Podemos infelizmente constatar
que ética e moral são fatores, atos, condutas, ações, entre outros, pouco
praticados na administração pública, porém felizmente não extintos.
São raros
os comportamentos éticos e morais atualmente em nossa sociedade. A sociedade do
século XXI vive completamente impregnada de vícios, de concuspscência (a busca
pelo prazer a qualquer custo e forma).
Esse prazer a qualquer custo é a
característica marcante da sociedade contemporânea, as ações das pessoas como
um todo, infelizmente, geralmente são pautadas pelo prazer e não pela ética e
moral.
A sociedade contemporânea vive
uma grande dissimulação, nas organizações públicas (não só nas organizações
públicas) geralmente impera o pensamento maquiavélico entre os que deveriam
agir e pensar de acordo com a ética e a moral em favor do bem comum, o que infelizmente
em muitos casos o que ocorre é o jeitinho, o improviso, o manda quem pode e obedece
que tem juízo, e os fins justificando os meios, fins às vezes não benéficos
para a sociedade em geral.
Mas afinal o que vem a ser ética
e moral? Podemos dizer de forma genérica que ética é uma reflexão autônoma,
pautada em princípios, de uma forma interna sobre as ações e conduta moral,
visando o bem e a felicidade. Já a moral são valores sociais, ou seja,
princípios que nascem nas pessoas mediante o prazer e o sofrimento, de forma
involuntária, de maneira geral são hábitos, costumes, comportamentos e
condicionamentos.
O grande desafio, imposto aos
cidadãos, é como ser ético e moral em uma sociedade extremamente corrompida,
trata-se de uma tarefa extremamente árdua e contraditória frente aos valores e
atitudes de alguns governantes, que se deixam corromper pelos vícios, e usam seus
respectivos cargos e poderes para o beneficio próprio. Esses governantes e
gestores esquecem as virtudes e passam a agir pautados pelos vícios e pelo
egoísmo.
O “levar vantagem em tudo” a todo o custo é o símbolo da sociedade
atual, os fins justificando os meios, pensando de forma completamente
maquiavélica, no entanto, esses fins geralmente não são tão nobres assim, muito
menos os meios são plausíveis.
As pessoas buscam constantemente
os vícios (riqueza, poder, bens materiais, luxúria, consumismo, gula, entre
outros), com isso os administradores públicos e privados, as pessoas que detém
teoricamente o “poder” e as diretrizes das ações governamentais e privadas da
sociedade, e de modo geral os entes da sociedade atual são aos poucos contaminados
por esses vícios, visto que antes de serem gestores ou administradores públicos
ou privados são frutos da sociedade atual.
Como os gestores públicos e
privados, políticos entre outros são frutos dessa sociedade, alguns esquecem a
ética e a moral e começam a agir de forma imoral e antiética na busca constante
da satisfação pessoal (o individualismo).
O individualismo é uma característica
tão marcante desse atual estágio da sociedade moderna, onde o consumismo
exacerbado e a busca pelo poder e riqueza a todo custo é gritante, ou seja, as
práticas egocêntricas são cada vez mais valorizadas em detrimento do pensamento
coletivo e do bem comum.
Nas reuniões e debates o que geralmente ocorre é uma
disputa de egos, onde o mais importante é impor a sua respectiva opinião,
projeto ou algo similar, na busca de maior poder, pouco importa se o projeto do
outro é mais benéfico para o bem comum, nessas situações raramente temos um
dialogo aberto, mas sim uma disputa pelo poder e status, seja profissional ou
social.
Podemos afirmar que ética é uma
característica intrínseca da pessoa, não se aprende nos bancos da escola, ou a
pessoa possui ou não. Ética e moral nas organizações públicas estão vinculadas
ao principio da publicidade, pois caso os administradores e agentes públicos
não possuam receio, vergonha ou medo de demonstrarem com toda a transparência
seus atos, deliberações, despachos, atitudes entre outras medidas adotadas em
público provavelmente
estarão visando o bem comum e da
sociedade em geral, e assim agindo de forma ética e moral, desenvolvendo uma
associação legítima, ou seja, uma relação de transparência, respeito e
comprometimento com a sociedade.
Essa seria uma forma de combater os vícios da
sociedade contemporânea, ou seja, uma forma de combater e minimizar os efeitos
da corrupção, e quem sabe desenvolver e construir um mundo mais justo e
fraterno.
O grande desafio é combater a
corrupção na sociedade tanto nas organizações públicas tanto nas privadas,
interagindo com pessoas já mergulhadas e contaminadas pela falta de ética e
moral, sem no entanto ser contaminado por essa fonte e impedindo que a
corrupção dissipe-se pela sociedade como um todo.
O se manter integro é o
grande desafio da atualconjuntura social política, certamente é uma atitude
árdua e heróica, porém é possível, pois assim a sociedade poderá sonhar com um
mundo um pouco mais justo, podemos almejar a felicidade sem no entanto ser
contaminado pelos vícios, pois para as pessoas serem felizes não necessitam
serem corrompidas pelos vícios da sociedade atual.
A sociedade pode desenvolver uma
associação legítima não que seja fácil, mas é possível, pois como diria um
antigo professor de física, “as dificuldades podem levar a facilidades futuras”,
visto que acreditando não ser impossível a sociedade talvez possa construir uma
administração pública mais eficiente e eficaz, com mais ética e moral, fatores
e características atualmente pouco valorizados na sociedade. Isso certamente
contribuirá para o desenvolvimento de um mundo com menos vícios, buscando assim
o bem comum da população e reduzindo os malefícios da corrupção.
Resumo:
Ética e moral características e
atitudes renegadas ao segundo plano e extremamente desvalorizadas em algumas
situações e ações da sociedade contemporânea. No entanto, ética e moral existem
na administração e gestão pública? Será que é possível agir de forma ética e
moral na gestão pública e privada sem ser contaminado pelo egocentrismo e o individualismo
exacerbado da sociedade contemporânea? Esse ensaio visa debate e refletir sobre
essa temática e também contribuir para difusão da importância do agir ético na sociedade
moderna.
Autor: Adm. Wagner Freire Rocha -
CRA/ES
Nenhum comentário:
Postar um comentário