O Design Thinking, como indica o nome, é uma forma de abordagem tomada do campo do design e adaptada às empresas e corporações.
Literalmente, o termo significa “pensamento do design” ou "pensar como designer". O que isso quer dizer, na prática?
Segundo o livro “Design Thinking - Inovação em Negócios”, pensar como designer é abduzir.
O design, para além da estética de produtos ou serviços, enquanto tipo de conhecimento, tem como objetivo a promoção do bem-estar na vida das pessoas.
A apropriação desse conceito e sua aplicação no mundo dos negócios tem a ver com inovação. A percepção do designer do mundo e pessoas ao redor é o que gestores buscam como forma de expandir horizontes na hora de criar projetos e executar tarefas, chamando essa abordagem de Design Thinking.
O termo existia anteriormente, mas foi popularizado por Tim Brown, CEO da Ideo, empresa norte-americana consultora em design. O empresário busca estabelecer a diferença entre ser um designer e pensar como um.
Em sua visão, todos deveriam pensar como designers, ainda que não sejam da área, para conquistar um nível de inovação radical nas empresas e na vida.
Da mesma forma que um profissional do design enxerga de forma holística o mundo ao seu redor, observando aspectos cognitivos, emocionais e estéticos que afetam as experiências humanas, empresários precisam olhar seu contexto com empatia, a fim de identificar problemas a serem solucionados, bem como criar respostas verdadeiramente inovadoras para eles.
Pelo menos é isso que pensam os defensores desse método.
Assim, o “pensamento abdutivo” do design, como visto no livro supracitado, se refere a uma forma pouco convencional de raciocínio.
“Nesse tipo de pensamento, busca-se formular questionamentos através da apreensão ou compreensão dos fenômenos, ou seja, são formuladas perguntas a serem respondidas a partir das informações coletadas durante a observação do universo que permeia o problema. Assim, ao pensar de maneira abdutiva, a solução não é derivada do problema: ela se encaixa nele”, diz a obra.
Como funciona o Design Thinking?
O pensamento abdutivo se desdobra em métodos de pesquisa e análise, de forma que hoje o Design Thinking é visto como um conjunto de práticas e processos, um método que propõe uma nova abordagem aos problemas.
Isto se relaciona à obtenção de informações, sua análise e as consequentes soluções propostas a partir do conhecimento gerado.
O foco passa a ser a experiência do consumidor ou do público-alvo, na busca por respostas aos problemas encontrados através do Design Thinking enquanto abordagem metodológica.
A grande diferença deste método é que ele parte da solução, do projeto, e não necessariamente de todos os parâmetros do problema, como é comum no método científico.
A observação da vida humana gera insights quanto ao que as pessoas querem ou precisam, e o desafio do Design Thinking é responder criativamente a tais necessidades e desejos, prioritariamente através de trabalho colaborativo entre equipes multidisciplinares.
A colaboração com o próprio consumidor na hora de criar projetos e soluções é também uma característica dos design thinkers.
Tim Brown acredita que a próxima geração de designers trabalhará em conjunto com o público, de forma que eventualmente o próprio consumidor terá condições de pensar como designer, elaborando, ele mesmo, projetos que melhorem sua experiência.
Etapas do Design Thinking
As etapas atribuídas ao design thinking são a imersão, ideação, prototipação e desenvolvimento.
“A inovação guiada pelo design veio complementar a visão do mercado de que para inovar é preciso focar no desenvolvimento ou integração de novas tecnologias e na abertura e/ou atendimento a novos mercados: além desses fatores tecnológicos e mercadológicos, a consultoria em Design Thinking inova principalmente ao introduzir novos significados aos produtos, serviços ou relacionamentos”, dizem os autores do livro Design Thinking.
O processo, desde a imersão até o desenvolvimento, busca a inovação de forma não linear, a atribuição e descoberta de novos valores e significados para os projetos, serviços e produtos, bem como a constituição do pensamento integrativo como ferramenta para o alcance de soluções, não exatamente definitivas, mas holísticas e baseadas na experiência do consumidor.
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