Sim, está na moda falar disso.
Está na moda porque as mulheres cansaram de se calar e resolveram mostrar que é difícil pacas ser mulher e que em todos os lugares da sociedade nós sofremos preconceito.
Todos mesmo, mas principalmente no mercado de trabalho.
No final do ano passado, comecei uma busca por emprego e fui indicada por uma amiga em uma vaga em uma empresa internacional bem grande. Fui lá querendo a vaga e, claro, querendo causar uma boa impressão.
A entrevista foi quase uma sabatina, duas horas falando da minha experiência profissional e de todos os lugares que já trabalhei detalhadamente. Acho ótimo.
Até que em determinado momento ela me perguntou duas coisas que ela não perguntaria para um homem.
- Você é casada?
- Você quer ter filhos logo?
Tudo bem perguntar status civil, não faz muita diferença no meu trabalho, mas não me ofende de forma alguma.
Agora qual seria a relevância da empresa para essa pergunta? Questionar se mulheres de 30 e poucos anos querem virar mães e esquecer da carreira, ou se querem pensar na carreira em primeiro lugar?
Como se só houvesse essas duas opções.
Tenho uma amiga pessoal que tem uma empresa e ela confessou que não contratou uma mulher super competente porque ela tinha 30 e poucos anos e era recém casada. “Tá na cara que ela só quer uma carteira assinada para ter filho”.
Detalhe é que essa minha amiga tem filhos e mesmo assim, não consegue ter a empatia de ajudar uma profissional a moldar sua carreira.
Sim, você pode ser mãe e super competente e você pode não ser e continuar sendo super competente. Uma coisa não muda a outra.
Em uma sociedade que dá cinco dias corridos para o homem na licença maternidade, e que mães são vistas como um empecilho para uma empresa, continuo achando que é sim machismo perguntar se você quer ter filhos em uma entrevista de emprego e que meu erro foi não ter respondido à altura para a gerente de RH.
Não, eu não tenho planos de trabalhar em uma empresa machista.
Por: Ana Luiza Ponciano - https://www.linkedin.com/pulse
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