Episódio ou fase depressiva e transtorno depressivo recorrente
Os sintomas depressivos (tristeza, choro fácil e/ou frequente, apatia, sentimento de falta de sentimento, sentimento de tédio, irritabilidade aumentada, desespero, desesperança, culpabilidade, transtorno de sono e apetite) devem estar presentes em pelo menos duas semanas, e não mais do que dois anos, sem interrupção. Os episódios, geralmente, têm duração média de seis meses e variam no minimo de três e máximo de 12 meses.
Pode ser classificado de acordo com a intensidade [leve, moderado, grave] e com a importância clínica dos sintomas. Quando o paciente apresenta vários episódios depressivos, com ausência de episódios maníacos, disgnostica-se, portanto, transtorno depressivo recorrente.
Distimia
Considerada uma depressão crônica, de intensidade leve na maioria das vezes mas, com longos períodos de duração [vários anos], sem interrupção e por, no mínimo, dois anos. Os sintomas mais comuns são diminuição da auto-estima, dificuldade em tomar decisões ou de concentração, mau humor crônico, irritabilidade.
Depressão Atípica
Além dos sintomas depressivos comuns, são somados aumento de apetite (doces), hipersonia (aumento em média de duas horas a mais do que o normal), sensação de corpo pesado, humor alterado (vai de um extremo ao outro com muita facilidade).
Depressão Tipo Melancólica
É um tipo de depressão que está mais associada a fatores neurológicos, cujos principais sintomas envolve uma tristeza sentida no corpo, falta de interesse, lentidão psicomotora, ideação de culpa e a intensidade da depressão diminui conforme o passar do dia.
Depressão Psicótica
É um tipo de depressão grave em que um ou mais sintomas psicóticos estão associados como delírios de culpa e alucinações com conteúdos depressivos.
Depressão Pós-Parto
A Depressão Pós-Parto, geralmente, tem início 4 semanas após o parto, com sintomas gerais de depressão, sem grandes variações, podendo incluir variações intensas de humor e de preocupações com o bebê que pode ser exagerada ou até mesmo delirante.
Esse tipo de depressão pode estar associada à características psicóticas, cujo maior fator associado é o infanticído, no qual a mãe tem alucinações e recebe comandos para matar o bebê ou delírios de que este tenha algo de ruim que justifique sua morte.
Geralmente, mulheres com depressão pós-parto desenvolvem ansiedade grave e ataques de pânico. Suas atitudes em relação ao bebê podem variar desde excesso de cuidado, a ponto de não deixar o bebê um segundo sequer, ao desinteresse completo, deixando de amamentar e/ou cuidar da higiene da criança.
É importante ressaltar que a deprssão pós-parto não está associada àquela tristeza inicial, em que a mãe se deprime nos primeiros 10 dias após o parto, pois é uma tristeza passageira e não afeta os comportamentos da mãe em relação ao cuidado do bebê, nem sua noção de realidade.
O pós-parto é um período extremamente importante, tanto na vida da mãe, quanto do bebê, em que alterações biológicas [tanto na estrutura do corpo da mulher, como nos hormônios e neutrotransmissões associados], psicológicas e sociais são delicadas e devem ser acompanhadas e apoiadas por familiares, amigos, pelos médicos responsáveis pela saúde da mãe e do bebê.
Esturpor Depressivo
Nesse tipo grave de depressão, o paciente pode permanecer dias acamado, sem querer se movimentar, não quer falar com pessoas ou fazer qualquer atividade cotidiana, não tem vontade de se alimentar, e em casos mais complexos não consegue nem controlar a evacuação de urina ou fezes, o que pode gerar agravos clínicos e evoluir à óbito.
Depressão Agitada ou Ansiosa
Possui grande agitação psicomotora com queixas de angústia intensa que se soma aos sintomas depressivos, aumentando a possibilidade de suicídio.
Depressão Secundária
É um tipo de depressão que está associada a outro quadro clínico como fator agravante, como hipo/hipertireoidismo, doença de Parkinson, acidentes vasculares cerebrais (AVC).
Referências Bibliográficas
DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed, 2000. p.100-111; 191-195.
FLECK, Marcelo Pio de Almeida et al. Diretrizes da Associação Médica Brasileira para o tratamento da depressão (versão integral).Rev. Bras. Psiquiatr. [online]. 2003, vol.25, n.2, pp. 114-122.
Disponível em: www.scielo.br/scielo.php?script =sci_arttext&pid=S151644462003000200013&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt>.
Acesso em 21 mar. 2010.
PSIQUIATRIA, Associação Americana de. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais - DSM-IV-TR. Trad. Cláudia Dornelles, 4° ed. rev. Porto Alegre: Artmed, 2002 (p.365-376; p.408-413).
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