As relações no ambiente de
trabalho passaram por diversas mudanças nos últimos anos, acentuadas
principalmente na década de 80 graças ao amplo desenvolvimento da tecnologia.
Essa reforma refletiu diretamente na atuação dos recursos humanos, que ficaram
frente a frente com o desafio imposto pela nova realidade: abandonar a postura
focada em processos burocráticos e de controle, como por exemplo a pagadoria ou
o controle rígido de freqüência, para alavancar o crescimento da maior riqueza
das organizações, as pessoas.
Se atualmente vivemos com
facilidades de comunicação quem nem eram sonhadas há apenas trinta anos (nem a
televisão era colorida no Brasil daqueles tempos!!), num futuro próximo tanto a
distância quanto o tempo serão abolidos graças a investimentos brutais em redes
de telecomunicações via satélite. Fechar negócios real time com o Japão por
teleconferência será um ato banal.
Esses movimentos nos aproximam
cada vez mais da "aldeia global" prognosticada por McLuhan. Alguns
sintomas são sentidos nitidamente no meio empresarial, mesmo aqui, onde só se
despertou para esse novo mundo no início dos anos 90.
A entrada de multinacionais,
o crescimento vertiginoso da competitividade são sinais claros de que o país
entrou na roda viva da globalização.
O primeiro caminho trilhado pelas
companhias foi, portanto, investir nos processos para garantir os resultados.
Mas, na conta do capital intelectual, os valores realmente produtivos - as
pessoas - ficaram em segundo plano. Ainda hoje, grande parte das empresas têm
um perfil que dá pouca importância à gestão dos seres humanos.
Viver nessa realidade arcaica faz
com que boa parte das organizações ainda convivam com a figura envelhecida do
"departamento pessoal", estrutura que utiliza parte das tecnologias
apenas para automatizar atividades burocráticas como folha de pagamento,
prêmios, cálculos salarial etc., porém ficaram a parte os programas de gestão
de estrutura organizacional, políticas de benefícios e prêmios relacionados a
performance, planejamento de treinamento e desenvolvimento, entre tantas
outras, restringindo espaço para uma ação estratégica.
Enquanto isso, aqueles que viram
as pessoas como diferencial competitivo fizeram do RH a área integradora das
estruturas internas e externas da empresa e tornaram-se exceções, destacando-se
no noticiário. Eles sabem que a chave do sucesso é pensar globalmente e agir
localmente.
Para ter esse tipo de ação é
necessário mover pessoas, idéias, produtos e informações ao redor do mundo a
fim de atender as necessidades de uma mesma região. Isso demanda um aumento da
capacidade de aprender para gerenciar diversidades, complexidades e
ambigüidades pois uma empresa não é uma carteira de produtos e sim um conjunto
de forças, habilidades individuais que são utilizadas para criar novos
negócios.
Como atingir essa excelência?
Algumas estratégias podem ser traçadas para facilitar o caminho das empresas que
querem trilhar um caminho semelhante no futuro. A primeira coisa que se deve
descobrir é a sua competência essencial, aquilo que a companhia faz melhor do
que seus concorrentes. Esse será o seu diferencial e ele é resultado do
conhecimento de todas as pessoas reunidos em uma única força.
Para obter essa sinergia, os
profissionais da área de Gestão de Pessoas devem se tornar agentes de contínua
transformação, desenhando processos e uma cultura que aumente a capacidade da
organização de mudar. O passo inicial para a revolução é identificar falhas
operacionais e implantar sistemas de informação descentralizados, orientados a
processos, rede de comunicação ampla por intranet e Internet, conectados a
fibra ótica e satélites que eliminarão a distância e, consequentemente, o tempo
entre os contatos humanos.
Depois de acertar a
infra-estrutura é preciso passar a ver a empresa como resultado de encontros
multidisciplinares. Para chegar a esse estágio, deve-se começar a levantar as
habilidades, conhecimentos e competências das pessoas e equipes da empresa,
descentralizando a coordenação de fato para os gestores. Com isso haverá o
momento em que o local de trabalho será uma espécie de área de lazer dessas
pessoas, pois as atividades produtivas serão colocadas em prática de qualquer
ponto do mundo.
Fonte:http://www.rhportal.com.br/artigos/rh/GESTAO-DE-PESSOAS-NA-ERA-DA-INFORMAÇAO
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