Com a proximidade do final do ano é frequente fazermos uma série de reflexões sobre os desafios vividos e os planos para o ano seguinte, seja do ponto de vista individual ou coletivo como, por exemplo, uma empresa ao realizar seu planejamento estratégico.
Os últimos três anos, em especial, foram bastante desafiadores: a crise da pandemia da Covid-19, que provocou graves consequências sociais e econômicas e, como se isso não bastasse, em 2022 nos deparamos com a guerra na Ucrânia trazendo grandes incertezas em diversos setores da economia e dos negócios.
Do ponto de
vista empresarial, ao planejar o ano seguinte das operações costumamos fazer
análise de cenários, coletamos centenas de dados, buscamos o máximo de
informações possível com analistas econômicos e estudamos o mercado em um
exercício de responder à pergunta: o que esperar de 2023?
Eu sugiro inverter a pergunta: o que o ano de 2023 pode esperar de nós, como indivíduos e como empresas?
Inverter a pergunta traz mais clareza sobre nossas responsabilidades e nosso papel na construção de um mundo melhor, mais justo, mais equânime e mais feliz.
Vivemos em um mundo interdependente e isto ficou evidente nos últimos tempos.
Nossas ações têm reflexos em nosso entorno,
sejamos um pequeno negócio ou uma grande empresa global.
As expectativas da sociedade em relação ao papel das empresas e suas lideranças crescem a cada dia. Tomemos como exemplo o conteúdo apresentado no relatório Edelman Trust Barometer 2022.
A Edelman é uma agência global que estuda o nível de confiança e a reputação de quatro instituições em vinte e sete países, incluindo o Brasil: empresas, organizações não governamentais, mídia e governo.
O resultado
da pesquisa realizada aqui no Brasil mostrou que as empresas são a instituição
mais confiável para o brasileiro, na frente das ONGs, da mídia e do governo,
porém todos os stakeholders cobram responsabilidade delas: 63%
das pessoas entrevistadas afirmaram que compram ou defendem marcas com base em
seus valores e crenças, 58% escolhem um lugar para trabalhar com base e seus
valores e crenças e 60% fazem o mesmo em relação aos seus investimentos.
As expectativas também são grandes em relação às lideranças de negócios.
A pesquisa da Edelman também revelou que 83% dos brasileiros entrevistados afirmaram que esperam que a principal liderança, pessoalmente, tenha visibilidade quando se discute política pública com stakeholders externos ou sobre o trabalho que a empresa tem realizado para beneficiar a sociedade.
E entre os empregados
entrevistados, 62% deles ao considerarem um emprego esperam que a principal
liderança da empresa fale pessoalmente sobre questões sociais e políticas.
- O que o ano de 2023 pode esperar de nós como cidadãos, como consumidores, como profissionais e como lideranças em nossas esferas de atuação?
- Se queremos um ano melhor do que o que está finalizando daqui a poucos dias e com melhores resultados nos campos ambiental, social e de governança, o que temos feito para isso?
- E como estamos contribuindo para os avanços em direção aos objetivos de desenvolvimento sustentável, os ODS, que representam as grandes demandas da sociedade?
No campo empresarial, para que possamos avançar de fato, precisamos de uma abordagem de gestão que favoreça a construção de negócios com um propósito maior do que o lucro.
O lucro é fundamental para a sobrevivência de um negócio, mas ele é um meio para se chegar a um objetivo maior, e a forma como ele é conquistado e o que é feito com ele diz muito sobre a empresa e suas lideranças.
Precisamos de um novo perfil de liderança, mais humanizada, mais cuidadosa e não por isso menos assertiva.
Uma liderança que inspire as pessoas em torno de uma causa, que enxergue os negócios como uma forma de exercer um impacto positivo no mundo.
Uma liderança que conte três histórias:
- quem eu sou,
- quem somos nós e
- para onde vamos juntos.
Que 2023 possa
receber o melhor de nós!
Copiado: https://diariodocomercio.com.br/
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