"Ninguém é insubstituível" é a máxima que todos conhecem e ouvem, principalmente no ambiente organizacional. No entanto, "ninguém" é um pronome indefinidamente forte e delimitador.
Como não há verdade absoluta, a possibilidade de desbancar essa afirmativa está ao alcance do profissional de talento.
Mas o que é preciso para se tornar insubstituível em uma empresa ou organização?
As pessoas são dotadas de aptidões inatas. Cada indivíduo tem maior facilidade e desenvoltura para determinada área. Então, o primeiro passo é identificar essa vocação latente para, em seguida, investir nela.
Alguns exemplos tornam essa teoria clara como água. É o caso de jogadores de futebol como Neymar. Ainda criança lhe foi identificado o talento para o esporte, talento que foi lapidado desde então tornando-o um dos melhores do mundo na sua área de atuação.
O mercado profissional é um ambiente aparentemente hostil. Há muita concorrência. Para sobressair é fundamental investir na vocação, do contrário estará fadado a ser peça de reposição.
Quando surge uma vaga, chovem candidatos, o que dá a sensação de que a qualquer momento outra pessoa pode te substituir, que o seu empregador pensa "se você não quer trabalhar, tem uma fila esperando o seu cargo". Isso pode até ser verdade, mas não é bem assim.
O objetivo de uma empresa é produzir. Independente do produto, todas precisam render. Contratar um novo funcionário é um processo que requer tempo e dinheiro, investimento. Esse tramite retarda a produção. O mais interessante é manter o profissional que já está ambientado com a rotina da empresa. A fidelidade mútua é extremamente proveitosa e lucrativa para as duas partes.
Saber desses detalhes é ter "a faca e o queijo na mão". O provérbio inglês "a rolling stone gathers no moss" (pedra que muito rola não cria limo) sabiamente ensina: é preciso estar sempre em busca do aperfeiçoamento, não ficar parado, renovar-se.
Ser indispensável requer ambição, conhecimento, desenvoltura e diferencial. A tarefa que você executa certamente pode ser realizada por outra pessoa. Contudo, a identidade - a sua "impressão digital" - está na sua forma de executar.
A particularidade é o ingrediente chave. O profissional competente sabe utilizar seus talentos, aprimorá-los e não cansa de aprender. Ele se torna indispensável para a empresa por fazer parte do DNA dessa organização. Sua ambição gera criatividade para inovar, dia a dia, o ambiente de trabalho.
"Ninguém é insubstituível" pode até ser uma frase verdadeira, sempre haverá alguém para desempenhar o papel que o outro desempenhava. Mas cada profissional tem a sua identidade e essa marca, particular e intrasferível, que se torna imprescindível para uma empresa. O talento trabalhado e com a sua forma não o tornará insubstituível, mas o tornará inigualável.
Por: Adm. Sebastião Luiz de Mello - Presidente do Conselho Federal de Administração (CFA)
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