Avaliar é gerenciar ou gerenciar é avaliar?
Eis a questão!
Pode parecer que essa afirmação esteja simplificando demais a função de gestão, mas será que avaliar é simplificar?
Avaliar é, antes de tudo, um processo contínuo que ocorre no nosso dia a dia, sobre as mais diversas necessidades de escolhas com o objetivo de evitar ou corrigir eventuais desvios para se alcançar os objetivos pretendidos.
Ora, isso é quase uma definição de viver!
Sem dúvida avaliamos por todo o tempo. Podemos mudar a forma, mas o conteúdo é o mesmo.
Na função de gestão, então, avaliar é a própria atividade.
Por isso afirmamos que “Avaliar é Gerenciar”!
Avaliar não é só classificar, é, antes de tudo, uma visão diagnóstica e prognóstica. Por isso a avaliação permite chegar aos resultados desejados na medida em que acompanha o processo e aponta correções
Toda atividade de gestão consiste em se avaliar, por exemplo, a situação, alternativas, melhorias, possibilidades, escolhas, etc.
No planejamento das atividades analisamos prós e contras, estimamos possibilidades, e definimos prioridades. Na transferência das atividades para as equipes orientamos o foco, negociamos o prazo e as alternativas propostas. Enfim, avaliamos como deverá ser feito.
Para controlar a entrega avaliamos o resultado e a aplicação. Aliás, avaliar resultados é fundamental. Ora tudo isso envolve avaliar!
Mas, se é tão comum porque é difícil?
Primeiro porque a atividade avaliar é absolutamente pessoal, exige julgamento de valor e, por isso é complexa e vista com muita restrição.
Sempre é uma atividade de forte componente emocional e efeitos nem sempre controlados. Isso para todas as aplicações sejam profissionais, pessoais, emocionais, etc.
Avaliar é difícil, mas quase sempre estamos avaliando?
Em suma, quando não avaliamos? Talvez quando estamos sendo avaliados.
Além disso, temos outro comprometimento porque avaliar implica em escolher. E escolher significa definir o que vamos perder!
E quando o que avaliamos é uma pessoa então a situação fica complicada.
- “Será que posso fazer isso?”
- “Mas não será apenas a minha percepção?”
- “Será que é porque sou muito exigente com ele?”
- “ Será que ele (a) vai concordar?”
- “Será que também tenho uma parcela de culpa no desempenho irregular do meu subordinado?”
Pois é, não é fácil.
Não é fácil, mas em razão de sua abrangência e importância, temos que nos aperfeiçoar nessa atividade.
Evidente que para avaliar temos que ter informações que nos coloque na condição de entender as possibilidades. Se me refiro á avaliação de caminhos tenho que analisar alternativas e objetivos.
Se me refiro á avaliação de pessoas precisarei ter outro componente importante para manter a nossa condição adequada de julgar. Temos que entender melhor a outra pessoa. Algumas vezes precisarei me colocar no lugar do outro para dar uma orientação adequada. A avaliação é um reposicionamento para o avaliado. É como tratamos no feedback, é uma reorientação.
Mas avaliar é conduzir. E conduzir nos remete ás questões do relacionamento.
Por isso, para concluir uma contribuição de nosso mestre Jung: “Domine todas as técnicas, conheça tudo que puder, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas uma outra alma humana”!
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