Se você é jovem e está em busca de uma oportunidade de trabalho o início deste artigo pode parecer desanimador. Digo isso porque, de acordo com pesquisa recente do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) o índice de recém-formados que não conseguem emprego passou de 8,2% em 2014 para 13,8% em 2018.
De fato, o cenário brasileiro está longe do ideal. No entanto, mesmo com as estatísticas desfavoráveis, posso garantir diante da minha experiência de mercado: sua hora vai chegar e, quando isso acontecer, você precisa estar preparado.
Com isso fica bastante claro que o conhecimento adquirido através da formação universitária já não garante a colocação de um profissional, pois, a cada dia, milhares de jovens são lançados no mercado com o diploma debaixo dos braços e enfrentam dificuldades em obter sua primeira oportunidade.
A globalização e a concorrência acirrada tornaram as empresas mais exigentes, por isso, para se inserir no mercado de trabalho é preciso não apenas ter diferenciais, mas também demonstrar um brilho nos olhos e atitude.
É este o pacote que encantará tanto os responsáveis que selecionam os candidatos para trabalhar nas empresas quanto às pessoas que trabalharão a seu lado.
Em toda minha trajetória profissional sempre fiz questão de acolher àqueles jovens que se aproximam de mim ávidos por conhecimento os encorajando a perguntarem o que quiserem, e também os incentivando a dominar um assunto fundamental dentro do ambiente corporativo – que, ironicamente, é bastante subestimado por muitos de nós: nós mesmos.
O valor do autoconhecimento é inestimável em todos os setores da vida, porque então no trabalho seria diferente, não é mesmo?
Ele abrange conhecimento, responsabilidade, aceitação, realização e, finalmente, a busca constante de qualquer ser humano durante toda a vida: a felicidade.
Claro, no contexto do local de trabalho, felicidade pode ser tão subjetiva quanto na vida: pode ser a sensação de ser reconhecido pelo gestor, de receber um generoso aumento compatível com sua produtividade, de vivenciar a conclusão de um projeto pelo qual se dedicou tanto a ponto de fazer diferença na vida de outras pessoas, ou ainda: simplesmente trabalhar com aquilo que se ama com motivação, eficiência e engajamento.
Você é cara de pau?
E isso deve continuar ao longo de toda a carreira.
O mercado de tecnologia, por exemplo, exige esse tipo de comportamento para acompanhar as constantes inovações. Aqui no Chama encorajo a minha equipe e estar sempre de ouvido em pé, atenta ao que acontece em volta e a “se meter” na conversa alheia.
Muitas iniciativas e projetos podem ser enriquecidos com uma outra visão e colaboração de áreas diferentes.
Além disso, a nossa cultura é de “erro e acerto”, o que permite que todos tragam ideias diferentes e se integrem a projetos que não são, necessariamente, os de sua área.
Não tem tempo ruim para um profissional com fome de oportunidade: perdi as contas de quantas vezes eu estava aguardando o elevador quando chegava alguém pedindo licença para perguntar algo; distraída na hora do cafezinho quando aparecia alguém para tirar uma dúvida sobre algo que gostaria de saber mais; lavando as mãos no banheiro e surgia uma jovem curiosa pedindo mil desculpas, mas precisava aproveitar aqueles segundos para dar um ponto de vista diferente sobre algo que havíamos falado duas semanas antes e que tinha pesquisado bastante desde então.
Eis o brilho nos olhos. E como é fascinante!
Portanto, na próxima vez que surgir uma oportunidade de trabalho, não se esqueça de, além do currículo, levar também para a entrevista esses atributos.
Eles poderão garantir a você a tão sonhada oportunidade e, com isso, a chance de construir uma carreira sólida e de destaque no mercado.
*Por Sheynna Hakim Rossignol - Diretora Geral no Brasil do aplicativo Chama
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