Você entrou em um processo seletivo, se preparou, deu o seu melhor, mas, no fim, outra pessoa foi escolhida para a vaga. Quase todo mundo já passou por isso pelo menos uma vez na vida.
Além da frustração por não ser a pessoa
escolhida para o cargo, às vezes o retorno (também chamado de feedback) sobre
a reprovação pode ser insuficiente para você entender o que pesou contra. E
agora?
Esse dilema é comum a muitos candidatos.
Uma pesquisa do Linkedin mostra que, apesar de 94% dos
candidatos desejarem um feedback de entrevista de emprego,
apenas 41% deles de fato recebem.
Se este é o seu caso, não precisa ter
dúvidas: pedir feedback é comum e até aconselhável aos olhos dos
profissionais de RH – mas vale seguir algumas boas práticas na hora de fazer
isso.
O que é feedback?
O feedback de uma
entrevista de emprego é a comunicação do recrutador com o candidato sobre seu
desempenho no processo seletivo. Vem do inglês como uma junção de feed (alimentar)
e back (de volta).
O feedback pode ser
usado em diversos momentos da trajetória profissional, como ao fim de um ciclo
de uma empresa (bimestre, semestre ou ano, por exemplo), ou durante processos
seletivos.
No próprio recrutamento ele pode ser
feito pelo candidato, avaliando o processo em si ou o recrutador (quando
solicitado). E pode ser uma avaliação do candidato feita pelo recrutador – o
que é mais comum.
Quando candidatos são reprovados em um
processo seletivo, algumas as empresas dão feedback pontuando
os principais acertos e erros. O objetivo é que a pessoa possa se aprimorar
para outra candidatura na mesma empresa ou em outras.
Ou seja, o feedback é uma ferramenta
importante para quem quer ser mais assertivo nas próximas candidaturas
profissionais.
Por que pedir um feedback?
É normal se desapontar com um
resultado negativo de um processo seletivo. Afinal, tem a ver com sonhos,
projetos, objetivos, e ser rejeitado pode mexer com a autoestima.
A primeira coisa que você deve pensar antes de pedir um feedback é: por que eu quero recebê-lo?
De acordo com uma das diretoras de RH do
Nubank, Jessica Sandin, é fundamental compreender seus motivos antes: “Se o seu
objetivo é entender seus pontos de desenvolvimento, que falhas você cometeu, ou
o que faltou para ser aprovado, siga em frente”, recomenda.
“Agora, se o seu motivo estiver mais
ligado à sua decepção, sentimento de injustiça ou até mesmo raiva: repense”,
avalia Jessica.
Outro ponto importante é estar aberto
ao feedback, o que quer dizer, também, estar disposto a ouvir
críticas. Se um recrutador não te escolheu, é possível que você tenha cometido
alguma falha durante o processo seletivo, ou te faltava algum conhecimento ou
experiência – ou, ainda, que tenha feito tudo certo, mas que outra pessoa tenha
se saído melhor.
Lembrando que, embora seja o correto, nem
sempre isso acontece: existem, sim, empresas com processos menos éticos que
podem tomar decisões de contratação com critérios não tão corretos assim. Tente
manter a mente aberta para o feedback, mas saiba que ele às vezes
também pode não ser adequado .
Como pedir um feedback?
A forma de pedir o feedback também
é muito importante. Alguém que foi reprovado mas ainda quer fazer parte da
empresa deve usar essa oportunidade para produzir uma visão positiva sobre a
sua imagem profissional.
“Mande um e-mail agradecendo pelo tempo,
oportunidade e aproveite para pedir o feedback. Vá direto ao ponto, mas com
educação. Menos é mais”, orienta Jessica.
Veja uma sugestão de modelo de e-mail
para pedir sua avaliação de forma simples, mas eficaz:
Olá, @recrutador, bom dia / tarde / noite
Primeiramente, muito obrigado(a) pelo
tempo e oportunidade de participar do processo seletivo da/do @empresa.
Você poderia me dar um feedback sobre
meus pontos fortes e sobre pontos que tenho possibilidade de desenvolver para
me preparar melhor para outras oportunidades?
Desde já agradeço por sua
disponibilidade.
Assinatura
Como receber e aplicar as dicas do feedback?
Não existe uma fórmula sobre como receber
um feedback. Tudo vai depender dos pontos que foram levantados
Apesar de o feedback ser
muito bom quando bem feito, existe a chance de você discordar dele, ou de achar
que a avaliação não reflete a realidade. Nestes casos, segundo Jessica, é
melhor não debater.
“Se a pessoa dá um feedback que
não corresponde à verdade ou que foi mal feito, agradeça e siga a vida. Em um
processo seletivo não vale a pena discutir o que você discorda, a não ser que
mexa muito com você de forma pessoal”, complementa a diretora de RH.
Mas se você achar que a avaliação faz
sentido, e que melhorar os aspectos destacados pode ser positivo, tente seguir
algumas boas práticas:
- Agradeça pelo feedback.
Primeiramente, é importante deixar claro para a outra parte que a
contribuição dela foi relevante;
- Não leve para o lado pessoal. Não discuta pontos
que você concorda ou discorda na avaliação. Apegue-se ao que faz sentido
para você e ignore o que achar que não vale a pena;
- Tome nota de tudo o que for coerente com sua
trajetória profissional, e tente trabalhar melhor essas características
nos próximos processos seletivos.
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