quarta-feira, 21 de outubro de 2020

O CHA: CONHECIMENTOS, HABILIDADES ATITUDES

 

O CHA, de acordo com Fleury e Fleury (2000), foi disseminado por McClelland (1973) e Boyatzis (1980), que apresentam a competência como um conjunto de capacidades humanas em que:

  • C são os Conhecimentos.
  • H são as Habilidades.
  • A são as Atitudes.

Spencer e Spencer (1993) acreditam que os melhores desempenhos estão fundamentados na inteligência e personalidade das pessoas, pois é a aplicação inter-relacionada do CHA que proporciona determinado desempenho ao indivíduo ao utilizá-los para solucionar problemas em seus diferentes contextos (LE BOTERF, 2000; ZARIFIAN, 1999, CARBONE et al., 2005). Cabe destacar a opinião de Zabala e Arnau (2014), ao afirmar que “a competência e os conhecimentos não são antagônicos, pois qualquer atuação competente sempre envolve o uso de conhecimentos inter-relacionados a habilidades e atitudes”. Observa-se na Figura 4.1 uma discussão sobre cada um dos elementos do CHA.

Conhecimentos, habilidades atitudes: o CHA

Levando em conta as informações da Figura 4.1, para efeitos deste trabalho definiremos os elementos do CHA da seguinte forma:

Conhecimentos: são os saberes teóricos, formalizados e práticos, que podem ser transmitidos e adquiridos tanto no cotidiano social de cada indivíduo quanto na educação formal.

Habilidades: são elementos desenvolvidos pelos indivíduos e referem-se à capacidade do profissional de aplicar o conhecimento que possui.

Atitudes: está atrelada à disposição, a intenção e/ou ao desejo, fato este que influencia a pessoa a adotar determinado comportamento em relação às demais pessoas, aos objetos e às situações.

Ao promover o desenvolvimento de competências para que o futuro profissional seja capaz de atuar no mercado de trabalho para o qual escolheu como carreira profissional, atende a definição proposta por Therrien e Loiola (2001, p. 154): “[…] ser competente é ser capaz de utilizar e de aplicar procedimentos práticos apropriados em uma situação de trabalho concreta”, ou seja, o CHA permite ao aprendiz aplicar os seus processos cognitivos ao desempenhar uma performance em um contexto não apenas profissional como também social (BRANDÃO, 2009).


Nos cursos de negócios, Competência é um conceito complexo que permeia tanto a esfera profissional quanto educacional. A percepção de Le Boterf (2000) sobre a competência está centrada na pessoa, em sua formação educacional e em sua experiência profissional. Tanto Le Boterf (2000) quanto Perrenoud (2000) a define como a capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situação. Para Le Boterf (2000) e Fleury e Fleury (2000), a competência emana um saber agir responsável do indivíduo em determinado contexto e que possa ser reconhecido pelos outros, que implica mobilizar, integrar, aplicar e transferir os conhecimentos, os recursos e as habilidades, de modo a agregar valor econômico à organização e valor social ao indivíduo.

Para Desaulniers (1997), a competência é inseparável da ação, e os conhecimentos teóricos e/ou técnicos são utilizados de acordo com a capacidade de executar as decisões que ela (a ação) sugere. Ou seja, competência é a capacidade de resolver um problema em determinada situação. A competência baseia-se nos resultados.

Ensinar competências significa pensar no futuro e formar para a vida. A formação em competências visa preparar o aluno para pensar em problemas reais e formá-los de modo que sejam capazes de responder da maneira mais eficaz possível às situações reais do mercado de trabalho que são complexas, diversificadas e dificilmente previsíveis (Zabala; Arnau, 2014).

Um dos precursores da competência na área educacional foi Perrenoud (2000), que a apresenta sob quatro aspectos:

As competências mobilizam, integram e orquestram Conhecimentos, Habilidades e Atitudes.
Essa mobilização só é pertinente em situações em que o indivíduo executa tarefa e soluciona problemas tanto do cotidiano profissional quanto pessoal, sendo cada situação singular, complexa e envolvendo um contexto social específico.
O exercício da competência passa por operações mentais complexas que permitem determinar, identificar e realizar de modo mais ou menos eficaz uma ação relativamente adaptada à situação.
As competências profissionais constroem-se, tanto no processo educacional de formação do profissional, como nas diversas interações de situações-problema envolvendo o cotidiano de trabalho.

A Figura 4.2 reflete a aplicação dos elementos do CHA no cenário acadêmico, envolvendo abordagens ativas de aprendizagem, no qual o discente é incentivado a trazer para a sala de aula o seu contexto por meio de um problema, ou seja, o seu cotidiano profissional. Estes problemas são relevantes, atuais e complexos da vida real, que emergem das empresas, ou seja, dos contextos sociais, econômicos e organizacionais dos quais os estudantes estão inseridos. É por meio desses problemas que os Conhecimentos técnico-científicos são tratados nos cursos que se utilizam de abordagem ativa, especialmente o método Problem-based Learning (PBL), motivando os estudantes a aumentarem o tempo dedicado aos estudos e a desenvolverem Habilidades e Atitudes, tornando-os profissionais efetivos para assumirem posições no mercado de trabalho e intrinsecamente motivados para aprender. Os estudantes que participam de processos educacionais envolvendo esta abordagem oferecem ao mercado de trabalho soluções que agregam valor, buscando resultados que promovem realizações tanto pessoal quanto profissional, bem como o desenvolvimento empresarial.

No tocante aos Conhecimentos, o direcionamento nos cursos da área de negócio é realizado por meio das diretrizes curriculares do curso emitidas pelo Ministério da Educação (MEC), implantadas pelos Projetos Políticos Pedagógicos (PPPs) das respectivas IES e, mais especificamente, pelos programas e planos de aulas de cada disciplina.


No PBL, os problemas propostos aos estudantes refletem o cenário real do ambiente profissional, o aprendiz é incentivado a utilizar seus Conhecimentos prévios, suas experiências de vida e buscar novos Conhecimentos para solucionar os problemas. Os problemas no PBL incorporam os objetivos do curso (DUCH, 2001) e promove uma interface de Conhecimentos no nível educacional, contemplado a inter, a trans e a multidisciplinaridade (ARAÚJO; ARANTES, 2009).

Conhecimentos, habilidades atitudes: o CHA

Copiado: https://gennegociosegestao.com.br/

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