Existe uma grande diferença
entre saber e fazer. Na internet, temos acesso a toda e qualquer informação que
precisemos.
Tudo
o que você precisa saber sobre nutrição, por exemplo, você pode encontrar
facilmente na internet. Acontece que saber não basta, e a grande dificuldade
está em agir.
No
Brasil, o governo tenta passar, a vários anos seguidos, informações sobre os
males que o cigarro traz para a população, mas quando é que alguém parou de
fumar por causa disso? As pessoas que fumam sabem quais problemas e transtornos
o fumo causa em suas vidas, mas mesmo assim o hábito continua. A primeira
conclusão, portanto, é que somente a informação
não é suficiente.
Outro ponto importante é
sobre a nossa força de vontade. Como já falamos aqui no blog anteriormente, a
nossa força de vontade é finita, ou seja, ela possui um fim, um limite. Segundo
as pesquisas de Roy F. Baumeister, autor do livro “Willpower:
Rediscovering The Greatest Human Strength” ("Força de
Vontade: Redescobrindo a Maior Força Humana", em
tradução livre), a nossa força de vontade é – nos melhores casos - fraca e
limitada.
"Mesmo assim, ainda acreditamos
que a força de vontade é o fator chave para a mudança!"
Acontece
que a força de vontade é facilmente sabotada por hábitos mais prazerosos, como
comer chocolate ao invés de comer uma maçã. Nossa motivação - ou nossa força de
vontade - também se reduz no decorrer do dia, e é por isso que muitos
especialistas nos dizem que devemos fazer as coisas mais importantes logo no
começo do dia, para evitar situações de procrastinação e falta de vontade. A
segunda conclusão, portanto, é que não devemos nos
basear somente na força de vontade.
O
terceiro ponto é extremamente importante – e todos nós já sabemos. O ser humano
é uma máquina movida a hábitos. Praticamente a metade do nosso dia a dia é
caracterizado por rotinas e rituais que temos de longa data, os quais dominam e
passam por cima dos nossos mecanismos de controle, ou seja, dos nossos atos
conscientes. Em uma escala evolutiva, a nossa mente inconsciente é muito mais
antiga do que a nossa mente consciente, o que faz com que ela seja também mais
poderosa, mais presente no nosso dia a dia. Mesmo que você saiba que deve
evitar comer chocolate enquanto está em dieta, o seu hábito volta assim que
algo faça você se lembrar do chocolate.
De uma
forma generalizada, 90% de todas as nossas intenções falham por causa de nossos
hábitos antigos que temos, que nos impulsionam a agir de forma errada e ignorar
os nossos objetivos frente a situações mais prazerosas. Isso nos leva à
terceira conclusão: nossos hábitos são mais fortes que os nossos
objetivos.
Existe
também um quarto ponto. Quando estamos aprendendo a tocar violão, tudo que
vemos é novidade. Cada novo acorde aprendido agrega muito valor para nós. Com o
tempo, o conhecimento começa a ficar mais escasso e complicado, e o aprendizado
se torna muito mais lento. Ou seja, quanto mais tempo se passa, menos visíveis
são os resultados.
Parece que chegamos a um determinado ponto em que nossas
habilidades não evoluem, o que nos leva a desistir. Não temos mais incentivos
para praticar, pois não conseguimos enxergar os resultados. Além disso, nós
temos a tendência de desistir depois de dar alguns passos para trás, ou seja,
depois de pisarmos na bola algumas vezes. A quarta conclusão, portanto, é que a
falta de resultados visíveis nos leva a desistir.
Vamos fazer um breve resumo sobre
os quatro pontos que vimos até agora:
1. A
informação não basta, pois o principal é a ação;
2. A
nossa força de vontade é supervalorizada, mas não é eficaz;
3.
Nossos hábitos são mais fortes que os nossos objetivos;
4. A
falta de resultados visíveis nos leva à desistência.
O que podemos fazer para
resolver isso?
• Mesmo
que a informação não baste, ela ainda é necessária para que desempenhemos
alguma atividade com perfeição. Portanto, não deixe de buscar as informações
sempre que possível.
• Não
acredite que a força de vontade irá ser suficiente para mudar a sua vida.
Precisamos criar sistemas em nossas vidas para que bons hábitos sejam
fomentados e hábitos ruins sejam minimizados. Para tal, recompense as suas
ações positivas e crie lembretes (visuais e mentais) de seus objetivos, de onde
deseja chegar e do que precisa fazer.
• Como
os hábitos são mais fortes que os objetivos, é essencial que você crie hábitos
saudáveis e positivos em sua vida. Como dizia Brian Tracy, autor americano de
diversos livros de auto-ajuda, "pessoas de sucesso são simplesmente
aquelas com hábitos de sucesso".
•
Precisamos criar resultados visíveis em nossas vidas para não desistirmos. Se
nosso objetivo é perder peso, não acho uma boa ideia olhar apenas para o espelho.
Minha sugestão é que você crie uma planilha no Excel ou anote em um caderno o
seu peso toda vez que você subir em uma balança. Dessa forma você pode comparar
o seu peso com o anterior, e pode ver quanto você emagreceu no decorrer de uma
semana, um mês ou um ano, criando um resultado visível para si mesmo.
Para
encerrar este post, tenho algumas perguntas para você: quantas vezes você já
desistiu porque sua vontade acabou completamente? Quantas vezes você acabou
voltando para os seus hábitos antigos ao invés de continuar a sua dieta, por
exemplo? Quantas vezes você já tentou e tentou mas não encontrou nenhum
resultado visível? Deixe sua resposta nos comentários!
EXTRA:
Além dos
quatro pontos que apresentamos neste artigo, temos algumas outras considerações
importantes a serem feitas, e que já foram comentadas neste blog anteriormente:
• A transição entre uma atividade não habitual e uma atividade
habitual exige bastante desgaste mental, e isto depende principalmente da
dificuldade da tarefa. Quanto mais difícil for a tarefa, mais tempo uma
atividade levará para se transformar em um hábito, e maiores as chances de
desistência.
• Nosso cérebro tenta ao máximo economizar energia, e nada
melhor para economizar energia do que os hábitos. Atividades novas, que não são
habituais, utilizam muito mais energia cerebral do que os nossos hábitos.
Compare estas duas atividades: escovar os dentes e realizar a operação (13 x 27
= ?).
• Quando erramos diversas vezes seguidas e consecutivas, o nosso
cérebro nos dá a ordem de desistirmos, mas a interpretamos equivocadamente. Na
verdade, o que ele quis dizer foi que o método que estamos utilizando pode não
ser o método correto, e que devemos mudar a nossa abordagem, tentar de outra
forma. Infelizmente muitas pessoas acabam desistindo completamente.
Copiado: :www.cienciadoshabitos.com/
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