Primeiramente, basta levar em conta o aumento vertiginoso no número de famílias divorciadas, propiciadas pelas leis mais brandas com relação a separação de casais com filhos.
Hoje, praticamente 40% das famílias irá se divorciar, e o tempo dedicado para as crianças cairá 80%.
Primeiro, porque um dos cônjuges, normalmente o pai, não estará presente nos almoços nem nos jantares.
Estará presente no almoço de domingo, e olhe lá.
Segundo, a esposa que se não estava atarefada antes do divórcio irá perceber que cuidar de uma família sozinha irá consumir 100% do seu tempo. Tempo para conversar com os filhos, só para pedir que eles ajudem nos afazeres da casa.
Mas mesmo para os casais unidos, a situação deteriorou.
As crianças de hoje têm 12 horas por semana a mais de atividades extra-curriculares fora de casa, como aulas de inglês, tênis, etc, do que há 20 anos.
Almoços e jantares que duravam em média 1 hora e meia há 100 anos, foram reduzidos para 37 minutos, em média.
Pior, segundo pesquisa de uma empresa de Fast Food, hoje somente 1/3 das famílias americanas afirmam que jantam juntos sistematicamente.
Famílias que afirmam tirar férias juntos, vemos uma queda de 28% nos últimos 20 anos.
Televisão no quarto das crianças, internet e música pop, reduziram conversas familiares em mais de 70% nestes últimos 50 anos.
A ideia de uma família entreter-se uns aos outros, declamando poesias, tocando instrumentos juntos, cantando, contando piadas, simplesmente conversando sobre as aventuras do dia a dia, as fofocas do trabalho, e assim por diante, praticamente desapareceu por completo.
Nem daria para competir com o seriado Sex in The City ou a última novela da televisão.
Para piorar ainda mais a situação, o mundo exterior se tornou mais interessante. Há coisas acontecendo fora da sua cidade ou sua vila, que hoje você fica sabendo.
Antigamente, um tsunami na Indonésia seria noticiado duas semanas depois, com uma única notícia. Hoje um evento destes é relato real time, on line, por semanas a fio.
Hoje temos notícias internacionais que são cinco a dez vezes mais externadas do que as notícias do seu bairro. Você sabe mais sobre o que faz o nosso Presidente da República do que seu vereador.
Seu vizinho pode morrer e você não ficará sabendo. Um coitado que morreu na Tailândia será noticiado, porque notícias locais são muito mais caras e têm público restrito no seu bairro.
Não é só a sua família que perdeu importância para a imprensa, mas o seu bairro, sua comunidade, tudo aquilo que antigamente fazia parte da sua vida.
Se quisermos reconquistar o calor humano de antigamente, o carinho da sua comunidade, a beleza do seu bairro, a convivência da sua família, você terá que lutar, e lutar bastante para combater todos estes fatores que conspiram contra.
Por: Stephen Kanitz - Blog do Stephen Kanitz
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