Esse artigo é para apresentar e discutir as duas grandes dificuldades que os empreendedores se confrontam, uma é se dedicar a uma inovação e transformar uma idéia (um problema) em produto ou serviço e a outra é empreender para que a criatura dê lucro e pague o ROI.
Como sabemos, as inovações poderão ser tecnológicas de produto, de processo ou de serviços, mas em especial vou escrever sobre a que mais é comentada nas mídias a inovação tecnológica de novos produtos. É essa a que mais atraem empresas para as Incubadoras nas Universidades em todo o Brasil devido a algumas exigências de edital para atender a vontade do governo em incentivar através do CNPQ e FINEP um projeto inovador.
Quero ressaltar desde início que sou favorável a todas tentativas de inovar e de incentivar a inovação nos três aspectos: aquisição, gestão e apropriação do valor criado. Por isso, peço que os administradores fiquem atentos para essa oportunidade de participar oferecendo seus serviços a esses centros de extensão universitária.As incubadoras pertencem a várias faculdades de todas as especializações desde as de engenharia, informática, biologia, química, até outras com formação específica. Então quem apresenta um projeto para incubar a empresa ou é ex-aluno ou tem um projeto ligado à especialidade do centro acadêmico. Geralmente, esses empreendedores nem sempre são de áreas com formação em administração ou em humanas.
A concepção, análise e execução de um projeto requerem conhecimentos das melhores práticas de gestão além de exigir que ele seja um prof issional habilitado para analisar crivos de f inanças, marketing, pesquisa de satisf ação, gestão de RH, direito comercial, estratégia empresarial, etc., que são atributos do administrador. Mais complicado ainda é o gerente da empresa que tenha o projeto incubado necessitar obter ROI – Retorno sobre o Investimento. Terá que calcular em que escala irá produzir a inovação, quais os mercados que poderão consumir nas quantidades econômicas projetadas, além de outros conhecimentos.
Lemos nas mídias quantas inovações boas e bem boladas não pagaram seus projetos e f oram engavetadas. Quero esclarecer também que se o inovador não aproveitar o lead time, outros rivais criam outra inovação ao entorno e se apropriam do valor que o inovador criou, mas que não teve velocidade para chegar ao mercado. É triste, mas é verdade. O produto é bom, mas por f alta de f inanciamento o inovador f ica com o projeto pronto e vai oferecer no mercado. Daí à cópia é um pulo. Não basta o inovador encontrar um grupo de lead users. O produto tem que ser vendido numa escala econômica para vários mercados e pessoas para que o ROI apareça, ou a preços prêmio para poucos interessados. É complicado, mas é essa a nossa experiência como administrador.
Por isso, of ereço esse artigo como presente de aniversário da nossa prof issão aos nossos colegas que
queiram participar e contribuir para esse maravilhoso processo de inovar. Lembro que a inovação ocorre por que uma pessoa ou empresa tem uma necessidade (um problema) de que algo seja f eito para que ocorra alguma melhora ou uma solução para custos, produção, operações ou logística. Em todos os setores atividades industrial, comercial ou de serviços, governos, ONGs e nas universidades sempre irá ocorrer alguém terá uma nova necessidade para solucionar algum problema.
Então, registre as palavras chave da inovação: problema, dif iculdade, necessidade, solução, projetar, empreender, marketing. Os inovadores geralmente são sonhadores, algumas pessoas no passado os chamavam de prof essor pardal. E não basta saber construir uma nova máquina ou produto e depois procurar quem o financie. Na frente da inovação e logo atrás da descoberta está o administrador.
Lembro que, lendo o caso “Thomas Edson”, f oi ele na sua empresa quem iniciou o processo de empreender a comercialização de inovação da construção de uma lâmpada econômica, isto é, a lâmpada já existia, mas não era comercial. Ele e seus pesquisadores de laboratório f oram quem tornaram a inovação da lâmpada comercial viável e rentável. Sua empresa criou um sistema que era composto por uma unidade de geração de energia, passou os f ios pelas já existentes tubulações de gás, e colocou bocais com lâmpadas nos locais onde já existiam as lamparinas nos postes e iluminou cidades inteiras cobrando um valor dito “justo” na época pela maravilha de seu invento.
Esse é o segredo. Criar uma inovação e construir um sistema para se apropriar do valor criado.
Por: Aloisio Pombo - http://www.craes.org.br/
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