Graças à internet e às redes sociais, eles estão (mesmo) em todos os lugares e são famosíssimos, apesar de, muitas vezes, circularem incógnitos pelas ruas. E, acredite, já se tornaram vitais para a sobrevivência de muitas empresas. São os chamados influenciadores digitais, que arregimentam milhões de seguidores, fiéis aos seus posts e às suas indicações – o que, em termos de comunicação de marca, pode, literalmente, não ter preço.
Se, antigamente, o grupo dos formadores de opinião se restringia a alguns (poucos, diga-se) atores e atrizes, cantores e cantoras, jornalistas, esportistas e homens e mulheres de mídia, agora quase qualquer um pode ditar moda. E as empresas precisam entender, o mais rápido possível, que esses blogueiros, tweeteiros, youtubers, snapchaters, vloggers, instagramers e sabe-se lá quantos outros termos geeks contemporâneos são peças fundamentais em seus planos de comunicação.
De acordo com recente pesquisa do eMarketer, 45% dos consumidores em todo o mundo já dependem de suas redes sociais para orientar suas decisões de compra. E não, não se trata de um modismo. Trocando em miúdos, companhias que não fazem parte desse universo online e superconectado estão deixando de fazer bons negócios.
É aí que entra a boa gestão da comunicação corporativa. É preciso que ela esteja preparada e orientada para o “novo” consumidor, que busca cada vez mais informações na internet e precisa encontrá-las em canais confiáveis e influentes. Isso porque se uma escolha acertada pode significar ondas de sucesso no mercado como você nunca viu antes (e aqui estou falando, literalmente, de milhões de interações), um influenciador mal-intencionado pode causar estragos à imagem.
Para reconhecer os bons influenciadores digitais é preciso, antes de tudo, analisar seu comprometimento, acompanhar de perto suas postagens – para ter certeza de que o conteúdo tem mesmo qualidade e se eles postam com frequência (ou seja, se são dedicados e responsáveis) – e, só então, se suas postagens geram impacto positivo sobre os seguidores. Invista tempo esmiuçando os comentários dos seguidores, se costumam concordar mais ou menos com o post, se marcam outras pessoas, se compartilham os conteúdos etc.
Os “famosos” da internet (e uso as aspas porque muitos passariam despercebidos nos corredores dos shoppings centers) se tornaram os fiéis da balança para qualquer campanha de marca que se preze. E o melhor: eles não se restringem aos grandes centros urbanos ou ao eixo Rio-São Paulo – ou seja, é possível, por meio deles, impactar potenciais consumidores nos quatro cantos do Brasil. Isso porque uma das missões cumpridas pela web foi permitir que qualquer internauta possa produzir conteúdo independentemente de onde esteja.
A telinha é o canal. Segundo pesquisa TIC Domicílios, publicada em setembro do ano passado, existem no País cerca de 102 milhões de internautas. E o principal equipamento para acessar a rede é o telefone celular. Além disso, o brasileiro já passa mais tempo navegando na internet do que consumindo outra mídia – de acordo com estudo levado a cabo pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República no começo de 2016.
A pesquisa descobriu que 76% das pessoas acessam a internet todos os dias, com uma exposição média diária de quase 5 horas de 2ª a 6ª feira e de 4h24 nos finais de semana. Eles estão em busca, principalmente, de informações (67%) – sejam elas notícias sobre temas diversos ou informações de um modo geral – e diversão e entretenimento (67%).
A geração Millennial (nascida entre 1980 e 2000), por exemplo, deposita mais confiança em celebridades das mídias sociais do que as demais faixas etárias. Por isso, empresas de todo o mundo estão contratando influenciadores para dar uma nova cara às ações de marketing e conquistar a aprovação do público jovem. Mas fique atento, porque, também nesse cenário, nem tudo que reluz é sabre de luz!
Pesquisa da youPIX, tabulada em setembro do ano passado, revela alguns pormenores que vale a pena destacar:
- 40% dos influenciadores digitais com mais de 1 milhão de fãs são mulheres.
- Somente 2% dos influenciadores digitais geram 54% das interações nas redes.
- A rede com menor quantidade de influenciadores com mais de 1 milhão de fãs é o YouTube.
- O que mais importa para as marcas na hora de contratar influenciadores é a relevância que eles têm junto a sua audiência.
- Lendo os pormenores da pesquisa fica bastante claro que, ao investir em marketing via redes sociais, nem sempre a pessoa mais famosa é a que trará melhores resultados para a sua campanha. Invista, portanto, no influenciador mais estratégico e influente naquela faixa etária e perfil que você imagina ser a mais relevante para o produto/serviço em questão.
- E lembre-se: mais ainda do que na vida real, no mundo virtual, tanto sucesso quanto fracasso podem ser instantâneos. Portanto, a margem de erro é menor. Trabalhe bem todo o processo antes de colocar o bloco na rua. O brainstorming (aquele mesmo criado nos anos 50 e que teve seu auge nos 80/90) ainda é fundamental para que uma campanha de comunicação de marca tenha mais chances de atingir seus objetivos ao sair do papel – ou da tela do seu smartphone.
- Por: Tania Magalhães - Comunicação Corporativa do PayPal para a América Latina
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