Uma economia em franco crescimento combinada com a escassez de profissionais qualificados no mercado tem contribuído para o grande número de promoções internas que estão acontecendo nas organizações brasileiras desde o ano passado.
No estado de São Paulo, por exemplo, segundo pesquisa conduzida pela consultoria Stautrh, 29% dos executivos entrevistados assumiram nos últimos meses uma nova posição na hierarquia das companhias nas quais trabalham. Número muito expressivo, pois pessoas que atuavam em cargos de menor expressão também tiveram que ser substituídas por outras, geralmente graças a promoções internas. Portanto, uma reação em cadeia que fez bem à carreira de muita gente.
Por outro lado, 69% dos profissionais procuraram oportunidades fora das empresas onde estão empregados atualmente e isto tem sido motivo de preocupação para organizações de médio e grande porte. Daí o porquê de inúmeros programas de retenção de talentos terem sido criados nos últimos meses visando impedir a evasão em massa, principalmente da chamada Geração Y.
Não é difícil fazer uma leitura do quadro. A solidez na economia leva as pessoas a arriscarem mais, já que as oportunidades aparecem a toda hora e se as coisas não derem certo sabem que haverá uma nova companhia disposta a contratar alguém qualificado.
É claro que isto não vale para todo mundo nem tampouco para qualquer posição hierárquica. Os profissionais com competências ancoradas em bons e consistentes resultados estão nadando de braçadas neste momento, mas jovens talentos também estão ascendendo mais rapidamente.
Outro dado da pesquisa é revelador: um em cada três entrevistados recebeu convites de empresas e consultorias de recrutamento para participar de processos de seleção. Como disse um cliente dias atrás, até aqueles que não pretendem mudar de emprego tem sido bastante assediados, já que as organizações estão brigando pelos mesmos profissionais.
Quadro perturbador para as empresas e que deve se intensificar ainda mais nos próximos anos caso se comprove a previsão de altas taxas de crescimento econômico do país sem programas de capacitação dos trabalhadores que sustentem a demanda esperada. O maior temor de grande parte do empresariado não é a concorrência dos produtos chineses, por exemplo, mas sim o apagão generalizado de profissionais que alguns setores da economia estão enfrentando desde já.
A boa notícia é que os melhores colaboradores realmente poderão empreender dentro das próprias organizações nas quais trabalham, já que os desafios tendem a ser cada vez maiores e sua importância tornou-se capital para o sucesso do negócio (qualquer que seja ele), isto é, alta empregabilidade combinada com realização na carreira.
Contudo, pouco adianta vislumbrar um belíssimo futuro sem que alguns passos sejam trilhados com sucesso no presente e haja o acompanhamento de dois importantes indicadores: o número de promoções de carreira conquistadas nos últimos cinco anos e o tempo médio que você leva até receber um novo convite para participar de processos seletivos em outras organizações.
As promoções internas demonstram a evolução na carreira e o reconhecimento da consistência do profissional em termos de resultados enquanto que os convites externos revelam o quanto alguém é visível no mercado e referência para aqueles que atuam na mesma área.
Fica a reflexão: este ano tem tudo para ser muito bom em termos de oportunidades para a carreira e você está preparado para aproveitá-las?
Wellington Moreira - Palestrante e consultor empresarial nas áreas de Desenvolvimento Gerencial e Gestão de Carreiras. Mestre em Administração de Empresas: www.caputconsultoria.com.br .
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