O que é TPM?
A partir do final da segunda Guerra mundial, com a evolução das
indústrias de fabricação e montagem, houve uma necessidade natural de
investimentos em novos equipamentos fazendo com que as máquinas tornassem
altamente sofisticadas e automatizadas.
Dentre vários países, o Japão logo
embarcou no desenvolvimento de tecnologia industrial, se tornando um dos
líderes mundiais na aplicação de robôs. Com equipamentos mais sofisticados para
produzir e o aumento de volume, a necessidade então passou a ser fazer a produção
programada no tempo correto.
Foi exatamente a combinação da
necessidade do cumprimento da produção programada com a automação dos
equipamentos que fez com que as empresas tivessem a ter maior interesse por
melhorar o processo de gerenciamento da manutenção dos equipamentos a fim de
garantir a produção.
O termo TPM foi definido originalmente pelo JIPM
(Japan Institute of Plant Maintenance) e é um método de gestão que identifica
as perdas existentes no processo produtivo e
administrativo, maximiza a utilização do ativo industrial e garante a geração
de produtos de alta qualidade a custos competitivos.
Inicialmente, o TPM incluía
cinco estratégias a citar: a maximização da eficácia do equipamento, o
desenvolvimento de um sistema de manutenção produtiva que cobrisse a vida
útil do equipamento, o envolvimento de todos os funcionários da organização
desde a alta gerência até o chão de fábrica, o envolvimento de todos os
departamentos que planejam, usam e mantem os equipamentos e a promoção da manutenção produtiva através do
gerenciamento motivacional com grupos pequenos e atividades autônomas.
No entanto, observando a evolução
do TPM nas diferentes indústrias e a sua
aplicação em todos os departamentos, incluindo os administrativos e de vendas,
o JIPM introduziu uma nova definição de TPM com
uma nova estratégia. Assim, o TPM focou-se
nas seguintes estratégias:
·Tornar possível a construção de uma organização incorporada com o
objetivo de maximizar a eficácia dos sistemas de produção.
· Fazer a organização focar na prevenção de todos os tipos de perdas de forma a assegurar zero falhas, zero acidentes e zero defeitos
garantindo a vida do sistema de produção através da utilização
de metodologias no chão de fábrica.
· Na implantação do TPM,
garantir o envolvimento de todos os departamentos da organização, incluindo
vendas e administração.
· Garantir o envolvimento de todos, desde os funcionários de
chão-de-fábrica até a alta gerência na execução do TPM;
· Condução das atividades com foco na perda zero de atividades de pequenos
grupos.
1 – Histórico do TPM
- Até 1950 – A manutenção se baseava no conserto após a
quebra. Dessa forma, havia intervenção no equipamento apenas após o mesmo ficar
inoperante.
- 1951 – A manutenção preventiva foi introduzida no
Japão, baseando-se nas manutenções preventivas que já ocorriam na América.
Nesta época o Japão havia acabado de sair da guerra e as indústrias de processo
japonesas estavam começando a se organizar.
- 1957 – Foi
introduzido o conceito de manutenção por melhoria, ou seja, quando o
equipamento estava produzindo, mas fosse detectada uma oportunidade de
melhoria, eram feitas intervenções a fim de melhorar as suas condições e evitar
a quebra.
- 1960 – Surgiu o
conceito de prevenção da manutenção. Sendo assim, os equipamentos começaram a
ser projetados focando a facilidade de manutenção e a confiabilidade, com análise das quebras que
poderiam ocorrer antes mesmo de fazer o novo equipamento.
- 1971 – Surgiu o
TPM 1ª Geração com a estratégia na máxima eficiência dos equipamentos e análise
de perda por falha dos equipamentos com o conceito quebra zero.
- Década de 80 – O TPM
evolui para a 2ª Geração com um foco melhor na análise das perdas (seis principais perdas) e com o conceito perda zero.
- Década de 90 – A 3ª
Geração coloca o foco nos sistemas de produção e acrescentando ferramentas como
o OEE (Overal Eficiency Equipment) agregado
a redução de custos e objetivando o defeito zero.
- A partir de 2000 – O TPM
evolui para a 4ª Geração, se estendendo além da produção, atingindo setores
como logística e administrativos (companhia como um todo). As análises de perdas tornam mais abrangentes,
englobando perdas por máquinas, processos, pessoas e produtos.
2 – Quais os objetivos básicos do
TPM?
O TPM objetiva a eliminação das
causas das quebras e dos defeitos a fim de garantir a manutenção planejada e programada. Ele se
baseia no comportamento humano e entende que o aumento da disponibilidade,
fácil operação e manutenção das máquinas e equipamentos contribuem para manter
um ambiente produtivo e com qualidade total.
É fácil perceber que o TPM acaba
proporcionando um ambiente limpo, organizado e seguro, e, portanto, mais
saudável. Por isto, costumamos dizer que seu objetivo principal é composto por
três sub-objetivos: a “Quebra Zero”, o “Defeito Zero” e o “Acidente
Zero”.
– Quebra Zero, Defeito Zero e Acidente
Zero.
Só é possível atingir estes três objetivos com mudanças de
comportamentos e atitudes de todos os funcionários da empresa. Se observarmos
os japoneses, é fácil perceber porque eles possuem sucesso com a implantação
desta ferramenta.
Eles simplesmente entenderam o conceito e reorganizaram a
empresa de forma a implantar uma cultura organizacional voltada a garantir a
integração entre homem, equipamento e produto com o envolvimento de todos os
departamentos, principalmente os de produção e manutenção, essenciais para o
processo. A partir daí eles tornaram isso um hábito, sempre buscando melhorar o
processo disciplinarmente.
Eles mudaram a frase: “Eu opero, você conserta”
Para: “Eu e você produzimos”
3 – Benefícios conquistados com o
TPM:
No livro “TPM in Process
Industries”, o autor Tokutaro Suzuki, menciona que podemos dividir os
benefícios conquistados com o TPM em duas categorias: os tangíveis (que podemos
mensurar) e os intangíveis (que não podemos mensurar mas podemos sentir o
efeito). Antes de falar dos tangíveis, é bom lembrar que estes resultados foram
medidos em organizações que implantaram esta ferramenta e
consequentemente possuem fundamentos. Vamos lá:
Benefícios Tangíveis:
- ·
Aumento da produtividade líquida de 50% a 100%;
- ·
Quedas de paradas repentinas em 90%;
- ·
Aumento global da eficiência da planta de 50% a 100%
- ·
Quedas de 90% nos defeitos de processos;
- ·
Quedas 75% de reclamações de clientes;
- ·
Redução dos custos de produção em até 30%;
- ·
Produtos e inventários de trabalho em processo (WIP) equilibrados;
- ·
Aumento das sugestões de melhorias por parte dos funcionários de 5 a
10x;
Benefícios Intangíveis:
- · Auto-gestão dos funcionários, onde os operadores cuidam dos seus
próprios equipamentos sem direcionamentos;
- · Estabelecimento da autoconfiança e atitude nos colaboradores para
redução das paradas e defeitos;
- · Local de trabalho limpo, organizado e alegre;
- · As pessoas que visitam uma planta com TPM ficam com a imagem de uma
companhia altamente organizada.
- · Isso tende a aumentar o número de pedidos.
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