Você pode ainda não ter ouvido falar, mas o conceito de inovação disruptiva está mudando, atualmente, a visão de diversos nichos de mercado.
Inovação disruptiva, resumidamente, é aquela que ajuda a substituir o caro ou complicado produto original por algo que seja mais acessível e simples, e que uma nova parcela de clientes passe a ter a inclinação para comprar e utilizar.
Para facilitar o entendimento do tema, no artigo de hoje, vamos explicar mais sobre o assunto, além de ilustrar quais são os caminhos que um empreendedor deve seguir para implementar inovações disruptivas no seu negócio. Confira!
Afinal, o que é inovação disruptiva?
O conceito de inovação disruptiva foi criado pelo professor de Harvard, Clayton Christensen, que escreveu sobre o tema recentemente no artigo What Is Disruptive Innovation?, de 2015.
A teoria explica que uma empresa menor e com menos recursos pode derrubar as já estabelecidas e bem-sucedidas, segmentando parcelas do mercado que foram ignoradas por essas – geralmente porque elas se concentram, sobretudo, em áreas mais rentáveis.
À medida que as organizações maiores se concentram na melhoria de produtos e serviços para seus clientes mais exigentes, a empresa pequena tem seu foco na parcela inferior do mercado ou em um novo nicho que as maiores não tinham percebido.
Este tipo de startup, geralmente, entra no mercado com tecnologias novas ou inovadoras que são usadas para entregar produtos ou serviços mais adequados para os clientes ignorados pelas empresas líderes – e, comumente, a um preço mais baixo.
Em seguida, elas se movem em direção ao topo do mercado entregando o desempenho que os clientes tradicionais das antigas empresas esperam, mantendo as vantagens que levaram ao seu sucesso inicial.
A inovação acontece quando os principais clientes das antigas empresas líderes de mercado começam a consumir os produtos ou serviços da startup em grande volume.
Empresas disruptivas geralmente podem explorar tecnologias para entregar produtos novos ou existentes de maneiras radicalmente diferentes.
A Netflix, por exemplo, se afastou do seu antigo modelo de negócio – de aluguel de DVDs postados pelos correios – para começar com o serviço de streaming sob demanda.
O que um empreendedor deve fazer para implementar inovações disruptivas no seu negócio?
Há alguns caminhos e iniciativas que o empreendedor pode tomar para gerar inovações disruptivas em seu negócio. Confira, a seguir, algumas dicas para isso!
Experimentação
Para começar a implementar inovações disruptivas, o primeiro passo é a experimentação. A maioria das inovações começa como uma experiência em pequena escala, e este processo pode levar tempo.
Voltando ao exemplo da Netflix, quando a empresa foi fundada, em 1997, o seu serviço inicial não era exatamente atraente para a maioria dos clientes da Blockbuster, que alugavam filmes por impulso.
A Netflix tinha uma interface exclusivamente online e uma grande oferta de filmes, mas a entrega por meio do correio americano significava que os títulos levavam vários dias para chegar.
O serviço atraiu apenas alguns grupos de clientes, como os apaixonados por filmes que não se preocupavam com novos lançamentos, e aqueles que gostavam de comprar online.
Em 2011, a Netflix já atingia 20 milhões de assinantes nos Estados Unidos e no Canadá e, no mesmo ano em que chegou a 2,2 bilhões em receita, viu a Blockbuster pedir falência.
Apesar de o conceito de inovação disruptiva parecer cada dia mais forte, isso não significa que colocá-lo em prática seja fácil.
Essa constatação aparece nos resultados do Barômetro da Inovação, estudo realizado pela GE com 2.748 executivos de 23 países – em 13 deles, a pesquisa também ouviu 1.346 formadores de opinião.
Para 90% dos participantes, as empresas mais inovadoras não são aquelas que lançam novos produtos e serviços, mas, sim, as que criam novos mercados.
Entre os executivos, cerca de 80% reconhecem que o modelo das startups vem se firmando como exemplo a seguir daqui pra frente.
Ainda assim, a maioria dos executivos ouvidos opta por abordagens mais seguras quando se trata de promover a inovação em suas companhias.
Para 58%, é mais relevante para a companhia melhorar o desempenho dos modelos de negócio existentes do que investir em novos caminhos, e para 64%, a prioridade é proteger a atividade fim da empresa o máximo possível.
Assim, para implementar a inovação disruptiva, é preciso, também, focar na cultura de sua empresa e preparar seus líderes para trabalhar sob esse novo prisma, fazendo, inicialmente, pequenas experimentações para otimizar processos, custos, produtos, etc.
Testar e medir resultados (MVP)
Apesar de a inovação ser a veia propulsora de toda startup e pequena empresa, apenas uma ideia, muitas vezes, não é o suficiente para fazer um projeto empreendedor dar certo.
Existem vários pontos a se analisar, como o perfil do público, qual é o melhor produto, como será oferecido, o preço ideal, entre outros fatores.
Para responder a questões como estas e evitar a perda de grandes investimentos, é recomendado montar um MVP (Minimum Viable Product, ou, em português, Produto Mínimo Viável), que funciona como um protótipo da ideia final.
Trata-se de um conjunto de testes que tem como objetivo provar as hipóteses base do produto.
Um produto viável mínimo (MVP) possui o conjunto mínimo de recursos para provar a hipótese principal em seu negócio.
Se você está começando com uma ideia e não tem nada construído, seu primeiro objetivo é provar que as pessoas querem o que você está planejando desenvolver.
Um produto mínimo viável seria o que você poderia construir minimamente para provar isso.
Parece óbvio, mas a realidade é que muitos produtos são feitos sem que ninguém se interesse por eles.
Alguns novos empreendedores primeiro têm uma ideia de produto para, depois, verificar se há mercado e potenciais clientes que possam ter interesse nele.
No Vale do Silício, berço de grandes startups, há domínio das chamadas “buscadoras de necessidades”, organizações concentradas em identificar as verdadeiras necessidades emergentes no mercado consumidor para, então, criar uma solução disruptiva para melhor atendê-la.
Lá, também, a prática da prototipagem é amplamente adotada para testar e validar produtos e ideias novas. Esses são alguns dos motivos que fazem com que as startups consigam lançar novos produtos mais rapidamente, não perdendo o timing e a oportunidade de mercado.
Lembre-se: fazer um produto mínimo viável significa pensar sobre todos os elementos que ele poderia ter – cada recurso, cada potencial – e fazer todas as etapas mais essenciais para testar e provar que as pessoas querem essa inovação.
Transformar um produto caro em um produto acessível e viável
Como já abordamos, as inovações disruptivas transformam os complicados e caros em produtos simples, tornando-os mais acessíveis a um conjunto maior de pessoas na sociedade. Pensando nisso, por que não tentar aplicar essa estratégia em sua empresa? Dessa forma, você irá reforçar e atrair um novo grupo de clientes.
Os vôos low cost, por exemplo, foram uma inovação de serviços disruptivos que, inicialmente, atraíram viajantes de lazer cujas alternativas eram pagar pouco ou não voar.
As empresas low cost roubaram rapidamente partes de mercado de operadoras já estabelecidas, ao mesmo tempo em que também trouxeram novos clientes para viagens aéreas.
As inovações disruptivas estão tendo um grande impacto em diversos setores do mercado, como turismo, varejo e comunicações, e, muitas vezes, dão origem a mudanças sociais significativas nesse processo.
Copiado: https://blog.ambracollege.com/
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