Lembramos
que a Toyota e a Honda, produtores mundiais de automóveis, ganharam a
confiança de consumidores em todo o mundo graças à indiscutível
qualidade de seus veículos. Outro exemplo marcante foi do Tylenól, da
Johnson &Johnson, que teve um problema de adulteração
criminosa em sua linha de produção, causando males a seus consumidores. A
direção da empresa imediatamente providenciou o recolhimento de todo o
estoque disponível, inclusive aquele já colocado à venda no mercado.
Adicionalmente, publicou em jornais de grande circulação o acontecido e
recolheu os produtos.
Corrigido
o processo de fabricação, o Tylenol voltou a ser anunciado e vendido
com grande aceitação, demonstrando que a J&J honrou seu nome e
transmitiu confiança aos consumidores. Esse fato tornou-se um “case”
para escolas de marketing, como a famosa ESPM – Escola Superior de
Propaganda e Marketing de São Paulo.
Por
outro lado, fabricantes que cuidam de seus processos de produção devem
atentar para a produtividade, a qual está intimamente vinculada à
qualidade e à atenção que deve ser dada aos custos dos produtos,
tornando-os resultados de bons investimentos.
A
produtividade é elemento integrante de qualquer linha de produção,
resultando não só em menores custos como também em qualidade. O tema é
extremamente relevante, motivo pelo qual autores de renome internacional
publicaram trabalhos técnicos a esse respeito.
Destacamos
um deles, muito conhecido como especialista na área industrial e autor
de livros divulgados por revistas como Business Week e Harvard Business
Review. Trata-se de Elyahu M. Goldratt, autor de Restriction Theory
(Teoria das Restrições) e The Goal (A Meta), obra divulgada por escolas
de administração por tratar-se de romance ficcionista de fácil leitura
sobre o assunto.
O
processo de “melhoria contínua”, conhecido no Japão como Kaizen, tem
sido difundido pelo mundo pelo autor - Masaaki Imai - no livro
“Kaizen”. Graduado pela Universidade de Tóquio e, atualmente, vivendo
nos Estados Unidos, o Sr.Imai tem ensinado e colaborado com o Japan
Productivity Center em Washington, com a divulgação do tema em todas as
culturas e não somente no Japão.
O
conceito de controle da qualidade foi introduzido no Japão, após a 2ª
Guerra Mundial, pelo Dr. William Edward Deming em 1950 e o Quality
Control (Controle de Qualidade) é utilizado nesse país como sinônimo de
kaizen.
Alguns conceitos imbricados no sistema de produção com melhoria contínua são descritos a seguir:
- CCQ - Círculos de Controle de Qualidade envolvendo pessoas.
- QCS – Sistema de Controle da Qualidade) descrito à época por Shigeru Aoki, diretor da Toyota, como o objetivo definitivo para obter lucro.
- Quality Assurance (Qualidade Assegurada) – na Toyota.
- Quality Deployment – desdobramento da função “qualidade” em suas características e desenhos, como subsistemas de componentes, partes e processos de produção.
- Results-Oriented Management ou Gerenciamento Orientado para Resultados.
- Sistema PDCA (Planejamento, Desenvolvimento, Verificação e Ações Corretivas)
- TQC – Total Quality Control (Controle Total da Qualidade), integrando gerentes, chefias e demais trabalhadores, para o sucesso do programa
- Sistema de Sugestões de 180 graus – das bases às gerências.
- Treinamento de funcionários, integrando todos ao Processo de Melhoria Contínua e divulgando por toda a organização.
Parece
um sonho impossível, mas muitas empresas, inclusive no Brasil, atingiram
níveis de competição internacional, utilizando os modernos processos
acima descritos.
As implicações na educação da convivência em grupo, o
respeito mútuo e o aprendizado de técnicas estatísticas, são
fundamentais para que a empresa, assim organizada, tenha êxito em suas
atividades.
Trata-se, porém, do mais elevado nível de gestão empresarial
e de disciplina das pessoas, caso contrário, todos os esforços
fracassarão.
Por: João Baptista Sundfeld - Economista, MBA em marketing e mestre em Educação (PUC/SP).
Nenhum comentário:
Postar um comentário