terça-feira, 9 de outubro de 2018

A Tal da Zona de Conforto

Como saber se você está na zona de conforto e o que fazer para sair dela.

Outro dia escutei um executivo hot-shot falar que não conhecia o que era zona de conforto para uma audiência repleta.


Fiquei com aquilo na minha cabeça, martelando. Será que o cara falou para impressionar ou era verdade?


Bom, o fato é que mesmo o mais aguerrido empresário conhecerá períodos de calmaria. Alexandre, o Grande, descansava entre suas conquistas. Aproveitava os pastos, mulheres e vinhos das terras recém tomadas, e quando seus guerreiros começavam a engordar, levantava acampamento e partia para a próxima batalha.


Nós, que vivemos as bênçãos e desgraças de um tempo próspero e pacífico, longe das batalhas de vida ou morte, precisamos nos esforçar para não acampar tempo demasiado nos prados verdejantes da acomodação. As eras passam, e os campos de batalha se transformam, mas não se iluda, fique tempo demais parado e você vira presa fácil, gordo e lento demais para correr.


Sempre tem alguém atrás da sua coroa.


As estepes do mundo dos negócios são áridas e não perdoam os fracos. Não há medida adequada de descanso, e o equilíbrio entre vida familiar e trabalho é uma armadilha inventada para diminuir a competição.


Se você quer 30 dias de férias por ano, plano de aposentadoria, convívio social, e outros Graais da classe média, então arruma um bom emprego, enfia a cabeça na areia e reza para que um caminhão não te atropele e acabe com seu mundinho perfeito. Mas, se você quer experimentar o êxtase da vitória e não tem medo de sofrer, então meu amigo, venha junto, e bota pra quebrar.


Raiz!


Zona de conforto é o c@%$@#*!


Qual o próximo projeto? 

Já ligou para um cliente novo hoje? 

Já viu o que os abutres do estado estão tentando te extorquir esse mês? 

Está tudo parado? 

Entra num avião e vai caçar algo novo!


Mas existe uma faceta mais sutil e perversa da zona de conforto. Ela não afeta somente os mais acomodados, satisfeitos com seu quinhão, afeta também os que estão em movimento, seja um executivo subindo os degraus corporativos ou um empresário cheio de projetos.


Todo ser humano gosta de fazer aquilo no que é bom. E quando tudo flui, ou tudo vai mal, as pessoas se aferram ao que fazem bem. Lembram dos músicos do Titanic? Essa é a tal da zona de conforto! Todos somos criados ouvindo frases “você tem de fazer o que ama”, “quem ama o que faz, faz bem feito”, etc.


Inconscientemente, se você atinge algum grau de sucesso fazendo o que gosta, atribui o resultado positivo àsua performance nesse item, descontando outros fatores que possam ter contribuído para sua ascenção. Quando tudo começa a desmoronar, você começa a fazer mais do mesmo, acreditando que esse é o caminho, mesmo quando tudo indica o contrário.


Não advogo que pare de fazer aquilo que você faz bem-feito, mas olhe o quadro geral e tome as atitudes que te deixam desconfortável, pois os problemas geralmente estão lá. Um padeiro pode continuar assando pães deliciosos, mas nem o melhor pão do mundo pode aumentar o prazo de pagamento de uma dívida. Se o Joaquim não for negociar sua dívida, por mais angustiante que isso seja, ninguém irá.


Um engenheiro que atingiu uma função gerencial não consegue promoções há alguns anos e, ao invés de aprimorar outras habilidades, se foca cada vez mais na parte técnica, sem entender que a técnica o levou até ali, mas será incapaz de catapultá-lo àdiretoria. Sente-se frustrado e traído, vê conspirações por toda a parte, mergulhando numa espiral negativa que levará àsua demissão ou ao ostracismo.


Para você deixar sua zona de conforto, só tem um jeito, levanta a bunda da cadeira e vai fazer algo que te dá medo. Se desafie.


 “Ah, mas e se eu quebrar a cara?” Você vai quebrar a cara! Pelo menos a maioria das vezes. Eu, que tenho natureza introspectiva e até tímida, tenho sempre muita resistência para iniciar algo, mas o fato é que sempre se tem a ganhar, e não se perde nada ou quase nada se der errado. E se você tentar vezes suficientes, alguma coisa dá certo!


Eu tenho inclusive uma equação para essas situações:

N = k.t

Onde:
N = número de vezes que algum projeto seu dá certo
K = constante ( k<1 de="" depende="" div="" e="" experi="" habilidade="" ncia="" que="" sorte="">
t = número de tentativas



De acordo com essa equação, vê-se que, embora você consiga melhorar “k” marginalmente, sua grande influência está em “t”. Você pode ser formado pelo ITA com doutorado no MIT, ou seja, ter um “k” bastante alto, se não tentar (“t”), não vai a lugar algum (N=0).

Não adianta se apaixonar pela menina mais bonita da sala. Todos os meninos, inclusive os que negam, estão na mesma situação. Levanta, se expõe ao ridículo e vai falar com ela. Quem sabe hoje é seu dia de sorte?

Copiado: https://www.oceans14.com.br

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