Tenho o costume de contar o exemplo de educação da águia, que depois de uma rápida avaliação da maturidade de seus filhotes, os faz “saltar” do ninho para que descubram suas próprias asas. A conclusão que a história traz é que é sábio e desejado que sejamos autossuficientes e independentes, tomando nossas próprias decisões e assumindo as consequências de cada uma delas.
Entretanto, atualmente muitos jovens relutam em “saltar” para sua independência, pois estão acostumados com o padrão de vida que seus pais proporcionam. Parece que o ninho está sempre confortável.
Para as gerações veteranas (X e baby-boomers), é um desafio enorme acreditar no potencial de “voo” dos mais jovens. As motivações são variadas e paradoxais, mesclando argumentos que remetem a sentimentos de amor e cuidado com a vida do jovem e críticas pela falta de foco e compromisso com as próprias expectativa, levando ao julgamento de imaturidade para se aproximar do penhasco e ousar fazer o “voo”.
Esses argumentos são válidos em algumas circunstâncias. Muitos jovens estão focados em manter o estilo de vida que possuem no convívio com seus pais, focando suas preocupações nas dificuldades que enfrentam para se colocar profissionalmente de maneira aceitável, isto é, de forma que possam sustentar um padrão de vida no mínimo equivalente ao que possuem atualmente.
Quando confrontado com esses argumentos é comum ao jovem negar o comportamento mais acomodado e transferir a situação para a realidade atual, que tem um cenário mais complexo e competitivo do que no tempo de seus pais.
Realmente o cenário é bem diferente que em outros tempos, mas isso não é uma boa justificativa, pois dificuldades sempre existiram e as gerações anteriores encontraram uma forma de “voar”, transformando-se em águias.
Talvez o que tenha acontecido é que as “águias veteranas” também mudaram seu comportamento e melhoraram seus ninhos deixando de desafiar seus filhotes para o “salto”. Este é um comportamento muito comum em outro tipo de ave, que tutela seus filhotes, mantendo o conforto e a proteção – a galinha.
Devemos lembrar apenas que filhotes de águia viram águias quando voam e ganham independência, já os filhotes de galinha...
Que tipo de jovens estamos preparando para o futuro? Águias ou galinhas?
Por: Sidnei Oliveira - Consultor, Autor e Palestrante, expert em Conflitos de Gerações, Geração Y, desenvolvimento de Novos Talentos e Redes Sociais
Nenhum comentário:
Postar um comentário