Quando eu era adolescente, precisava ir até à biblioteca da escola ou da cidade para consultar a Barsa sobre o tema solicitado pelos professores. Fazia anotações num rascunho e depois passava tudo a limpo com a melhor letra que eu conseguia em folhas de papel almaço.
Hoje temos um número ilimitado de informações na palma das mãos, literalmente. Mas parece que isso não tem nos tornado uma sociedade melhor, mais evoluída e tolerante.
Primeiro é preciso diferenciar dados de informação. Os dados não possuem significado por si só. Se eu digo 9 milhões, isso pode ser apenas um número, mas se digo que 9 milhões é o faturamento anual de uma empresa, este número possui um significado.
Mas saber que 9 milhões é faturamento de uma empresa me traz algum conhecimento?
Esta semana li que informações incluem fatos, detalhes, descrições, análises pré-existentes e contextualização.
- Tudo a que temos acesso pode ser classificado como informação?
- A quem interessa a divulgação de tanta informação?
Não temos tempo de absorver tudo o que é inserido nas nossas telas, seja do computador, celular ou tablet. E com isso, informações preciosas se perdem todos os dias.
Não digo que a informação tenha mais ou menos valor que o conhecimento. É preciso ter acesso à informação. É através dela que chegamos ao conhecimento.
Então, o que é o conhecimento?
Conhecimento é o seu entendimento pessoal de uma situação ou tema. Atualmente não temos tempo para ter um entendimento pessoal. Muitos dizem que “A” ou “B” o representam ou não representam e discutem ferrenhamente sobre temas que sequer têm informação a este respeito.
São opiniões baseadas na postura de outra pessoa. Não há análise da informação. Não há geração de conhecimento. Com isso, não é de se espantar que haja tanta polarização.
E quem ganha com isso?
Nós temos acesso às informações incríveis e inimagináveis antes. Podemos pesquisar sobre células tronco, como fazer um pudim e métodos quantitativos. Há vídeos, fórum, comunidades virtuais.
A tecnologia nos tornou mais próximos um dos outros, encurtou distâncias, mas isso não nos torna mais conhecedores. Estamos reproduzindo falas e comportamentos sem nenhum pensamento crítico e sem contribuir para a nossa própria evolução.
Não tenho dúvidas que teremos celulares vez mais rápidos, aviões cada vez mais confortáveis, enfim, tudo o que a tecnologia pode nos oferecer. Em contrapartida temos cada vez menos empatia, tolerância e senso de pertencimento.
Somos seres gregários e as “informações” têm nos separado e dividido.
Ser diferente não é ruim. É apenas diferente mesmo. Pode causar estranheza, mas não deveria causar polaridade. A sociedade é composta por pessoas de diferentes pensamentos, estilos de vida e interesses.
O objetivo maior é o desenvolvimento de todos. Bem-estar não é privilégio, é direito de todos. E não cabe a alguns a decisão do que será divulgado ou não para toda a sociedade.
Temos direito ao acesso à informação e temos o dever de transformar esta informação em conhecimento e passá-la adiante.
Não compartilhe informações que você não checou a fonte. Não compartilhe fotos e vídeos íntimos de outras pessoas. Pense antes de compartilhar algo. Utilize toda a informação disponível para seu desenvolvimento pessoal, acadêmico e profissional.
Nós somos muito mais do que ferramentas tecnológicas e temos muito a oferecer para as outras pessoas. Somos o resultado de uma evolução. Aja de acordo!
Copiado: https://www.lopesmachado.com/
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