Uma das apreensões da modernidade reside no modo como as pessoas geralmente encaram o ato de envelhecer.
Vivemos em um mundo que não só banaliza a velhice, tratando-a até como uma espécie de doença, como também faz certa apologia à juventude e à beleza.
As pessoas não reconhecem os valores que os mais avançados em idade possuem e têm cada vez mais dado valor à "cultura jovem", esquecendo-se, porém de que, tão certo como a morte, a velhice um dia chegará.
(Por favor, não atribuam à palavra "velhice" uma conotação pejorativa. Não é esta a nossa intenção aqui).
No mundo profissional essa barreira é ainda mais acentuada, já que não se precisa muitas vezes chegar a uma idade considerada como "avançada" para sentir alguns dos efeitos da "exclusão social". Assim, já existem pessoas gozando do pleno vigor dos seus 35, 40, 50 ou 60 anos que hoje estão se considerando "ultrapassadas" ou excluídas do mundo do trabalho - isso por causa de tanto se repetir o discurso malicioso da "imprestabilidade dos mais velhos".
Isso é um grande engano e triste é o fim de uma sociedade que exclui os mais experientes, independente da idade que possuam! Hoje, é possível conquistar uma colocação profissional acima dos 50 anos sim! Dá para ser muito feliz em qualquer idade, desde que saibamos construir um pouco dessa felicidade a cada dia vivido.
Dentre os vários pontos a favor da valorização da maturidade, um deles está no fato de que nosso país avançou pelo menos no quesito expectativa de vida, que prossegue evoluindo. Sabemos que não estamos no melhor dos países, mas nos últimos 20 anos têm surgido boas oportunidades no mercado para pessoas acima dos 50. Isso é inquestionável.
Sem fazer pré-julgamentos etários, acreditamos que o que todo homem ou mulher que se considere numa idade um pouco avançada para os padrões atuais do mercado deve fazer passa por algumas das seguintes direções práticas:
- Buscar sempre está conectado (tanto off quanto online) aos conhecimentos de sua área de formação;
- Atualizar suas plataformas de trabalho, começando por manter em dias o seu currículo físico e considerar (se ainda não pensou nisso) ter alguns perfis virtuais para contatos.
- Não fugir de oportunidades de emprego (permanente ou temporário) para as quais a pessoa se considere apta a participar do recrutamento.
- Jamais utilizar a "maior" idade (experiência/maturidade) para impor alguma visão de mundo ou desagregar-se de grupos, simplesmente por achar que tem razão. Seja dialético, prefira o diálogo e a convergência de ideias no ambiente profissional.
E se dentre as possibilidade de trabalho existentes essas pessoas vislumbrarem a participação e aprovação em um concurso público, por que não? Embora muitos revelem não ter mais aquela empolgação para os estudos que a juventude possui, isso não significa que seja necessário evitar os processos seletivos. Tem muita gente acima de 45 anos, por exemplo, demonstrando o contrário: que é possível sim enfrentar os estudos e ser aprovado num concurso, sem precisar até de ser beneficiado com o tal critério de desempate por idade! No mais, o que vai diferenciar uma pessoa mais velha de uma mais nova na carreira pública deverá ser apenas o menor ou maior tempo de serviço até alcançar a aposentadoria compulsória, aos 70 anos.
Encerramos, portanto, essas breves considerações, dizendo algo sobre essa questão da competitividade com o intelecto dos mais jovens. Tal problemática deverá ser sempre enfrentada, e não colocada como uma desculpa para não fazer as coisas. Por exemplo, há quem ingressou em um curso superior acima dos 30 anos e tem estudado com um relativo sentimento de que não tem mais aquele "pique" dos mais jovens (na faixa dos 22 anos).
Mas isso jamais poderá ser empecilho para estudar. Ter consciência das limitações não significa que a pessoa acima dos 35, dos 45 ou dos 55 anos é imprestável. É preciso se dar valor, mesmo que não se consiga acompanhar o "ritmo" dos outros colegas. Exemplo disso é o senhor Eliseu Garcia, de 53 anos, que atualmente está em dois empregos. "Um dia pensei: devo voltar a estudar. Terminei meu ensino médio em 2014, em seguida, fiz o Enem para me avaliar e vi que estava a altura para um vestibular. E foi o que fiz, e passei! Hoje faço Letras e ainda tiro tempo para ir à academia. Não pretendo parar por aí, quero continuar estudando, adquirir mais conhecimento". Mas Eliseu Garcia alerta: "é preciso ter muita força de vontade".
Defina o seu tempo, vá mais devagar, curse menos matérias, porque você de certa forma já chegou em uma fase da vida em que reconsidera o tempo da correria plena para os estudos... E percebe que existe um lado vazio em toda essa corrida frenética... Ainda não que seja possível fugir do sistema, será que não existem algumas válvulas de escape? Procure-as, na medida do possível.
Que possamos respeitar a escolha daqueles que ultrapassaram a relativa metade da vida, tendo a consciência de que existe vida profissional, cultural, intelectual, sentimental, amorosa, religiosa, financeira e outras após os 50.
E que essas simples reflexões inspirem a confiança dessas pessoas em si mesmas.
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