Porém, sempre será
desafiador conseguir encontrar, dentre tantas opções disponíveis, aquilo que
faz nossos olhos brilharem. E uma vez que encontramos, conseguir nos manter e
viver disso. Seja o que for, uma coisa é certa: vai dar trabalho. Vai doer, vai
cansar. Haverá momentos em que você vai querer jogar tudo pra cima e virar
monge, passar o resto dos seus dias meditando e nunca mais ter que pensar sobre
isso; mas dali a pouco volta à luta, porque é nisso que você acredita.
Surge então a
questão: em quê poderíamos
acreditar o suficiente para abraçar as dificuldades e superar todas as pedras
que vão surgir pelo caminho?
Se você ainda não
faz ideia de qual seria essa “coisa”(muitos chamam de propósito, missão de vida
ou ikigai), não se preocupe, poderá descobrir com o tempo.
Aqui, escolhi chamar de sonho por
ser um termo mais amplo e evitar o entrincheiramento do seu entendimento – mas
sinta-se livre para dar o nome que fizer mais sentido para si.
Independente do
nome que escolher, é preciso muita reflexão e observação para encontrar
respostas para o que queremos fazer da nossa vida. Mas não precisamos ir muito
longe quando a verdadeira reflexão começa “em casa”: já reparou que, embora
convivamos com nós mesmos 24 horas por dia, não nos conhecemos direito? Quem sou eu? Do que eu gosto? Quais são
as minhas prioridades?
Para facilitar
essa compreensão e jornada, gostaria de compartilhar com você 5 lições que aprendi, na esperança que também possam lhe
ajudar.
1 – O que você faria se não
precisasse ganhar dinheiro?
Antes de
responder, reflita sobre os tipos de sonhos que existem. Segundo Michael
Gerber, autor do livro Desperte
o empreendedor que há em você,
existem dois:
– Sonho pessoal:
impacta só a sua própria vida
– Sonho impessoal:
impacta a vida de um grupo ou sociedade
Nossos sonhos
pessoais, quando alcançados, geram uma alegria momentânea que logo acaba. Isso
acontece porque normalmente nossos sonhos pessoais estão ligados com a obtenção
de algo físico, palpável.
Já nossos sonhos
impessoais geram uma alegria genuína, pois estão ligados ao nosso propósito ou missão. É o resultado de atitudes que impactam
positivamente a vida das pessoas e faz levantar da cama pela manhã com
disposição.
2 – Duas perguntas
fundamentais
Se você já sabe
qual é o seu sonho, uma coisa é obvia: saber como alcançá-lo. É preciso definir
seus objetivos e, principalmente, fazer as perguntas certas.v
Sempre que preciso tomar uma decisão frente às oportunidades que surgem na vida, faço duas perguntas:
A primeira pergunta é: qual é o próximo
passo?
A vida muda muito
rápido para planejar muitos passos à frente. Não faz sentido querer definir o
décimo passo quando não se deu nem o primeiro. Fazer essa primeira pergunta é
interessante porque você cria abertura aos imprevistos e dá margem de manobra
para se adaptar às mudanças no caminho.
Preocupar-se agora com etapas distantes pode ser perda de tempo e de energia. Você com certeza não será a mesma pessoa daqui alguns anos. Terá desejos, pensamentos e objetivos diferentes. Estabeleça uma meta e só se preocupe com a próxima quando completar essa.
A segunda pergunta é: isso me afasta ou
me aproxima dos meus objetivos?
É uma pergunta
complementar à anterior. Com o próximo passo definido, é hora de entender se é
o melhor passo a dar neste momento.
Porém, é preciso
ter atenção com essa decisão. Depois de tomá-la, existe sempre uma queda antes de conquistarmos nossos objetivos.
Essa queda pode ser identificada como a sensação de que
aquilo não é para você, causando desconforto, deslocamento e medo, o que pode
lhe puxar de volta para a sua zona de conforto. É como se a vida
perguntasse: é isso mesmo que
você quer?
Mantenha-se firme
e aceite o desafio que, com o tempo, essa sensação irá passar. A vida se torna
mais interessante quando não temos todas as respostas e nos permitimos mudar de
ideia ou de caminho. Assim, permita-se ir mais devagar e dar um passo de cada
vez.
3 – No que você presta
atenção?
Imagine que, todo
dia de manhã, são depositados R$ 86.000 na sua conta para gastar como quiser.
Só há uma única condição: no final do dia, tudo o que você não gastou é
retirado da sua conta sem a possibilidade de guardar o excedente.
Nesta metáfora, o
dinheiro é o seu tempo. Todo dia você recebe 86 mil segundos para gastar
como quiser. Colocar sua atenção em algo é investir tempo, e o seu tempo é o seu bem mais
valioso.
O filósofo e psicólogo William James dizia: “Minha experiência é aquilo que eu concordo em prestar atenção.” Segundo Maura Thomas, a equação é bem simples: sua atenção se torna suas experiências, que determinam a vida que você vive. Ou seja, você se torna aquilo em que você presta mais atenção.“
Com suas
prioridades muito bem definidas torna-se menos fácil a ansiedade lhe engolir.
Proteja o seu espaço e o seu tempo, e assim você conseguirá se dedicar ao que
realmente importa. Isso significa aprender a dizer não algumas vezes.
4 – E agora, o que
eu faço?
Não há uma receita
infalível para tantas variáveis. Existem diversas ferramentas e metodologias
que podem ajudar a criar uma estratégia de ação, mas daí para frente é
basicamente tentativa e erro.
A vida não é uma
linha reta do ponto A ao ponto B. Então como saber qual é a melhor escolha?
Bom, não tem muito como saber ao certo antes de fazê-la. Às vezes nem mesmo
depois. É o que Barry Schwartz chamou de Paradoxo da Escolha: com tantas possibilidades e opções, nunca temos
certeza se fizemos a melhor escolha.
Sempre existirá
aquela sensação de que se tivéssemos escolhido outro curso na faculdade
seríamos mais realizados e valorizados; se tivéssemos aceitado aquela proposta
de trabalho em outra empresa estaríamos melhor financeiramente; se não
tivéssemos terminado aquele namoro nos sentiríamos mais completos e amados; se
isso, se aquilo…
A verdade é que não sentimos as frustações das escolhas que não fizemos. No livro A Vida que Vale a Pena Ser Vivida, do professor Clóvis de Barros Filho, ele comenta que não conseguimos sentir as dores da vida que não escolhemos viver. Ou seja, nossas escolhas são uma incógnita emocional.
Não importa o quão
bem-sucedido e bem-sucedida você se torne ou quantas conquistas você tenha no
currículo. Você vai sempre se perguntar: e agora, o que eu faço?
Uma saída é criar
uma rotina. Uma prática diária, algo que você faça independente do que
aconteça. Algo que lhe dê segurança em relação ao mundo caótico lá fora. Quando
tiver dúvidas, a sua rotina diz exatamente o que fazer.
Gosto de pensar
que o nosso dia-a-dia é como o mito de Sísifo, que rola um pedregulho gigantesco montanha
acima, para começar tudo novamente no dia seguinte. Mas manter uma rotina nem
sempre é fácil. É possível que, em algum momento, você se sinta afogado em meio
às exigências cotidianas. Nessas situações, costumo fazer uma lista. Criar uma
lista permite que você visualize e organize as suas tarefas, o que é mais
importante fazer e em que ordem fazer. Uma lista também reduz a ansiedade de
que temos imensas coisas para realizar.
5 – Pelo o que você é grato
e grata?
Todas as vezes que tive o prazer de alcançar grandes objetivos, sempre havia alguém que me perguntava: “você não ficou feliz por ter conquistado isso?”. Talvez porque eu não aparentava estar tão feliz assim. Claro que ficava feliz, mas talvez não tão feliz quanto esperavam que eu estivesse. Sentia-me culpado por não corresponder às expectativas que tinham da minha alegria, e me questionava se eu não dava o devido valor às minhas conquistas.
Porém, entendi que
cada pequena conquista é louvável. Celebro cada pequeno passo que consigo dar
em direção aos meus sonhos. Já celebrei o que tinha para celebrar ao longo do
caminho que, no final, aquela conquista já era esperada, porque sei o trabalho
e esforço que deu conquistá-la.
É a soma dessas
pequenas conquistas que tornam algo realmente grandioso. Não subimos uma escada
num único pulo, e sim degrau a degrau. Além disso, você nunca vai chegar lá. Sempre vai haver um novo objetivo, um novo
desafio, um novo sonho. Não há um destino final, há apenas a pergunta: qual é o próximo passo?
Mas quer saber de
uma coisa? É bom que as coisas sejam assim para conseguirmos acompanhá-las.
Ansiamos tanto por grandes mudanças, mas não sabemos lidar com elas. Grandes
mudanças são bruscas e violentas e raramente passamos por elas sem algum
trauma. As mudanças sutis na nossa vida são as que realmente duram, pois estão
numa velocidade que conseguimos dar conta, que conseguimos controlar e,
principalmente, que conseguimos prestar atenção.
Recapitulando:
Em resumo (e
pulando toda a parte interessante), para alcançarmos nossos sonhos é preciso:
Copiado: https://ofuturodascoisas.com/
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