A gestão da qualidade é um requisito obrigatório para toda empresa que deseja se manter competitiva e se perpetuar no mercado, pois é responsável por garantir a plena satisfação dos clientes, também impactando colaboradores, fornecedores, investidores e parceiros.
Assim,
o investimento em melhorias contínuas para processos, produtos e serviços
proporciona excelentes resultados. Quer entender melhor seus benefícios? Siga
conosco para saber do que se trata a gestão de qualidade e quais são os seus
pilares fundamentais!
O que é gestão da qualidade
A
gestão da qualidade é uma ferramenta estratégica que promove uma visão
sistêmica de toda empresa e está alinhada a conceitos e práticas reconhecidos
mundialmente.
É
a ação voltada para dirigir e controlar todos os processos organizacionais —
finanças, contabilidade, gestão de
pessoal, gestão de dados, entre
outros —, possibilitando a melhoria de produtos e serviços, buscando garantir a
completa satisfação das necessidades ou a superação das expectativas dos
clientes.
Como surgiu a gestão da qualidade
A
preocupação com a qualidade de bens e serviços como a conhecemos hoje surgiu na
década de 20 com o estatístico norte-americano Walter Andrew Shewhart, que
desenvolveu um sistema para mensurar as variabilidades encontradas na produção
de bens e serviços.
Esse
sistema ficou conhecido como Controle Estatístico de Processo (CEP). Por
ocasião da Segunda Guerra Mundial, os EUA incentivaram a utilização do CEP pelos
seus fornecedores de produtos bélicos do exército, ajudando a disseminar os
novos métodos de controle de qualidade no mundo.
Posteriormente,
Shewhart também desenvolveu um método essencial da gestão da qualidade,
amplamente utilizado até os dias atuais, o ciclo PDCA (Plan, Do, Check e
Action).
Com
o fim da guerra na década de 40, foi a vez de o Japão investir em gestão de
qualidade para iniciar um processo de reconstrução por meio de suas indústrias.
Com os estatísticos W. E. Deming, Shewhart, Kaoru Ishikawa e Joseph M. Juran, o
país desenvolveu um método de controle de qualidade que, ao contrário de
detectar e eliminar peças defeituosas, procurava impedir a ocorrência dos
defeitos.
A importância da gestão da qualidade atualmente
A
grande expansão da concorrência nos últimos tempos tem obrigado as organizações
a se preocuparem com a qualidade de seus produtos e serviços, para reforçarem
suas vantagens competitivas. Uma série de fatores afeta negativamente — em
termos de qualidade e produtividade — o desempenho e a competitividade das
empresas, tais como:
- capacitação
deficiente de recursos humanos;
- modelos
gerenciais ultrapassados;
- tomada
de decisões sem sustentação e cruzamento de dados e
fatos;
- posturas
e atitudes que não promovem a melhoria contínua.
Muitas
dessas dificuldades podem ser reparadas com a implementação da gestão da
qualidade, que proporciona uma análise sistêmica e consegue identificar pontos
que necessitam de melhor desempenho.
Por
meio dela, é possível otimizar os processos, estabelecendo um vínculo maior com
os clientes e, consequentemente, gerando fidelização. Nesse sentido, a criação
de valor para os consumidores é um dos principais fatores que garantem a
continuidade de qualquer empresa.
Quais os 8 pilares fundamentais para a gestão da qualidade
Os
8 pilares da gestão da qualidade são tópicos que servem como base para as
organizações que desejam eficiência de gestão para se estabelecerem no mercado.
Eles foram alterados com a publicação da ISO 9001, de 2015, e passaram a ser
tratados como 7.
O
tópico “visão sistêmica” se juntou ao “gerenciamento de processos”, porém,
vamos abordá-los separadamente para facilitar o entendimento das ideias. De
maneira resumida, tratam do que uma companhia precisa para ter sucesso em
gestão.
1. Foco no cliente
Um
dos principais objetivos da qualidade é satisfazer o cliente e, sempre que
possível, superar as suas expectativas, oferecendo o melhor padrão de qualidade
nos produtos e serviços. Para tanto, a empresa deve observar as necessidades
dos clientes, para poder atendê-los com eficiência. Além disso, é preciso que
esteja preparada para receber feedbacks e dar respostas com maior agilidade.
2. Liderança proativa
É
papel dos líderes das organizações transmitir a cultura organizacional, criar e
manter um ambiente favorável para que todos os colaboradores desempenhem suas
atividades da melhor maneira possível, e que se sintam motivados e
comprometidos a alcançar os objetivos propostos.
A
liderança proativa é aquela na qual os líderes agem baseando-se em indicadores
para antecipar mudanças e antever problemas. São transformadores e modelam
pensamentos, disseminando entre seus liderados as crenças e promovendo
comportamentos e ações voltados à antecipação, criatividade e construção de
novos cenários.
3. Melhoria contínua
A
gestão de qualidade, bem como a otimização dos processos, deve
ser um trabalho contínuo. Por isso, os gestores de cada área precisam sempre
implementar os melhores e mais modernos processos, buscando aumentar cada vez
mais o desempenho do trabalho.
Uma
ótima alternativa é utilizar o PDCA, uma metodologia de fácil implementação,
amplamente utilizada no mundo corporativo por se mostrar bastante eficaz para
resolver problemas e gerar melhorias.
4. Decisão baseada em fatos
O
processo decisório dentro de um sistema de gestão de qualidade deve
sempre partir de uma abordagem factual, ou seja, deve ser baseado em fatos,
dados concretos — provenientes de indicadores — que permitem uma análise lógica
das informações. Dessa forma, as análises se tornam mais confiáveis, por terem
um maior embasamento e serem isentas de meras intuições e palpites.
5. Boa relação com os fornecedores
É
fundamental construir um relacionamento de benefício mútuo com os fornecedores
por meio de parcerias e alianças estratégicas. Esse trabalho em conjunto
facilitará a criação de valor e a satisfação das necessidades e expectativas
dos clientes.
Sobretudo, a gestão de fornecedores promove o fortalecimento das parcerias, garantindo a aquisição de insumos de qualidade para o fornecimento dos produtos ou serviços e a continuidade de ambos no mercado.
6. Visão sistêmica
Ter
o pleno conhecimento do todo permite tomar decisões que impactam positivamente
a lucratividade da organização. A visão sistêmica é a habilidade que faz com
que os líderes analisem o cenário de forma ampla, considerando os inúmeros
elementos — incluindo fatores internos e externos — que influenciam seu
funcionamento.
Ela
permite compreender e estruturar todos os processos e setores interligados para
uma melhor interação, e identificar quando uma mudança em apenas um deles pode
impactar o sistema inteiro.
7. Gerenciamento por processos
Depois
de mapear de forma detalhada todas as atividades da rotina operacional da
companhia, é vital estabelecer metas e estratégias para aumentar o desempenho e
corrigir inconformidades.
O
gerenciamento de todos os recursos e atividades de uma empresa como um processo
é fundamental, e contribui na implementação de melhorias, no monitoramento e
controle dos indicadores que mais influenciam a sua cadeia de valor.
8. Conscientização de todos os colaboradores
O
gestor deve promover o envolvimento de todos os profissionais da corporação com
as metas, estratégias e resultados. A conscientização e entrosamento do pessoal
são vitais para o crescimento da companhia.
Quando
todos os colaboradores — independentemente do nível hierárquico — compreendem o
impacto do seu trabalho no resultado final da organização, o compromisso e o
engajamento para o cumprimento das metas estabelecidas aumentam.
Para
tanto, é igualmente importante investir em capacitação e treinamento para um
melhor atendimento aos clientes e execução dos procedimentos padronizados de
segurança e garantia de qualidade no processo produtivo.
Quais os 7 benefícios da gestão da qualidade
A
gestão da qualidade suporta todo o processo de melhoria contínua de produtos,
bens e serviços, assim como o processo decisório de uma organização. Não é por
acaso que milhares de empresas em todo o mundo — independentemente do porte ou
segmento de atuação — utilizam como padrão a Norma ISO 9001, que disponibiliza
um modelo de gestão de qualidade.
Essa
norma é tida como uma referência internacional e tem permitido otimizar o
desempenho e a qualidade das empresas, além de uma série de outros benefícios.
Veja quais são eles:
1. Melhor desempenho empresarial
O
primeiro grande benefício que um sistema de gestão de qualidade proporciona às
organizações é alcançar os objetivos que foram definidos no seu planejamento
estratégico.
A
sua implementação garante confiabilidade e estabilidade em relação às técnicas,
equipamentos e recursos utilizados pela companhia. Por meio de processos, a
integração e alinhamento de todas as atividades asseguram a produção e
comercialização de produtos e serviços de qualidade.
2. Satisfação do cliente
Quando
a gestão da qualidade é devidamente implantada, significa que a corporação está
conseguindo satisfazer todas as necessidades do seu cliente, estabelecendo um
relacionamento duradouro e aumentando sua confiança.
Com
isso, a empresa realizará uma grande conquista, atraindo a atenção do mercado e
maximizando o seu potencial competitivo.
3. Consistência dos produtos
Além
de garantir que o seu processo produtivo e comercial alcance o padrão de
excelência determinado, a gestão da qualidade garante que os recursos e o tempo
sejam utilizados pelos seus colaboradores com coerência, eficiência e eficácia,
gerando redução de custos e
aumento dos lucros.
4. Implementação das melhores práticas
Como
a implementação do sistema de gestão de qualidade segue padrões
internacionalmente reconhecidos, isso assegura que a organização adotará as
melhores práticas do mercado.
Essas
práticas permitem manter a consistência da produção com base no cronograma predefinido.
Dessa forma, sistemas, processos e produtos são continuamente melhorados por
meio de técnicas modernas de industrialização, controle de qualidade e uso
de software ERP de gestão
de projetos.
5. Produtividade
Com
a melhor definição dos processos e responsabilidades de cada elemento
empresarial, a produtividade aumenta significativamente, o que permite produzir
produtos e serviços com menos custos e no menor tempo possível.
Além
disso, com a otimização dos processos, preparados para evitar qualquer tipo de
inconformidades, o retrabalho e os desperdícios são praticamente eliminados. O
investimento em sistemas de gestão empresarial de
qualidade também contribui para a otimização da produtividade.
6. Aumento do desempenho financeiro
A
gestão da qualidade influencia de maneira direta a gestão financeira,
que tem seu desempenho melhorado, trazendo resultados positivos. Ela promove um
melhor controle das despesas e o planejamento mais consistente do fluxo de
caixa, garantindo resultados imediatos sobre a liquidez corrente e a
lucratividade da empresa.
7. Melhoria da comunicação interna
O
sucesso do sistema de gestão da qualidade passa pela melhoria da comunicação
interna, isto é, todos os níveis hierárquicos da companhia devem ser envolvidos
no processo, para que não haja incompreensões e distorções nos requisitos
definidos pelo sistema.
Assim,
fica mais fácil conseguir o comprometimento e empenho de todos os colaboradores
com os padrões estabelecidos, possibilitando ainda o desenvolvimento pessoal de
cada profissional.
Exemplos de gestão de qualidade nas empresas
Um
grande exemplo de gestão da qualidade é o da rede McDonald’s. Nos anos 40, os
irmãos McDonald perceberam que a maioria das lanchonetes dos EUA tinha
deficiências na produção e prestavam um péssimo serviço.
Ao criar o McDonald’s, eles reorganizaram a cozinha, reduziram portfólio, implantaram um sistema de pedidos sem garçons e focaram exclusivamente o desempenho. Esse processo ficou conhecido como sistema Speedee e foi passado de filial para filial, auxiliando na expansão do negócio.
Outro
exemplo é o da empresa Azul Linhas Aéreas Brasileiras, que, em apenas três
anos, conseguiu uma considerável fatia do mercado aéreo brasileiro ao investir
em uma estratégia de excelência em serviços, baseada em 4 pilares:
- recursos
humanos;
- confiabilidade;
- necessidades;
- diferenciação;
Como implementar a gestão de qualidade na minha empresa
Existem
algumas ações recomendadas para a implementação da gestão da qualidade nas
empresas. Elas permitem obter os resultados com maior facilidade, agilidade e
estruturação, levando à otimização dos recursos e esforços investidos. Veja
cada uma delas a seguir.
Mapeie os processos
Não
existe a possibilidade de melhorar as etapas de um negócio sem saber quais são
elas e como interagem entre si. Portanto, deve-se iniciar com um mapeamento dos
processos, buscando entender a relação entre eles e as possíveis
inconformidades.
Realize
uma análise detalhada de cada área e qual a ligação entre elas, buscando
identificar as informações, as partes envolvidas, o fluxo, capacidades,
competências e recursos para atender a todos os componentes necessários. Com
visibilidade, fica mais fácil saber onde agir.
Use as metodologias certas
Para
implementação, utilize metodologias já consagradas no mercado pela sua
eficiência e efetividade. A análise SWOT, por exemplo, serve para definir quais
são as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. Assim, dá para ter uma ideia
clara do que deve ser feito.
Já
a mentalidade Lean contribui para a utilização adequada dos recursos, evitando
os desperdícios. O método 5W2H, por sua vez, ajuda a detectar causas e ações,
enquanto o ciclo PDCA gera um fluxo consistente de mudança.
Pode-se
usar uma metodologia isoladamente ou um conjunto de várias delas, de acordo com
a necessidade da companhia. Certifique-se do que é mais relevante em cada
processo e opte pela alternativa que fizer mais sentido. Pense que, nesse
momento, a tecnologia também é imprescindível.
Realize mudanças controladas
Quando
todos os problemas já estão identificados e suas soluções definidas, é o
momento de realizar as mudanças. Contudo, não execute mudanças bruscas —
prefira proceder com transformações controladas.
Tendo
isso em vista, procure alterar um parâmetro por vez, pois, desse modo, há maior
segurança e melhor percepção sobre os impactos de cada ação realizada. Isso
promove um entendimento maior sobre o andamento do processo e permite um
direcionamento alinhado ao que foi planejado.
Acompanhe e otimize os resultados
A
máxima “o que não pode ser medido não pode ser controlado” é verdadeira. Logo,
é imperativo fazer um acompanhamento dos resultados ao longo
da implementação. Analise como cada mudança se comporta e entenda os impactos
nos processos mapeados.
Ao
atingir os níveis estabelecidos, aplique o ciclo de melhoria contínua e busque
por novas otimizações e parâmetros de desempenho. Assim, o negócio estará
sempre em movimento e cada vez mais fortalecido.
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