quinta-feira, 5 de julho de 2018

Não quero ser COACH. A banalização já chegou.

Recentemente um amigo postou numa rede social um comentário muito constrangedor e interessante sobre Coaching. Disse ele: “Tá na hora de algum comediante fazer paródia em cima desses lances de Coaching e tal…”. É… O Coaching está banalizado no Brasil. É fato!
Infelizmente, o processo de Coaching em minha opinião está a beira das piadas de humoristas. Todo mundo virou Coach. Tem Coach (profissional que é certificado para aplicar o processo de Coaching) “saindo pelo ladrão”. Você balança uma árvore e cai “Coach” por todo lado… Consultores se transformaram em Coaches, empreendedores, terapeutas também, fora os demais que simplesmente fizeram novos cartões de visita.Virou moda. Muitos buscam ter um nome elegante e que dá até um certo status.
Pouco tempo atrás, conheci um microempresário que procurou um processo de Coaching para alinhar suas prioridades pessoais, focar e montar um plano de ação para atingir seu objetivo, e diante do que é “simples mas não é fácil”, desistiu de fazer o processo com um Coach experiente, para fazer uma formação e certificação em Coaching. Mesmo com a tal “Certificação autorizada”, admitiu pessoalmente que jamais será um Coach… Ou seja, para ele, ser um Coach certificado é mais fácil do que ser o protagonista da sua mudança pessoal.
Nesse caldeirão, os mais interessados em “faturar” com o modismo, já buscam se diferenciar dos demais com prefixos, ou termos que geram “autoridade” sobre os outros… São os autointitulados “MASTER Coach”, “SUPRA Coach”, “MEGA Coach”,  “ALPHA Coach”, “BETA Coach” e mais recentemente os “META Coach”… Uau! Não sei onde isso vai parar, mas um humorista já poderia achar isso uma oportunidade para uma baita paródia…
Jargões, “gritidos” de guerra, gestos irmanados, “motivacionalismo” puro, tudo isso já virou Coaching também… Quando o Coaching tem mais a ver com Disciplina (que gera hábito) do que com o protagonismo da Motivação (que quando passa o vento não sobra muita coisa)…

Mesmo quando esses profissionais performáticos “Supra”, “Meta” arrastam novos clientes em massa, algo nada condenável, não estão aplicando Coaching e sim “Motivacionalismo” com PNL. 
O problema é que se apresentam como “Coaches de Magia”. Tem “coach” mágico curando até doença auto-imune…
E os Coaches de verdade onde estão? Estão vendidos no meio desta imensa confusão.
Gostaria de esclarecer que o processo de Coaching não é uma fórmula pronta, nem uma lista de dicas e recomendações mágicas… Se você trabalha com Coaching e vem dando conselhos você não é um Coach e sim um “counselor”(aconcelhador, ou conselheiro). Se você vem dando palestras que “incendeiam” as pessoas durante alguns dias você não é Coach e sim um “motivational speaker” (palestrante motivacional). 
Para ser um bom Coach, é preciso história, “calo” na alma, estrada, experiência, competência na área que atua e conhece como treinador, pois a riqueza do resultado está exatamente na magnitude que o profissional sério e preparado pode dar ao processo. Isso exige tempo, dedicação, investimento e cicatrizes…
Tenho plena consciência de que profissionais despreparados não perduram, não são sustentáveis. O que me deixa frustrado é pensar que muitas pessoas que vierem a passar pela mão destes “profissionais” sairão decepcionadas e desacreditadas com o tema, mesmo reconhecendo que trabalhos sérios estão sendo realizados em tantos lugares legais…
Por isso, não quero ser Coach.
Quero sim desenvolver pessoas e grupos, e ajudá-los a alcançar seus resultados, transformarem suas vidas na melhor que devem, podem e querem ter. Serem melhores, serem líderes de si antes de tudo, serem profissionais com proposito de vida, gestores de suas vidas, influenciadores virtuosos. Da dona de casa ao executivo, do grupo a maior equipe, quero Empoderar Consciências e Inspirar Corações! E esse é o maior capital de uma organização ou indivíduo: o Capital Existencial.
Estou bem certo de que não quero ser “Meta”, “Mega”, “Alpha”, “Beta”… E bem sei de minha busca em ser um Palestrante e Desenvolvedor de pessoas e grupos. E busca por excelência.

“O problema é que se apresentam como “Coaches de Magia”. Tem “coach” mágico curando até doença auto-imune…” FSV

Mas de verdade o que é Coaching e onde ele nasceu?
A palavra “Coach” é inglesa e vem do inglês arcaico, que significa originariamente Carruagem. Conta-se que sua origem deu-se no século XV, na cidade de Kocs na Hungria, cidade que era rota de viajantes da Europa e onde foi produzida as primeiras carruagens com suspensão feitas de molas, também chamadas de Coaches, conhecidas e cobiçadas pelo seu conforto ao transportar seus viajantes do local de partida ao seu destino.
Esta é uma analogia perfeita para descrever o processo de Coaching, que tem como principal função levar alguém de um lugar onde ele está (estado atual de vida) até onde ele quer chegar (estado desejado ou de realização).
Mais tarde, o termo “Coach” foi utilizado nas universidades inglesas atribuído a professores, mestres ou tutores que tinham o papel de ajudar os alunos a se preparar para os exames. Seria aquilo que chamamos de professor de aulas de reforço ou professor particular. Nas primeiras décadas do século XX as universidades americanas começaram a chamar de Coach (treinador) os instrutores de seus atletas, especialmente os dos esportes coletivos. 
Por isso a palavra também tem relação com o termo “técnico esportivo” em inglês. Assim, o Coach é o profissional que vai dar suporte para que o indivíduo desenvolva todo seu potencial e atinja seus objetivos em qualquer área da vida, se ele tem know-how, experiência e preparo para tal, sempre levando em consideração que o objetivo do Coaching (o processo ou método aplicado) é fazer isso de maneira consistente e no mais curto período de tempo possível.
A origem do Coaching, nos moldes como abordamos hoje, se deu no meio esportivo com um professor de tênis da década de 70 nos EUA, Timothy Gallwey. Ele foi o primeiro a abordar o coaching como um processo que leva em consideração não só aspectos técnicos da pessoa, mas principalmente bloqueios internos e crenças limitantes dos atletas. Trata-se de ensinar a aprender e não meramente ensinar. Em pouco tempo essa metodologia estava fortemente enraizada nos esportes e também em empresas – nascia assim o conceito fundamental do que se conhece atualmente como “Coaching”.
Gallwey, recentemente em entrevistas, quando questionado sobre o cenário atual, afirma também entender que “houve uma certa banalização no uso do método e que isso não acontece somente no Brasil, pois o mundo foi invadido por Coaches que nem sempre sabem muito bem o que isso significa na prática…”.
Copiado: https://vidacomfoco.wordpress.com

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