Nos últimos anos, o assunto de governança corporativa tem ganhado bastante destaque no país, devido ao crescimento de empresas, investimentos e uma maior preocupação com formas de se evitar a corrupção.
Diante desse cenário, o mercado
percebeu a importância e a necessidade de se ter práticas de governança, ou
seja, uma boa administração da empresa de forma que a companhia seja totalmente
transparente para todos seus interessados.
Quando uma empresa tem uma boa
governança, isso significa que todos os seus processos e sua estrutura
são organizados com responsabilidade, zelo e transparência. Além disso, quando
se tem uma governança corporativa, as regras valem para todos sem
exceção.
Essa prática é uma porta aberta a
investidores, e até mesmo a bons talentos e clientes, pois, uma boa governança
faz com que a empresa seja bem vista no mercado.
Nesse texto, vamos falar sobre
governança corporativa em todos os seus aspectos, para que você possa entender
o conceito e iniciar essa prática em sua empresa. Veja o que falaremos aqui:
A palavra governança tem como
significado o ato de governar, de ter poder sobre algo.
O seu conceito pode ser exemplificado
como uma forma de governar, com maneiras e processos visando a integridade da
corporação.
O que é governança
corporativa?
A governança corporativa é o sistema
que dirige e controla uma companhia, é uma estrutura com práticas, regras e
processos que regem a empresa para que ela alcance os seus objetivos e seus
negócios sejam bem sucedidos.
O pilar da governança corporativa é o
equilíbrio dos interesses de todas as partes, preservando o valor da empresa e
sua longevidade.
Esse comportamento, resulta em uma
maior transparência, garantindo a imagem de uma empresa estável, de pouco risco
e de grande transparência.
Engana-se quem pensa que a governança
corporativa serve apenas para grandes companhias.
Muito pelo contrário, esse modelo de
governança não tem haver com número de faturamento ou colaboradores, esse
conceito pode ser usado por diversas empresas, pois os seus princípios servem
para todas.
Como surgiu essa
preocupação nas empresas?
A governança corporativa não é algo
novo, apesar de ter se destacado ainda mais nos últimos anos.
Seus primeiros passos foram dados com
a descentralização da propriedade. Nesse cenário, começam a aparecer papéis
diferentes dentro de uma mesma empresa e, com a entrada de mais pessoas em uma
organização, começam a surgir alguns conflitos de interesses.
Um pouco mais adiante, na década de
70, é criada uma teoria chamada de “Teoria do Agente”, desenvolvida pelos
economistas Michael C. Jensen e William H. Meckling, que focaram seus estudos
em empresas britânicas e norte-americanas, analisando a relação entre
propriedade e controle, e conflitos das partes interessadas.
Nessa teoria, são estabelecidos
papéis de um agente principal, que é o centro das relações de todos os
interessados e um agente contratado, aquele que executa e toma decisões, porém,
até mesmo nessa divisão conflitos aparecem, pois um agente tende a levar o
negócio mais para os seus interesses.
Com isso, os autores sugerem que as
companhias implementem medidas que alinhem os interesses de todas as partes,
como monitoramento, controle e troca de informações. O objetivo é alinhar
interesses focando no sucesso da empresa, e então surge a governança
corporativa.
Mais tarde, na década de 90, os primeiros
códigos de boas práticas de governança corporativa são criados e mais
companhias passam a adotá-los.
A governança corporativa no Brasil,
de acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, começa
a surgir junto com o novo mercado, e na mesma época em que os primeiros códigos
de GC passam a ser elaborados.
No Brasil, esse movimento se dá
principalmente pela onda de privatizações e abertura de mercado, e em 1999 o
IBGC lança o seu seu primeiro Código das Melhores Práticas de Governança
Corporativa.
Ao longo do tempo, as empresas brasileiras perceberam que as boas práticas de governança atraem mais investidores, e as chances de uma empresa sobreviver por mais tempo aumenta quando se tem esse processo.
O que envolve uma
governança?
Uma governança corporativa envolve a
criação de estratégias, análises, fiscalização, adequação, planejamento e
diversos outros fatores que promovam um equilíbrio entre a geração de valor da
corporação e os interesses de suas partes.
Qual o objetivo da
governança corporativa?
Quando um governo se elege, ele faz
uma série de promessas e objetivos a cumprir. Porém, para alcançar esses
objetivos é necessário uma boa gestão.
Então, quando esse governo adota boas
práticas, se mantém transparente com a sua população, evita problemas de
corrupção e faz uma boa gestão, a tendência é que os objetivos sejam
alcançados.
Que esse país cresça de forma
saudável, que a população tenha seus direitos básicos garantidos, e o país se
torne próspero.
Trazendo para o mundo corporativo o
objetivo é o mesmo, governar uma empresa com pilares e princípios, para
garantir um crescimento saudável, longevidade, um bom valor econômico e atender
a todos os interesses dos seus stakeholders.
Governança
corporativa é a mesma coisa que compliance?
Não, governança corporativa e
compliance são coisas diferentes, porém, elas se relacionam e ambas garantem à
empresa uma maior chance de sucesso.
Para entender a diferença, vamos ver
o que é o compliance.
O compliance significa estar em conformidade com
leis e regulamentos internos e externos, garantindo que todos estejam em
sintonia com essas normas. Então, é bastante comum que exista sempre uma
revisão de processos focado em verificar se tudo está dentro das regras ou, até
mesmo, para prever possíveis problemas.
No compliance, se desenvolve a
cultura da ética, o foco em respeitar as regras, a prevenção de riscos e
também a transparência.
Já a governança corporativa é a área
responsável pela relação entre todos os interessados pela empresa, internamente
e externamente, seu foco não é apenas seguir o que está nas leis e normas, é
criar todo um ambiente para atingir uma boa reputação, garantindo a integridade
e a longevidade do negócio.
Quais os princípios
da governança corporativa?
De acordo com o IBGC, a governança
corporativa se baseia em quatro princípios chaves: a transparência, a equidade,
a prestação de contas e a responsabilidade corporativa. Veja o que cada um
significa:
Transparência
A transparência diz respeito a um
relacionamento transparente entre todos os envolvidos naquele negócio, ou seja,
seus stakeholders, gestão, sócios, colaboradores, fornecedores, etc.
Quando se promove a transparência as
decisões são claras e os objetivos também, o que acaba trazendo mais segurança
e solidez para a empresa.
Equidade
O princípio da equidade, garante que
todos tenham um tratamento justo naquela organização, olhando para todos com
suas particularidades, necessidades e expectativas.
Prestação de
contas
Esse é o maior dever de quem está à
frente da empresa, na prestação de contas existe alguém que se responsabiliza
por tudo, deixando claro suas decisões tomadas, omissões e suas
responsabilidades.
Responsabilidade
corporativa
Esse pilar é aquele que zela pela
sustentabilidade e longevidade da empresa, de acordo com seus propósitos e
objetivos.
Qual a estrutura de
uma governança corporativa?
A estrutura de uma governança pode se
modificar de país em país, pois a cultura de determinado local pode interferir
bastante nessa estrutura.
Então, a primeira coisa a se ressaltar é que não existe apenas uma estrutura a ser seguida por todas as empresas do mundo.
E a segunda, é que a estrutura também
pode ser modificada de acordo com a cultura organizacional da empresa, sendo a
mais básica a estrutura de cima para baixo, como a seguinte:
·
Assembleia Geral: Aqui concentram-se
todos os sócios;
· Conselho de Administração: Parte
responsável pela visão estratégica;
· Conselho Consultivo: Presta apoio
e suporte às decisões e estratégias;
·
Conselho Fiscal: Parte responsável por cuidar,
fiscalizar e checar;
·
Comitês: Criam relatórios que auxiliam
na tomada de decisões;
· Ceo/ Presidente/ Diretorias: Parte que executa as
estratégias definidas e segue o planejamento;
Quais os principais
envolvidos no processo de governança?
Os principais envolvidos no processo
de governança são os conselhos de administração e consultivos, a diretoria, os
sócios e os stakeholders, ou seja, pessoas que possuem algum interesse naquela
corporação, podem ser acionistas, investidores, fornecedores ou clientes.
Benefícios de
aplicar a governança corporativa
A governança corporativa transforma a
empresa, e a deixa mais eficiente e perene, desenvolvendo habilidades,
organizando a gestão, trazendo uma tomada de decisão mais robusta e agregando
valor àquela companhia.
O acesso ao crédito também melhora, a
boas práticas de governança corporativa abre portas para empréstimos bancários,
pois ela passa a ter maior credibilidade e segurança.
Além disso, um dos principais
benefícios da GC, é atrair investidores, por ter maior solidez, é bem mais
provável que alguém queira investir naquela empresa. Pois, com uma estrutura de
governança, os riscos do investimento ser ruim são bem baixos.
Quais ferramentas
podem auxiliar a uma melhor governança coporativa?
Para iniciar práticas de governança
corporativa em uma companhia, o primeiro passo é conhecer o código desenvolvido
pela IBGC, entender o assunto é primordial para implantar esse modelo de
gestão.
Depois, começam as partes mais
práticas, como organizar a casa, rever suas estruturas, seus organogramas, responsabilidades e processos.
Durante esse processo, é essencial
também que a empresa contrate um conselho consultivo, alguém que tenha uma
visão de fora e alinhe todas as expectativas das partes interessadas,
direcionando e orientando a companhia rumo ao seu objetivo.
Conclusão
A governança corporativa é um assunto
bastante complexo, mas essencial para empresas que desejam crescer de forma
sustentável, garantindo sua integridade ao longo dos anos.
Nesse conteúdo entendemos os
conceitos básicos de governança corporativa, como ela surgiu, o que a envolve e
quais são seus pilares. Aqui vimos que um dos maiores desafios das corporações
é alinhar os interesses de todos os stakeholders, mas com uma boa governança
isso se torna um objetivo alcançável.
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