Victor Hugo. Além da beleza de uma narrativa que descreve dilemas morais de um modo tão humano e profundo, a obra apresenta descrições e imagens tocantes. E uma passagem que gosto muito é essa:

" Não se estar ocioso quando se estar absorvido. Existe o trabalho Visível e o Invisível. " Victor Hugo - livro Os Miseráveis


Algumas atividades das nossas vidas nos exigem dedicação e concentração, mantendo-nos engajados; em outras palavras, ficamos absorvidos na execução da tarefa. Quando a executamos, podemos ou não estar entusiasmados – mas, de todo modo, estamos ativos. No entanto, quando o trabalho não é “visível”, nem sempre obtemos – ou não conseguimos enxergar – as consequências desse nosso engajamento. E quantos trabalhos são invisíveis! Como efeito disso, as pessoas podem se sentir invisíveis, pequenas e desimportantes.
É difícil pensar em uma parte da nossa rotina em que não estamos em atividade. Um ambiente está sempre presente, sinalizando coisas para fazermos. Por vezes estamos absortos lendo um bom livro, vendo um filme, conversando com amigos, pensando ou ouvindo uma música. Já em outras situações o que nos absorve é limpar a casa, lidar com burocracias, cuidar de pessoas. Se estamos no ambiente de trabalho, passamos grande parte do tempo planejando, produzindo, interpretando, lidando com dados ou pessoas, ou criando, antes de obter o “produto final”. Todas essas atividades envolvem muitos comportamentos complexos e dão trabalho. Mas, sob controle apenas do produto final (talvez porque geralmente apenas essa última etapa oferece uma recompensa gratificante),  nem sempre estamos cientes da energia que o todo o processo nos requer.
Ainda, o trabalho pode ser invisível em outro aspecto: as nossas atividades e funções podem ser pouco claras ou pouco definidas: como consequência, o trabalho não se torna importante para quem o executa. Impossível nessa situação ficar satisfeito e dizer “Eu que fiz!” com orgulho  – afinal, para dizer isso é preciso saber exatamente o que se fez e sentir todo o mérito de ter feito. Ampliando o foco desse cenário, é possível enxergar que estamos lidando também com um problema de gestão – o arranjo do ambiente (por um supervisor, um chefe, um gestor, um diretor, uma entidade, etc.) não está sendo devidamente efetuado. Hoje em dia não está difícil se sentir inútil, fracassada(o), desanimada(o) ou impotente.

Mas por que esses sentimentos? 
Basicamente porque o trabalho invisível não pode ser recompensado. É trabalho: você dedica tempo, energia e muito suor para executar suas tarefas. Contudo, é invisível: ninguém (ou quase ninguém) percebe que você o faz – de modo que às vezes nem você mesma(o) o enxerga; dá a sensação de que “não rende” ou que “não tem fim”. Na nossa cultura, a medida de um trabalho relevante ou de sua qualidade é muitas vezes feita pela sua visibilidade. 
Uma comparação entre diferentes profissões do que venho chamando aqui de trabalho visível é ilustrada na seguinte figura abaixo:

O que se coloca é que algumas recompensas ou consequências (monetárias e sociais) para o comportamento dos professores não estão presentes; já para outros profissionais, tais consequências do comportamento são abundantes e constantes. E quem não tem acesso a essas consequências (ou, se há acesso, elas são escassas e/ou pouco frequentes) sabe bem como elas são importantes; em ampla medida, tais consequências são o que nos mantêm ativos e motivados a continuar a desempenhar a tarefa. É a lei mais básica do comportamento humano: a consequência do comportamento determina como a pessoa vai agir no futuro.
Ao descrever esse aspecto da nossa cultura a partir dessa perspectiva, pode-se interpretar que o trabalho de um jogador de futebol é mais visível do que o do professor. A visibilidade se dá não apenas para as recompensas de seu trabalho, mas também para a própria atividade que é desempenhada, sua execução e seus objetivos. Pode ser muito mais fácil para uma criança ou um adulto descreverem como se faz um gol do que como se elabora um Plano de Ensino. Além disso, a ideia abstrata e vaga (ou invisível) de que professor é aquele que “(só) ensina” (que consiste, na realidade, de um conjunto de comportamentos específicoscomplexos e de extrema relevância social) faz com que os profissionais dessa categoria não sejam devidamente reconhecidos, e, por uma cadeia de infelicidades, se sintam pequenos, invisíveis e impotentes.
Em um mundo ideal, todos os trabalhos (e de todas as pessoas) seriam visíveis. O trabalho “renderia”, e teria não só um fim, mas também um progresso bom de ser percorrido. A pessoa que o executa saberia a função do seu trabalho e sua importância. Enxergaria seus feitos a todo momento e se sentiria bem ao ver o seu desempenho regularmente, assim como suas conquistas e sucessos. Além disso, não só ela enxergaria o trabalho e seus efeitos, como também as outras pessoas com quem se relaciona – seu chefe, seus colegas, seus clientes ou seus filhos. Ainda, “ser competente” para solucionar problemas na empresa não seria uma frase abstrata, mas sim um conjunto de atividades e objetivos observáveis, palpáveis e atingíveis, passíveis de serem também reconhecidos e recompensados em cada etapa. Haveria “torcida”, “incentivo”, “elogios”, “admiração” e “prestígio” por onde a pessoa passasse, e ela estaria motivada a continuar se engajando na tarefa. 
Essas consequências também estariam presentes em outras dimensões: para a mãe que cuida do filho, o homem que limpa sua casa, o funcionário que embala objetos, o publicitário que trabalha com criação, o pesquisador que trabalha com dados, a professora que ensina o aluno, o gestor que gerencia desempenhos e o funcionário que executa suas atividades.
A boa notícia é que um cenário em que todos os trabalhos são visíveis é sim possível: as atividades podem ser descritas a ponto de torná-las visíveis: ou seja, ao especificar atividades em termos de comportamentos, os quais devem ser mensuráveis e observáveisComportamentos e suas consequências tornam-se mais concretos, fazendo com que as pessoas enxerguem tenham contato com suas ações e resultados. Isso é matéria do campo da Gestão de Desempenho (em inglês, Performance Management), uma aplicação dos princípios de aprendizagem da Análise do Comportamento para a vida das pessoas, em nível individual ou em grupo. Essa abordagem científica para lidar com comportamento tornou-se especialmente conhecida nas Organizações com as estratégias da Gestão do Comportamento em Organizações (em inglês, Organizational Behavior Management, ou OBM), mas pode ser aplicada para todos os contextos em que haja pessoas: nas escolas, no ambiente de trabalho, em casa, em grupos, etc. 

A Gestão de Desempenho pode se aplicar a objetivos profissionais ou pessoais – afinal, nossas promessas de Ano Novo que não são cumpridas podem também estar descritas de forma vaga, inatingível, abstrata e desvinculada da nossa rotina. 

Convém esclarecer que o termo não consiste em uma abordagem de Avaliação de Desempenho de funcionários – a Gestão de Desempenho é uma aplicação ampla da Análise do Comportamento para contextos em que dificuldades de execução, aquisição e manutenção de atividades estão presentes; o foco de análise está nas relações entre o ambiente e todas as pessoas envolvidas. A Gestão de Desempenho é um processo sistemático e orientado por dados que tem mostrado sua efetividade e melhorado ambientes em mais de 30 anos de história, fazendo com que pessoas se comportem na direção desejada e gostem de fazer o que fazem, através da análise do que ocorre antes e depois do comportamento.
Como fica evidente, há mais coisas entre uma atividade e a sua execução do que se pode imaginar. Afinal de contas, comportar-se em direção a objetivo(s) mostra-se desafiador, para todas as pessoas, e em diversos contextos. Mas me parece que quanto mais visível for o trabalho, a atividade ou a meta, maiores as chances de sucesso. E o próximo pesquisador do Projeto é reconhecido por criar sólidas bases e diversos nortes para a área de Gestão de Desempenho e Gestão do Comportamento em Organizações.
Quão visível é o seu trabalho? Quão visível são suas metas? Quão visível você se sente?