Eles quebraram paradigmas geográficos e já são muitos na multidão. Com o empurrãozinho da pandemia, os nômades digitais deixaram de ser um fenômeno efêmero para se transformarem em uma comunidade fortalecida.
A questão aqui não é se você será ou não um nômade digital no futuro, mas sim se você vai saber aproveitar as oportunidades de negócios que devem surgir a partir deste novo modelo de trabalho.
Segundo a Nomad List, uma comunidade mundial que forma uma rede de apoio para o movimento de trabalho remoto no mundo, até 2035, teremos 1 bilhão de nômades digitais em todo o planeta.
Impulsionados pelo trabalho remoto, o home office, ou, para ,muitas pessoas, o anywhere office – trabalhar de qualquer lugar – o nomadismo digital favorece profissões mais conectadas, como influenciadores digitais, designers, produtores de conteúdo, profissionais na área de TI e até mesmo proprietários de e-commerces.
Tradutores, professores
e as áreas de marketing e audiovisual também costumam se encaixar nesse perfil.
Mas, além de ter uma profissão que se encaixe em uma rotina flexível, é
precioso ter a capacidade de se adaptar e a habilidade de saber lidar com as
demandas sem estar no ambiente corporativo.
Quem procura o nomadismo digital busca maior qualidade de vida, adquirir novas experiências culturais, flexibilidade de horários e independência. E apesar de ser um modelo de trabalho que se encaixa perfeitamente no perfil dos Millennials, não são só eles que buscam estar em constante movimento ao mesmo tempo em que prestam seus serviços.
Segundo uma pesquisa da MBO Partners, realizada com o público americano, 19%
dos nômades digitais entrevistados eram da Geração Z; 42% eram Millennials; 22%
deles são da Geração X e 17% são os chamados Baby Boomers.
É um público mais heterogêneo do que se pensa e que, seja onde estiver, busca
lugares que favoreçam o seu modelo de trabalho.
Este é o momento das oportunidades além da experiência única de cada nômade digital: existe aqui uma possibilidade real de impactar positivamente a economia de locais mais receptivos a esse modelo de trabalho.
Quem está preparado para receber os nômades
digitais?
O que a maioria das cidades que agradam os nômades digitais têm em comum vai muito além de uma bela paisagem. Para se estar apto a receber esse público, é preciso atender a alguns critérios, como uma internet de qualidade, de preferência também em espaços públicos, segurança, qualidade e custo de vida atrativos, serviços 24 horas que possam atender às necessidades de fuso horário e formas de pagamento atrativas.
De olho neste mercado, muitas cidades brasileiras já se estruturam para receber este novo modelo de trabalho. É o caso do Rio de Janeiro, que criou o selo Rio Digital Nomads, concedido aos parceiros, como hotéis, restaurantes e setores de serviços em geral que se dispõem a oferecer tarifas e condições exclusivas aos nômades digitais.
Em um artigo na Worldpackers, uma plataforma colaborativa que conecta anfitriões do mundo inteiro, promovendo imersões culturais e intercâmbios de voluntariado, Juliana Arthuso, nômade digital desde 2018, lista o que considera ser as melhores cidades da América Latina para se trabalhar como nômade digital.
Entre elas, estão três cidades brasileiras: Florianópolis, Curitiba e Belo Horizonte. As características que favorecem essas três cidades no ranking são: segurança, qualidade de vida, incentivo à tecnologia e ao empreendedorismo, infraestrutura e ofertas culturais. Outras cidades que figuram nesta lista são Buenos Aires, na Argentina, e Lima, no Peru.
Condições para ser um nômade digital no Brasil
Em janeiro de 2022, o Conselho Nacional de Imigração, órgão do Ministério da
Justiça e Segurança Pública, liberou o visto para os nômades digitais no
Brasil. A duração do visto é de um ano, que pode ser renovado por mais um. Para
obter um visto de nômade digital no Brasil, é preciso:
- Declaração que comprove que o estrangeiro pode executar suas atividades profissionais de forma remota;
- Contrato de trabalho ou de prestação de serviços ou outros documentos que comprovem o vínculo com um empregador estrangeiro;
- Comprovação de salário mensal igual ou superior a US $1.500 (cerca de R$ 8.200) ou comprovação de reserva financeira de no mínimo US $18 mil (R$ 99 mil).
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