terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Tomada de Decisão nas Organizações

A tomada de decisão é um processo responsável pela escolha da melhor solução para um problema ou oportunidade. Dependendo do contexto, o processo decisório é considerado difícil e uma vez feito poderá ocasionar em consequências positivas ou negativas.
A tomada de decisões está relacionada, muitas vezes, com os nossos valores e, também, com parte daquilo que conhecemos ou do que experimentamos. Sempre, o ser humano teve que decidir, ora por questões complexas, ora mais simples. E, conforme o contexto, dar a devida importância ou não para saber qual medida tomar.
Durante muito tempo, o processo decisório tem recebido definições de diversos autores e parte desses conceitos têm obedecido aspectos racionais, políticos, organizacionais, psicológicos e intuitivos. Na Escola Clássica ou Racional (1910 a 1950) esse processo recebeu mais atenção com relação ao seu estudo. Apesar do processo decisório, na Teoria Clássica da Administração, no início do século XX, não ter sido tão expressivo, mais tarde, uma revolução nas comunicações permitiu que a tomada de decisão fosse feita de forma rápida e valorizada.
A partir de vários conhecimentos e experiências, o processo decisório pode ser um facilitador na tomada de decisões. A palavra decisão, vem do latim dis caedere “dis”, parar, interromperfora e "caedere" cindir, cortar, cujo significado é “deixar fluir” ou "cortar fora". Ao decidir, retiramos algo que está nos atrapalhando e ficamos com o que é importante. Atualmente, com a globalização, as decisões humanas receberam um novo pensamento, um pensar de forma geral, utilizando a informação e a comunicação para facilitar o processo.

Atores do Processo Decisório

Todas as atividades que envolvem o planejamento precisam passar por um processo cuidadoso. Nos ambientes organizacionais existem várias atividades em que o gestor deve tomar as decisões corretas, ao longo do processo. O indivíduo responsável por tomar decisões pode ser um governador, o presidente da organização, um diretor técnico de uma escola, ou grupos, como entidades, conselhos de ministros, comitês, juri, etc. Estes são conhecidos como os atores do processo decisório que irão avaliar e se basear nos valores do sistema que está inserido.
Juntamente com os atores estão todos aqueles que sofrem as consequências das decisões. Tanto para organizações públicas, quanto para privadas existem processos que envolvem o planejamento de projetos que necessitam do processo decisório para evitar possíveis problemas futuros e garantir a eficácia na decisão.
 Etapas do Processo Decisório
Em Administração, Herbert Simon, um economista americano, foi um dos precursores da Teoria das Decisões. Sua teoria foi  capaz de explicar sobre o comportamento humano dentro das organizaçõs, no livro O Comportamento Administrativo. Ele enfatizou também que, as organizações são sistemas de decisões e de acordo com a Teoria Comportamental, cada funcionário dentro de uma organização participa da tomada de decisões individuais sobre determinado assunto na empresa, sempre considerando os critérios racionais e buscando resultados futuros.
Existem teóricos que se baseiam na tomada de decisão por várias perspectivas, mas conforme os estudos de diversos autores sobre o tema, as organizações seguem os seguintes passos:
  1. Expor o problema;
  2. Fazer um esqueleto do problema e relacionar suas partes, afim de construir um modelo;
  3. Montar o problema de forma técnica;
  4. Fazer uma simulação ou teste do modelo e as possíveis soluções;
  5. Determinar e delimitar uma forma de controle sobre a situação;
  6. Colocar em prática a melhor solução dentro da organização.
Os teóricos Koontz e O`Donnell, entendem a tomada de decisões como parte do planejamento administrativo.  Já Chiavenatodelimita e explica que o processo decisório deve ser o foco do administrador. A cada dia as teorias sobre o processo decisório evoluem e novas perspectivas surgem para descobrir o melhor método para a tomada de decisões.

De acordo com o “pai” da tomada de decisões, Simon define decisão como um processo de análise e escolha das alternativas que uma pessoa poderá definir, sendo parte do processo administrativo a tomada de decisões. Assim, nesse processo existem os seguintes elementos:
» Tomador de decisões – aquele que decide ou escolhe um conjunto de alternativas para a ação.

» Objetivos – que o tomador de decisões quer alcançar;

» Preferências – critérios usados na hora da escolha;

» Estratégia – planos de ação utilizados para atingir determinados objetivos, dependendo dos recursos que possui;

» Situação – compreensão do contexto e do ambiente que irá ser atingido pela sua decisão;

» Resultado – consequência da estratégia utilizada pelo tomador de decisões.
 Modelos de Tomada de Decisões:
Os modelos organizacionais que envolvem a tomada de decisões são importantes para entender quais suas características principais  e quais poderão se adaptar numa possível resolução de problema. Veja alguns deles:

  • Modelo Racional de Decisão

Também conhecido como Modelo Decisório Racional da Economia Clássica ou Burocrático é considerado o primeiro modelo de processo decisório e é caracterizado por elevar os objetivos da organização como um todo, levando em consideração as alternativas para atingir esses objetivos. Esse modelo é baseado num raciocínio técnico, em que o tomador de opinião se baseavam na lógica e na objetividade para a resolução de problemas.
É muito criticado por acreditar que o tomador de decisões possui toda a informação necessária para resolver o problema. As etapas desse modelo seriam: Identificar e definir o problema; Identificar as possíveis soluções; Selecionar e aplicar a solução escolhida.

  • Modelo da Racionalidade Limitada ou de Carnegie

É caracterizado pelo critério de que: não é possível conhecer todas as possibilidades para tomar uma decisão, por falta de recursos, informações e análise das mesmas. Esse modelo defende a tese de Herbert Simon, que a racionalidade é baseada no tomador de decisões e não existe uma racionalidade superior. Segundo o autor, as organizações são um sistema de decisões e cada indivíduo faz parte do processo de tomada de decisões.
Esse modelo entra em contradição com o modelo Decisório Racional da Economia Clássica ou Burocrático que se baseia em uma racionalidade absoluta. Esse modelo utiliza a racionalidade limitada e a heurística (fazer inovações imediatas para atingir metas).

  • Modelo Incrementalista 

É caracterizado pela praticidade e aliado a realidade que o cerca, esse modelo demonstra que o racionalismo é limitado e que é necessário focar nas informações essenciais para se resolver o problema.
Esse modelo foi criado por Lindblom e Quinn, em 1959, e mostra que não há somente uma decisão correta, mas várias outras que por meio de análises e testes podem se tornar a melhor decisão até alcançar o resultado esperado.

  • Modelo Desestruturado 

É caracterizado pela tomada de decisões estratégicas desestruturadas que são provenientes de problemas desconhecidos e de difícil resolução. No início da tomada de decisões o problema é desconhecido. Não se conhece alternativas e nem soluções para a resolução. Assim, o processo decisório é um pouco turbulento e sofre alterações quando os gestores enfrentam dificuldades no processo e buscam uma alternativa que se encaixe no contexto. Esse modelo foi proposto por Mintzberg e é aplicado quando o problema está em uma situação de incerteza extrema.

  • Modelo da Lata de Lixo

Conhecido também como Modelo da Decisão por Omissão é caracterizado pela tomada de decisões, na qual as soluções pensadas não são analisadas criteriosamente. Foi criado por Cohen, March e Olsen e, inicialmente, o problema não é analisado, mas as alternativas são delimitadas.

Esse modelo, segundo os autores, é utilizado em ambientes ambíguos, chamados de “anarquias organizadas”, assim a busca pelas soluções vem antes do problema existir, as pessoas buscam na “lata de lixo” os problemas para serem resolvidos.

  • Modelo Comportamentalista

Caracterizado pela tomada de decisão mais adequada e baseada no comportamento dos indivíduos dentro das organizações, os gestores devem prever o impacto de suas decisões sobre os indivíduos para evitar conflitos com os mesmos.
Algumas das características do modelo de Carnegie se encontram nesse modelo, como: as informações não são totalmente corretas, são limitadas, algumas alternativas são desconhecidas e o tomador de decisões deve escolher a alternativa mais aceitável. Nesse modelo o indivíduo é visto como homem administrativo, sendo que cada pessoa deve decidir, em todas as áreas da organização e essa decisão irá gerar ações ou comportamentos diferenciados.
Copiado: http://www.okconcursos.com.br/

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