Impor limites é estabelecer linhas com os outros (e conosco) que não devem ser cruzadas. Edward T. Hall e Robert Sommer, pioneiros no estudo do espaço pessoal, garantem que esses limites estabelecidos são mais do que um território.
Quem nunca disse: só mais um, ou só mais esta vez!
Muitas pessoas têm a tendência de acreditar que “só
mais um pouco”, “só mais um tempo”, “só mais uma cerveja” ou “só mais uma
palavra” não vai fazer mal a ninguém. Porém, não percebem que esse “só mais…”
pode fazê-las ultrapassar uma fronteira que talvez não tenha volta. É a árdua
tarefa de impor limites. (Celia Lima - Psicoterapeuta Holística)
Primeiro precisamos entender que a imposição de limites cabe apenas em
duas situações: primeiro para si próprio e depois para o outro.
Entender o que é estabelecer limites é primordial
para uma vida saudável. Isso envolve a nossa autoestima e autoconfiança.
Simmm... Isso esta muito ligado a nossa autoimagem (a forma como nos vemos).
Sendo assim, nossa imagem pessoal (como somos vistos), junto com tantos outros
códigos emitem informações a nosso respeito, é aí, que a tal "primeira
impressão" entra. Exemplo: a nossa imagem pode demonstrar, se somos uma
pessoa fácil de ser manipulada, ou não (entre outras questões físicas e
emocionais).
Para entendermos nossos limites precisamos primeiro
nos conhecer. O que significa que é primordial a busca e investimento no autoconhecimento.
Desculpe, mas não tem como não ser repetitiva neste assunto. Conhecer a si
mesmo é uma das habilidades mais importantes para o desenvolvimento e
crescimento do indivíduo em todas as áreas de sua vida.
A importância de se estabelecer limites pessoais.
Umas das primeiras etapas para o estabelecimento de
limites é tomar consciência e reconhecer as suas próprias necessidades e
sentimentos para que, de forma saudável possa cuidar delas nas relações, ao
invés de anulá-las em prol “do outro” ou esperar que o outro as suprima. Pois,
as suas necessidades, sentimentos e opiniões são tão válidas como as do outro.
Nem sempre conseguiremos fazer isso sozinhos. ter
ajuda de um profissional através da terapia é o mais indicado. E, esta tudo
bem. A terapia é um dos investimentos em autoconhecimento. É uma ferramenta
poderosa.
Infelizmente ainda existem muitos tabus e
preconceitos relacionados a este assunto. Contudo, as melhores pessoas são as
que têm coragem o suficiente para saber que, sozinhas não chegam a lugar
nenhum. Pessoas que se cuidam desta forma, geralmente agregam muito ao seu
redor. Sua autoimagem cresce e se desenvolve de forma sadia. A saúde mental
agradece.
Quando nossa autoimagem é correta e sadia, nosso
olhar para o outro não é diferente. Fato é: como me vejo, verei os outros. Não
podemos dar o que não temos.
E o que é estabelecer limites pessoais?
Estabelecer limites pessoais relaciona-se com a capacidade de afirmação pessoal, isto é, com a capacidade de dizer ao outro o que sente, pensa e quais as suas necessidades de forma a respeitar o outro, ou seja, de forma assertiva e assumindo responsabilidade pessoal. Pelo contrário, a ausência de limites pessoais pode passar por não expressar aquilo que sente ou pensa com receio da resposta do outro. As dificuldades em colocar limites estão muitas vezes relacionadas a uma forte necessidade de que o outro mostre apreço por eles.
Acreditam que, se abdicarem dos seus limites pessoais vão ter
maior apreço e afeto por parte dos outros, quando muitas vezes é o contrário
que se verifica, porque na fase adulta as relações mais saudáveis e atrativas
ocorrem quando as pessoas se responsabilizam. Por outro lado, ao não colocar
limites, à espera de apreço, está-se a contribuir para alimentar o medo de não
ser apreciado, criando-se um ciclo. O ciclo manifesta-se na medida em que, cada
vez que evita dar-se a conhecer e respeitar-se, está a reforçar a ideia de que
os outros só vão gostar de si porque faz tudo o que lhe pedem. (Andreia Santos
- Psicóloga e cientista)
Valorize os
seus limites e por certo não se livrará mais deles. Richard Bach
Quando aprendemos a respeitar nossos limites
passamos a nos amar mais e a nos respeitar. temos forças para dizer o NÂO
necessário que nos "liberta".
Quando não conseguimos delimitar limites deixamos
claro a nossa desvalorização. E isso vem lá da nossa querida infância. Afinal
de contas, tudo o que acontece lá, não fica lá.
Essa desvalorização afeta diretamente nossos
relacionamentos pessoais e profissionais. Em razão disso sempre haverá
cobranças. E nessa profunda insatisfação colocamos as coisas sempre pelo ponto
negativo e sempre o individuo vai achar que o outro esta sempre errado. Só o
jeito dele/dela é o correto e valido. Quando fica claro a situação, a raiva é o
sentimento predominante, Imagina o sofrimento de quem vive assim.
A autodesvalorização acontece por problemas que
foram iniciados nas relações de filiação socioafetiva ou seja,
a relação entre pais, mães e filhos, cuja origem vem do vínculo afetivo
existente entre eles, não sendo necessário que haja um vínculo genético, ou
seja, para ser mãe ou pai, não é preciso ter sido aquele que gerou o filho.
Isso acontece também com o tutor da criança. Os problemas emocionais gerados na
fase infantil como a ausência de amor, proteção, aceitação e reconhecimento,
leva o individuo a buscar incessantemente a disputa por atenção e
reconhecimento. Muitas vezes, são pessoas que estão sempre competindo e podem
ter características narcisistas (na grande maioria dos casos).
Estes sentimento de desafeto geram em muitos a
dificuldade de impor limites a si mesmos e aos outros. Toda qualidade de
relações está ligada a maneira como aprendemos a lidar como os estímulos do nosso
passado. Por esta razão, nossas escolhas dependem de nossa capacidade de lidar
com atual realidade, ou seja, a vida adulta e tudo o que ela representa.
Por isso sempre digo: é muito fácil falar de
amor-próprio, mas a realidade de compreensão vai muito além disso. Nem todo
discurso é coerente, até porque, todos nós temos nossa bagagem e muitas
historias que compõe a nossa historia. É por isso, que para muitos estabelecer
seus limites é desafiador. E quando o fazem, muitos não entendem.
Impor limites nas pessoas - Por Celia Lima
Quando se fala em impor limites nas pessoas, logo
vem à mente algum tipo de atitude agressiva. Acredita-se que é preciso gritar,
desligar o telefone “na cara”, armar discussão e até desfazer uma amizade
porque não se encontra outro caminho mais equilibrado e seguro para alcançar a
paz. E para não recorre à agressividade, silencia-se.
São inúmeras as situações perturbadoras das quais,
muitas vezes, não conseguimos nos livrar por causa da nossa incapacidade
de dizer “não”. E normalmente nossas razões passam pelo medo:
- Medo de magoar
- Medo de ser injusto
- Medo de perder o amor
- Medo de perder o emprego
- Medo de perder o amigo
E, assim, vamos colecionando medos e raivas. Sim, a raiva toma conta porque acreditamos que a pessoa deveria perceber que está sendo grosseira, que está sendo invasiva, agressiva, explorando a boa vontade alheia, sendo mal educada, e por aí vai.
Em condições normais, ninguém precisa ser
agressivo para estabelecer limites, mas não é possível se deixar capturar
pelos medos e deixar perpetuar as situações abusivas.
Uma vez me falaram algo que foi muito forte e
impactante me tocou profundamente. Me disseram: se existe uma vitima é porque
alguém se deixou ser vitimizado de forma consciente ou inconsciente. Hoje
estudando a psicologia aplicada e comportamentos, tenho a certeza que é
verdade. Sabe como isso se dá? Pelos códigos da nossa imagem pessoal. E ainda
tem pessoas que acreditam ser apenas a roupa a parte importante do que
emitimos. 🙄
Acredite, as pessoas não mudam. Ou elas melhoram ou elas pioram, mas não
mudam.
Muitas vezes, a nossa teimosia em
querer acreditar que um dia as outras pessoas vão se dar conta de que suas
atitudes nos causam desconforto faz com que permaneçamos numa eterna espera por
algo que provavelmente nunca vai acontecer.
- Como o outro pode saber que seu comportamento
é nocivo se eu não disser?
- Que razão ele tem para acreditar que está me fazendo
algum mal se eu silêncio, se não me manifesto, se não reclamo, se não digo
que estou magoado, enfurecido, incomodado?
Se a pessoa não consegue falar, certamente o
problema de relacionamento ou abuso afetivo já existe. É preciso ajuda e apoio
para sair desta situação.
Quando cedemos demais abrimos as portas para
problemas muito maiores.
As mudanças que precisam ocorre em nossa vida só
depende de nós mesmos e da nossa busca por uma melhora e progresso como
indivíduos. É necessário entendermos a nossa autorresponsabilidade. É
necessário entendemos que, as pessoas só fazem conosco o que permitimos, por
isso precisamos nos conhecer e nos respeitar. O respeito que queremos será
aquele que deixaremos claro para o outro. Isso só ocorre quando impormos limites,
seja na vida pessoal ou na vida profissional. Caso contrário, chegara o momento
do nosso abismo emocional. E acredite, ele existe.
É preciso entender que se eu não me respeitar, as outras pessoas não
verão motivo algum para me respeitar.
Se eu me permito ser invadido, maltratado,
desconsiderado, por que acho que o outro vai me dispensar um tratamento
diferente?
Assim, devemos perceber que tudo começa no respeito
que tenho por mim mesmo, na gentileza que eu mesmo dispenso às minhas
necessidades.
Dizer “sim” mais vezes para si mesmo é
tratar-se com amor e gentileza. Se não começar por você, o outro dificilmente vai
ter por você a consideração que você mesmo deveria ter.
As outras pessoas podem ficar chateadas? É uma
questão de escolha: “quem escolho para ficar chateado, eu ou o outro?” Ora, se
você suporta a chateação, por que o outro não suportaria? Ou você acha que só
você tem que lidar com os dissabores da vida? Não se preocupe, o outro
vai sobreviver a sua escolha.
Este é o poder libertador da autoconhecimento,
Quando escolhemos a nós mesmos somos mais felizes e sabemos o que realmente
vale a pena ou não. Sabemos o preço que estamos dispostos a pagar. E isso não
se trata de estar sozinho ou não. Pois quando sabemos que nos bastamos ou outro
é apenas um complemento não a totalidade.
Tudo na vida, absolutamente tudo, tem limites!
Você vai dizer “não” para você sempre que sentir
que está sendo permissivo demais:
- Quando deixa o outro ofendê-lo diante de
agressões físicas ou verbais.
- Quando está cansado de se sentir em
desvantagem.
- Quando não é respeitado em sua posição e papel
seja ele qual for.
- Quando percebe que sempre paga a conta e se
sente abusado.
- Quando é o outro que decide onde ir, a que
filme assistir e sempre que sua omissão lhe dá aquela sensação de não ter
o comando de sua própria vida fazendo com que você se sinta fraco e sem
voz.
É preciso colocar limites em sua permissividade
consigo mesmo para que tome posse de sua própria vida!
Devido ao meu histórico de vida, por nunca ter tido
uma família entre outras questões, eu vivia em conflito com os meus limites e
os que precisava impor as outras pessoas. Me prejudiquei muito, mas também
aprendi muito. Hoje por investir em mim e no meu autoconhecimento, tudo mudou.
Mudou muito. Nunca fui fraca, mas cedia em busca de aprovação e autoaceitação.
Não tive um relacionamento socioafetivo de ninguém.
Hoje sei lidar muito bem com a minha realidade. Sou
a prova que podemos mudar a rota da nossa vida e seguir caminhos mais saudáveis
e diferentes. Ninguém nesta vida está fadado a infelicidade a menos que queira
ou permita.
Imponha limites sem culpa e não deixe ninguém dizer o que você pode ou
merece!
Ame-se❤
Cuide-se❤ Proteja-se❤ Preserve-se❤
Copiado: https://www.linkedin.com/in/gilkaferreira/
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