quinta-feira, 7 de março de 2013

Carência de Vitamina D pode estar relacionada a várias doenças

Dr. Francisco Monteiro Jr - Professor da UFMA explica qual o meio mais eficaz de suprir a deficiência dessa vitamina

Nos últimos anos, o combate ao câncer de pele tem sido muito disseminado pelos mais variados meios de informação. Por isso, as pessoas estão cada vez menos expostas ao sol. Se, por um lado, essa ação contribui para a preservação da epiderme, por outro, tem desencadeado a carência de uma substância muito útil ao ser humano: a vitamina D. 

Há muito tempo, essa vitamina tem sido relacionada ao fortalecimento dos ossos, assim como à prevenção do raquitismo, já que as pesquisas apontam que a vitamina D está diretamente relacionada às inúmeras funções do organismo. 

O cardiologista e professor de Medicina I da UFMA, Francisco Monteiro Jr., está iniciando um projeto de pesquisa nessa área e afirma que a vitamina D “não está apenas ligada ao cálcio, ao fortalecimento dos ossos. 

Além disso, ela tem um papel importante na regulação do sistema imunológico, cardiovascular e controle da proliferação celular. 

Por outro lado, a falta dela pode estar associada a uma variedade enorme de doenças, desde problemas imunológicos, como esclerose múltipla, diabetes tipo 1 e 2, hipertensão arterial, infarto do miocárdio, vários tipos de câncer, enxaqueca, depressão e dores musculares, entre outras”, explicou Francisco Monteiro. 

Atualmente, a principal causa dessa deficiência de vitamina D está relacionada à pouca exposição ao sol, pois esta vitamina precisa dos raios solares para ser sintetizada no organismo

Ela está presente em alguns alimentos, como na gema do ovo, do salmão e do leite enriquecido, mas seria necessário um consumo excessivo desses alimentos para poder suprir a sua carência.
Porém, um pouco de exposição aos raios UV da luz solar podem ativar esse elemento no organismo. 

  • “Na nossa pele, há um precursor da vitamina D, que precisa dos raios solares para ser sintetizado ativando a vitamina”, afirmou o médico.
Mas é importante ressaltar que o cardiologista não está induzindo as pessoas a se exporem de forma intensa ao sol, apenas alguns minutos durante o dia e, algumas vezes por semana, contribuem significativamente para ativar a vitamina. 

Além da exposição ao sol, há outro modo de suprir a carência de vitamina D no organismo, que é por meio da ingestão de suplementos já existentes no mercado. Mas, como todo medicamento possui contra indicação, é aconselhável procurar orientação médica e saber qual a dosagem adequada. 

As pessoas que mais estão propensas a ter deficiência de Vitamina D são as que pouco se expõem ao sol; quem tem pele negra, já que a melanina bloqueia a ação dos raios solares, e os obesos, pois como a vitamina é solúvel na gordura, ela fica retida no tecido adiposo e não circula no organismo corretamente. 

Pró-hormônio 

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a chamada Vitamina D não é uma vitamina e sim um pró-hormônio. Pois vitamina é um elemento que deve ser ingerido porque o organismo não consegue sintetizar, sempre vem de uma fonte externa. 

No caso da Vitamina D, ela pode ser ingerida, mas sua maior parte age no organismo por meio de sua sintetização, ou seja, as pessoas já tem uma pró-vitamina D, que precisa ser ativada pela luz solar. 

Por esse lado, a Vitamina D é um hormônio, isto é, uma molécula que atua sobre os receptores nas células e exerce efeitos que promovem alterações no funcionamento das células. 

Pesquisa 

O professor Francisco Monteiro Jr. está iniciando um projeto de pesquisa para estudar quais tipos de influência a falta de vitamina D tem sobre o coração. Conforme analisou, já existem muitas pesquisas nessa área em várias partes do mundo, mas no Brasil o número de estudos é reduzido. 

“A maioria da população e muitos médicos não têm conhecimento sobre a relação do déficit de vitamina D com várias doenças”, enfatizou o cardiologista. Francisco Monteiro pretende analisar a vitamina D, tendo em conta as variedades étnicas e geográficas. 

Segundo ele, há hipóteses de que a carência de vitamina D pode estar relacionada com a eclampse e com a prematuridade do feto, e muitos outras anomalias comuns no dia a dia das pessoas. 

Enquanto os estudos são feitos, o médico adverte que o modo mais eficaz de suprir essa carência e evitar muitas doenças é ficar alguns minutos se expondo ao sol, de acordo com a cor da pele, aproximadamente três vezes por semana, ou, na impossibilidade, o uso de suplementos de vitamina D, sob orientação médica. 

Fonte: UFMA - Liliane Cutrim - http://www.ufma.br

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