Por causa da desigualdade de gênero, muitas mulheres enfrentam diversos desafios no mercado de trabalho, especialmente no que diz respeito à maternidade.
Diante disso, hoje discutiremos um pouco mais sobre os
principais desafios das mulheres no mercado de trabalho e como conciliar
maternidade e carreira.
Desafios no mercado de trabalho
Quando nos referimos a casais heterossexuais que têm filhos, a
responsabilidade de criação de filhos é vista socialmente como uma
exclusividade da mãe, e não do pai.
Uma pesquisa feita
pelo IBGE, em 2021, mostra que apenas 54,6% das mulheres com filhos pequenos
estão empregadas, enquanto o número de homens empregados com filhos pequenos é
de 89,2%.
Isso demonstra o quanto muitas mulheres acabam abrindo mão de
seus empregos para se dedicar à criação dos filhos, ao passo que os homens, na
grande maioria dos casos, não abrem mão de suas carreiras pelo mesmo
motivo.
A visão de que a mulher é a principal responsável pela criação
de filhos é possivelmente o que gera esse tipo de discriminação de gênero no
mercado de trabalho, tanto em processos seletivos como nas empresas.
Por exemplo, em entrevistas de emprego, é comum mulheres
relatarem casos de perguntas
discriminatórias relacionadas à maternidade. Muitas vezes
elas são questionadas se pretendem engravidar, se querem ter filhos ou, no caso
daquelas que são mães, são feitas uma série de perguntas relacionadas aos
filhos.
Esse cenário é muito diferente com homens, eles dificilmente são
questionados sobre isso, pois, mais uma vez, eles não são vistos como os
principais responsáveis pelo cuidado e criação das crianças.
Portanto, um dos maiores desafios do mercado de trabalho hoje é
mudar a visão de que a mulher é a única ou principal responsável pelo cuidado
com os filhos, para que a maternidade não seja um empecilho no momento de
conseguir um emprego ou desenvolver na
carreira.
Como conciliar maternidade e carreira?
Em um mundo ideal, onde não existisse desigualdade de gênero,
todos seriam responsáveis pela criação dos filhos e as mulheres não precisariam
conciliar maternidade e carreira, pois todos contribuiriam igualmente e as
mulheres não ficariam sobrecarregadas.
Porém, como essa realidade ainda está distante, as mulheres podem usar algumas estratégias para não abrirem mão de suas carreiras e melhorar a relação com o trabalho. Veja as 4 dicas a seguir:
1. Tenha uma rede de apoio
Ter uma rede de apoio — pessoas ou entidades que
dão suporte a alguém — é um dos primeiros passos, pois ela pode ajudar a
diminuir a sobrecarga das mulheres. Desse modo, elas têm mais tempo para se
dedicar a outras atividades, como carreira, lazer, entre outras coisas. Além
disso, a rede de apoio permite que essas mulheres descansem e evitem um esgotamento mental.
2. Encontre empresas que promovem a diversidade
Encontrar empresas pró-diversidade também pode ser uma excelente
alternativa, pois, em geral, essas empresas entendem a importância dessa causa
e promovem ações que buscam diminuir essa desigualdade desde os processos
seletivos até no dia a dia do trabalho.
Na Gupy, por exemplo, existe um Manifesto de
Diversidade, que é um documento com o passo a passo das ações
pensadas para a promoção de um ambiente mais diverso e inclusivo, além de ser
um comprometimento público em prol da diversidade.
3. Busque trabalhos mais flexíveis
Depois da pandemia, o home office acabou se tornando uma
realidade mais presente nas empresas e ele pode ser uma alternativa muito
interessante para quem tem filhos, pois oferece maior flexibilidade tanto de
horários quanto de locomoção, além de poupar tempo e gastos para os pais.
4. Não se culpe
Muitas vezes as mães se culpam por não estarem 100% do tempo
presentes na vida dos filhos, justamente por causa da pressão social em cima
das mulheres.
Não se culpe por também focar em sua carreira, pois a criação de
filhos não é uma responsabilidade exclusiva da mulher, portanto, divida esse
trabalho com sua rede de apoio e entenda que a pressão social é a principal
responsável por essa culpa.
Qual é o papel das empresas nisso tudo?
As empresas podem contribuir, e muito, na mudança desse cenário.
O primeiro passo é mudar a forma como os processos seletivos acontecem.
Pessoas recrutadoras devem possuir bons treinamentos para que não reproduzam preconceitos durante as entrevistas e evitem esse tipo de pergunta nos processos.
Além disso, as empresas também podem oferecer benefícios para ajudar a diminuir essa sobrecarga das mães e ajudá-las a se manter no mercado de trabalho, oferecendo horários flexíveis e treinamentos sobre o tema com os colaboradores visando diminuir o preconceito em relação a esse grupo, por exemplo.
Uma ação já realizada por algumas empresas é a licença parental
de 6 meses para homens e mulheres, que visa equiparar o cuidado com os filhos
para ambos os pais.
As empresas também precisam entender que as mães estão
comprometidas tanto com a organização quanto com os filhos, portanto, as
empresas precisam confiar nas mulheres. As funcionárias sabem de suas
responsabilidades e entregarão o que for exigido pela empresa, mesmo que tenha
que fazer concessões em outras áreas da vida.
O surgimento de uma mãe deve ser um momento de orgulho e não de
preconceito, mas as mulheres seguem fortes para mudar essa realidade. Nada vai
nos parar.
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