O desemprego, que se agrava nas crises, hoje mais frequentes, não é cíclico.
A automação, a concentração de negócios, o maior número de pessoas desejando permanecer no mercado por mais tempo, os jovens que procuram anualmente ingressar, os norte-americanos, europeus e emergentes desempregados, rearrumaram a oferta de emprego.
O encolhimento é constante, às vezes brusco, aos solavancos.
Lá no início, na escolha dos filhos, as referências não são mais os pais, por vários motivos - aqui e no exterior-, principalmente por os verem prestes a perder o emprego, quando já não os perderam.
Poucos, hoje em dia, são os que podemos dizer que “saíram” aos pais.
No meio do caminho da vida vivida, homens e mulheres preparam-se para viver ativamente mais 30 anos, procurando zelosamente equipar-se para dobrar o tempo de trabalho (ocuparam-se dos 20 aos 50).
É a vida prazerosa e profícua, expressão de vigor mental e físico.
Os títulos formais, os cursos longos, carregados de chancelas, marcas consagradas no passado, carecem de reexame, tal e qual os brevês de pilotos e de motoristas necessitam de programas conectados com o mundo de desvestir a camisa corporativa, de profissionais da academia que exerçam o ofício antenados e com entusiasmo, coroando a teoria com a prática indispensável, enriquecedora.
Por isso, os jovens e os não tão jovens executivos previdentes, que perceberam as mudanças no ambiente laboral, aplicam-se na conversão planejada, na transição de carreira, desde cedo.
Sabem que mudarão de função 4 a 5 vezes, e trocarão de empresas outras tantas. Precisam construir o futuro, tomar as rédeas de boa parte da vida madura e do trabalho.
Assim, na jovialidade dos seus 40/50/60, após uma vida corporativa exitosa, a atividade de Consultoria tem sido lembrada pelos que, querendo aplicar o seu capital profissional experiência profissional e de vida, elaborando plano para utilizar o conhecimento acumulado, definindo a situação atual e a desejada e, com isso, diminuindo as distâncias, e reprogramando os conhecimentos técnicos e generalistas auferidos.
E aí, compreenderão a mudança da condição de Gestor para a de Consultor, aquele, um ser de liderança e ação administrativa; este, um ser de aconselhamento, de ajuda. Essa distinção não deve inibir o fato de que um competente Gestor possa vir a ser um ótimo Consultor.
Porém, será sempre aconselhável que um Gestor que pense em ser Consultor, além de sua imprescindível formação e expertise no campo da Consultoria a que se destine, preocupe-se em aprender as apropriadas técnicas de intervenção, a inquestionável propriedade das relações interpessoais, o cultivo de uma rica rede de relacionamento; e a essas questões, associe as qualidades comportamentais da visibilidade comedida, do indispensável sigilo profissional, da intangibilidade e da inseparabilidade do serviço, e, sobrelevando-se a todos, o permanente e inquestionável comprometimento ético.
Se, na atividade de Gestão, o administrador teve a oportunidade de cultivar em campo fértil, o sucesso no exercício prático das atividades corporativas, será agora, em seu novo campo de atuação - a Consultoria - que o profissional da Gestão, valorizado ainda mais com as técnicas aprendidas e sua experiência - atingirá a época de multiplicar a colheita, atuando como Consultor.
Os frutos são os revelados nos êxitos da experiência de vida repassada a uma nova geração, motivada por novos conhecimentos, mais complexas e ricas redes de relacionamento, em que a situação de ex- Gestor e a agora de Consultor se integram, na busca de resultados consistentes.
E, com a certeza de que, se para o Gestor o prazo tem uma delimitação ditada pela idade e pela pressão dos executivos que ascendem, para a Consultoria não há prazo de validade.
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