Veja como se organizar para superar essa etapa e começar a procurar um trabalho
“Fui demitido, e agora?”. A primeira coisa que precisamos dizer é que este não é o fim do mundo – e nem o fim da sua carreira. Se você está passando por um momento assim, fizemos este post para mostrar como é possível atravessar essa fase da melhor forma, sem perder o foco no que é mais importante: você. Vamos lá?
“Fui demitido, e agora?” Saiba por onde começar
Ser
demitido não é fácil para ninguém. Quando isso acontece, é natural que uma
mistura de sentimentos ruins inunde a nossa mente. Nós questionamos nossa
competência e tendemos a supervalorizar qualquer erro que tenhamos cometido. Ao
mesmo tempo, precisamos lidar com questões burocráticas e, muitas vezes,
problemas financeiros. Mas é possível passar por tudo isso de uma forma mais
leve, direcionando a energia para cuidar melhor de você e, claro, sem deixar de
procurar uma recolocação.
Procure entender os motivos da demissão
Entender os
motivos da demissão não significa se culpar por ter sido demitido e nem ficar
preso àquela sensação incômoda do “Fui demitido e agora?”. Muitas vezes,
especialmente em situações de crise, as empresas precisam fazer cortes – e ser
demitido nessa situação depende muito pouco de seus erros ou acertos.
De qualquer
forma, a ideia é aprender alguma coisa com isso. Tente avaliar – com calma – o
que poderia ter sido diferente. Relembre os feedbacks que recebeu na empresa,
se for o caso. O que eles apontavam? Você foi atrás dos seus pontos de
melhoria? Esse entendimento não vai trazer o seu emprego de volta, mas pode
ajudar a não repetir erros – se é que houve erros – no próximo trabalho.
Informe-se sobre seus direitos
Ao ser
dispensado de uma empresa, é importante que você conheça os seus direitos. Por
exemplo, você tem direito a receber saldo de salário, férias, horas extras,
13o salário proporcional. Tem direito também ao aviso prévio – trabalhado ou
indenizado. Além disso, pode sacar o saldo do seu FGTS e tem direito à
indenização de 40% do valor do saque do FGTS. Para saber mais, confira nosso
post Direitos na demissão ou dispensa: saiba quais são.
Veja como dar entrada no seguro-desemprego
De forma
geral, se você trabalhou em uma empresa com registro em Carteira de Trabalho e
foi dispensado sem justa causa, você pode dar entrada nesse benefício. É
preciso ficar atento ao prazo porque o pedido precisa ser feito de 7 a 120 após
a data de dispensa. Para saber mais sobre isso, confira Seguro-desemprego: tudo que você precisa saber para
receber.
Converse com seus colegas de trabalho
Conversar
com colegas do trabalho, da escola, da faculdade também pode estimular seu
networking e ajudar a conseguir recolocação. Além disso, é uma excelente forma
de manter o ânimo e fazer todo mundo saber que você está no mercado em busca de
oportunidades. Atenção, no entanto, para não falar mal de ninguém e nem da
empresa em que trabalhou. Lembre-se de que comentários desse tipo não ajudam
ninguém.
Cuide da sua saúde mental
Nesse
momento, é natural que você se sinta estressado ou desanimado (ou as duas
coisas ao mesmo tempo). A dica é reservar alguns momentos para fazer coisas que
você gosta e que não tinha tempo enquanto estava trabalhando.
No entanto,
se essas sensações persistirem por muito tempo ou impedirem você de fazer o que
gosta, de conversar com pessoas ou até de procurar outro emprego, talvez seja o
caso de buscar ajuda especializada.
A ONG
Cruzando HIstórias oferece sessão gratuita para pessoas na sua situação. Para
saber mais, veja ONG oferece apoio psicológico
gratuito para desempregados.
Como lidar com os primeiros 7 dias depois do “Fui demitido e agora?”
Os sete
primeiros dias depois da demissão costumam ser os mais difíceis. Criamos um
pequeno guia para ajudar você a passar por eles da melhor maneira possível.
Vamos tentar?
1º dia: aceite a perda
Somos
pessoas, não máquinas. É natural que você fique emocionalmente abalado nessa
hora. A recomendação é que você tire esse dia para refletir e também para ficar
com pessoas próximas que poderão te dar apoio.
2º dia: elabore (ou atualize) seu planejamento financeiro – Parte 1
Criar um planejamento financeiro também é
uma boa estratégia para saber exatamente como está a sua situação e como você
deve se organizar daqui pra frente. A ideia é listar todos os valores que
entram em seu caixa mensalmente e confrontar com os valores que saem. O
dinheiro que sobrar em seu extrato será seu “saldo” e, positivo ou negativo,
ele deverá ser “acumulado” no mês seguinte. Para hoje, a sugestão é que você
acesse seu extrato bancário e faça o levantamento de seus gastos dos últimos 3
meses, pelo menos. Veja um exemplo a seguir:
Dica: na internet é possível baixar planilhas em Excel prontas para você preencher os valores.
3º dia: elabore (ou atualize) seu planejamento financeiro – Parte 2
Agora que
você já fez o levantamento de seu histórico financeiro de pelo menos o último
trimestre, chegou a hora de fazer a projeção de como estará o seu caixa nos
próximos meses. Para fazer esse exercício, tenha em mente que:
- Você
não irá mais receber seu salário, mas valores a receber como férias
vencidas, seguro desemprego ou até mesmo FGTS devem ser considerados,
dependendo de sua situação empregatícia. Faça o cálculo da sua rescisão;
- Algumas
de suas despesas mensais poderão sofrer redução, como por exemplo o gasto
diário com transporte, que passará a ser semanal, dependendo do volume de
entrevistas que você participar;
- Considere
a média dos últimos 3 meses para projetar suas despesas para os próximos
meses.
4º dia: busque outras fontes de receitas de curto prazo
Com o seu
plano financeiro nas mãos, você saberá exatamente quantos meses você tem de
vida financeira “no verde”. Para ganhar ainda mais fôlego, tire o dia para
refletir sobre alternativas que você tem para conseguir uma nova fonte de
receita no curto prazo. Vale de tudo, desde abrir o guarda-roupa e começar a
selecionar uns desapegos para vender na internet até fazer algum trabalho
artesanal que você sempre deixou de lado. Também vale a pena cancelar ou
reduzir alguns serviços. Seu plano de celular, por exemplo. Será que você pode
optar por um mais barato? Vale a pena buscar formas de reduzir custos para
fazer sua reserva financeira durar mais tempo.
5º dia: descubra você mesmo
Agora que
você já tem clareza da sua capacidade financeira e já realizou ações de
curtíssimo prazo para levantar um dinheiro extra, separe este dia para conhecer
a si mesmo. Navegue pela internet em busca de testes comportamentais
relevantes, realize as avaliações e leia todos os relatórios de perfil. Caso
tenha interesse, você poderá realizar o nosso teste comportamental gratuitamente
. Reflita sobre seus pontos fortes e fracos e, se necessário, faça anotações.
Você usará essas informações nos próximos dias.
6º dia: avalie o mercado
O
conhecimento mais abrangente sobre suas fortalezas e interesses é essencial
para que você consiga definir os tipos de organizações que deseja trabalhar e
também os cargos e salários que melhor se encaixam com seu perfil. Para ajudar
a encontrar melhor as empresas, recomendamos que acesse portais de
emprego como o VAGAS.com.br, que é gratuito. Tenha ao lado do seu
computador as anotações de si mesmo do dia anterior ?
7º dia: trace seu discurso de venda
Uma vez que
você já tem definido o perfil das empresas em que deseja trabalhar, chegou a
hora de escrever seu “discurso de venda”. Assim como um produto na prateleira
do supermercado, liste os seus diferenciais competitivos, as suas principais
habilidades e sua faixa salarial. Essas informações serão essenciais para a
elaboração de seu currículo e também na avaliação de possíveis vagas.
Como se preparar para retomar as buscas por emprego
Depois dos
sete primeiros dias, é hora de começar a responder a pergunta “Fui demitido e
agora?” procurando emprego. Pode ser difícil no começo, mas se você conseguir
criar uma rotina para isso, vai ser mais fácil e – possivelmente – mais
eficiente. Veja o passo a passo.
Trace um plano de carreira
Aproveite o
momento para pensar na sua carreira e definir seu objetivo. Onde você quer
chegar? Qual o seu plano? Se você nunca traçou um plano de carreira, este pode
ser o melhor momento para isso. Para saber como fazer isso, veja 7 etapas para planejar a carreira profissional e crescer.
Atualize (e divulgue) seu currículo
Atualizar seu currículo é muito importante para começar a procurar emprego. Aproveite que sua memória está fresca, anote todas as suas realizações no último cargo que ocupou, todas os cursos que fez e certificações que obteve. Empenhe-se o máximo que puder nessa atualização para deixar o currículo realmente interessante para quem ler. Ele é seu cartão de visitas e seu desempenho em praticamente todo processo seletivo depende dele inicialmente.
Faça cursos complementares
Aprender
sempre é bom. Portanto, aproveite o tempo que você tem agora para buscar novos
conhecimentos na sua área de atuação. Ou, se você quer mudar de área, na nova
área em que você pretende atuar. Aqui, valem inclusive as opções de cursos online gratuitos.
Crie conteúdos sobre sua área (se possível)
Se você
gosta de escrever e tem algum conhecimento que seja interessante de
compartilhar, uma ideia é começar a criar conteúdos para distribuir pelas redes
sociais. Essa estratégia traz visibilidade para você e ativa seu networking.
Mas vale o alerta: faça isso apenas se você de fato tem conhecimento para
compartilhar e sabe como colocar isso em forma de texto. Um texto mal escrito
ou um simples “copiar e colar” podem ter efeito inverso, ok?
Faça conexões com profissionais do seu segmento
Ativar e
ampliar o networking nesse momento é muito importante para agilizar a sua
recolocação. Comece fazendo contato com pessoas que você já conhece, deixe-as
saber que você está procurando emprego. Depois, tente contato com pessoas da
sua área que ainda não conhecem o seu trabalho, mas podem ser boas fontes de
indicação. A dica é fazer isso com cuidado, sem ser inconveniente.
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