quinta-feira, 6 de julho de 2023

DEEPFAKE NA PUBLICIDADE: onde começam os Limites Éticos e Legais


Quando a tecnologia permite que ícones do passado retornem à vida na forma digital, onde traçamos a linha entre inovação e violação de direitos?

Com menos de 24h no ar, a campanha da Volkswagen trouxe milhares de opiniões à tona para a internet: 
  • "é certo", 
  • "é errado"
  • "o comercial ficou lindo", 
  • "Elis Regina não concordaria", 
  • "a música era sobre a ditadura", etc.
Sobre a música: de fato, seu significado mudou completamente para encaixar no comercial e existe, sim, uma contradição pela Volkswagen ter apoiado a ditadura.

Agora, sobre o Deep Fake...

É uma situação inédita que estamos vivendo e, ontem mesmo, cheguei a procurar sobre o funcionamento dos direitos de imagem nesse caso.

Não encontrei nada que me ajudasse muito, até cruzar com uma matéria escrita pelo Pacete sobre os limites éticos e legais no uso de deepfake na Forbes Brasil.

Pra não ficarmos no achismo sobre o que pode e o que não pode, existem 4 aplicações consideradas legais no uso de deepfake no Brasil, listadas pelo Bruno Sartori:

  • - Peças humorísticas com sátiras do cotidiano de figuras públicas, como políticos (desde que isso esteja explicito no material);
  • - Personalização de conteúdo: por exemplo, o usuário pode escolher com qual voz determinada música será cantada;
  • - Em campanhas publicitárias, como foi esse caso da Elis Regina;
  • - Existem também outros segmentos na área da saúde.


E a Julia Pazos ainda reforçou outro ponto positivo:

"‘Ressuscitar’ personalidades mortas desde que autorizado pela família e pelos detentores de eventuais direitos patrimoniais desta personalidade, como foi no caso da Elis Regina, esse uso é ético, permitido e pode, inclusive, prolongar o tempo de notoriedade de um artista."

Particularmente, consegui não me apegar à questão da música e achei a propaganda linda.

É bizarro ver a Elis Regina ser desenterrada num comercial? Muito.

Mas talvez seja algo novo que precisemos nos acostumar a ver acontecendo com mais frequência.

Ainda me lembrou demais outro artista que foi "ressuscitado": quando, em 2012, um holograma do Tupac fez uma participação especial no show do Snoop Dogg e Dr. Dre no festival de Coachella (Gustavo Miller também lembrou do Tupac em outra matéria).


Acompanhei aquela transmissão ao vivo, achei surreal e vi os vídeos no YouTube várias vezes depois. Jamais entendi por que foi algo feito uma única vez e, talvez, novas "participações" como essa se tornem mais frequentes agora.

Por mais estranho que seja, acho que é uma maneira incrível de perpetuar ainda mais o legado de grandes artistas e mantê-los sempre acessíveis para novas gerações.

Se alguém lançar a ideia de uma turnê mundial dos Ramones em versão deepfake, eu nem vou achar ruim...

E você, fica mais otimista ou preocupado com inovações como essa?

Copiado: https://www.linkedin.com/in/dimitri-vieira/

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