Nesta semana em que comemoramos o Dia do Professor é com imenso prazer que escrevo este artigo dedicado a eles. Os professores tiveram impacto importante na minha vida.
Durante o primário, hoje ensino fundamental, fui dedicada e excelente aluna. Estudei em escola pública, que na época eram boas, e fui bastante incentivada na matéria que sempre tive mais facilidade: português, com ênfase na leitura e redação. Já no ginásio e segundo grau, devido a problemas familiares, além de não ter sido boa aluna, fui bastante baderneira e, novamente, os professores foram fundamentais na minha vida. Eles, com compreensão muito além do que a sala de aula permite, me ajudaram muitíssimo a atravessar aquela fase, mantendo forte minha autoestima. Ao terminar o primário fiz o curso de admissão. Sim, naquela época era normal se fazer uma preparação para entrar no ginásio, onde tive a felicidade de ter uma professora com o nome bastante significativo de “Saudade”, que fez toda a diferença na minha vida. Gostaria de dedicar este artigo a todos os professores que passaram pela minha vida e que, de uma forma ou de outra, me ajudaram a ser quem sou hoje e, especialmente, aqueles que foram brilhantes comigo, como as professoras Saudade e Madre Martins.
O título deste artigo se refere ao filme de mesmo nome que fez grande sucesso em 1967. Estrelado pelo brilhante Sidney Poitier, a história é bem atual hoje quando vemos professores acuados nas salas de aulas e que, muitos deles, conseguem dar a volta por cima e fazer a diferença com adolescentes indisciplinados e desordeiros, e que estão determinados a destruir suas aulas.
Depois vieram muitos outros filmes enaltecendo, ao mesmo tempo em que mostravam as dificuldades que passam esses profissionais de valor imensurável: como Sociedade dos Poetas Mortos, Escritores da Liberdade e Entre os Muros da Escola.
Hoje, muito se discute a respeito do papel do professor. Aqui no Brasil, infelizmente, o professor não tem o reconhecimento que lhe é devido por parte do governo, pouco por parte dos pais e menos ainda pelos alunos. Temos sim algumas raras escolas e instituições, a maior parte particular, com excelente ensino e professores que fazem a diferença. No entanto, a quanto por cento da população essas escolas atingem?
Um professor bem preparado ensina muito mais do que as matérias curriculares, ele ensina os alunos a pensarem por meio de trocas de informações e interações. A escola, nesse contexto, tem papel fundamental tanto no ato de contratação quanto no incentivo e liberdade que dá aos seus professores para que possam cumprir o real papel da educação, que é formar pessoas com conhecimentos objetivos e subjetivos para lidar com a pluralidade que é o mundo.
Não há como pensar no professor sem pensar na escola e nos alunos. Mas para que esta interação funcione de forma positiva há necessidade de se criar um modelo atrativo de escola e, consequentemente, do ensinar. O professor e os alunos precisam se sentir estimulados, caso contrário, o que acontece com frequência, o professor torna-se um indivíduo frustrado e os alunos desmotivados, o que leva a falta de admiração e até respeito do estudante pelo mestre.
No entanto, sabemos que o professor tem função importantíssima e belíssima na vida de todos nós. E não devemos esquecer que esta é umas das poucas profissões escolhidas de fato pela vontade de lecionar, pelo dom, e não pela possibilidade exclusiva de ganhos.
Sempre tive enorme respeito e carinho por essa classe.
Nosso contato com o professor inicia-se desde muito cedo, aos três, quatro anos de idade e, às vezes, muito antes, já estamos na creche ou escola. Esse primeiro contato pode ser extremamente motivador para a criança ou decepcionante. O bom professor percebe o aluno além do que ele demonstra em classe, criando vínculos e elos que podem ajudar o aluno a transpor dificuldades até familiares.
O papel do professor (o Mestre), com certeza, não se restringe a passar matérias, mas a estimular a curiosidade, desenvolver a criatividade e, sim, a cidadania.
Temos aqui no Brasil excelentes exemplos conhecidos de educadores e de muitos, muitos mesmo, desconhecidos que, com certeza, estão fazendo a diferença tanto em salas de aulas totalmente equipadas quanto numa sala de chão de terra.
Um dos maiores educadores brasileiros de todos os tempos foi Paulo Freire (1921-1997). Para ele, alfabetização servia como instrumento de libertação. Suas teorias foram utilizadas com êxito na alfabetização de jovens e adultos. Reconhecido no mundo todo, recebeu prêmios nas maiores e mais conceituadas universidades e seu nome virou premiação. Entre seus livros publicados cito Pedagogia do Oprimido, considerada a sua obra prima.
Outro grande educador foi Darcy Ribeiro (1922-1997). Iniciou sua carreira no Serviço de Proteção aos Índios. Autor de obras de etnografia e defesa da causa indigenista, contribuiu com estudos para a UNESCO e a Organização Internacional do Trabalho. Organizou o primeiro curso de pós-graduação em antropologia, na Universidade do Brasil (Rio de Janeiro), onde também lecionou. Com Anísio Teixeira, também um grande educador, fundou a Universidade de Brasília. Entre suas obras, a de maior impacto são os estudos antropológicos da “Antropologia da Civilização”, em seis volumes. Foi um defensor em tempo integral da boa educação e formação.
E não podemos deixar de expressar nossos profundos agradecimentos àqueles professores que fizeram diferenças revolucionárias no mundo por meio de conceitos e fórmulas, como:
– O francês René Descarte, que criou a geometria analítica no século 17. Responsável por representar os números naquele gráfico com eixos X e Y, batizado de cartesiano em sua homenagem. A geometria analítica revolucionou a matemática, tornando mais fácil “enxergar” relações entre números e compreender conceitos abstratos;
– O Grego Euclides, que fundamentou a geometria no século 3 a.C. Seu livro Elementos, com os fundamentos da geometria clássica, ainda é leitura obrigatória entre os matemáticos. Na obra de 23 séculos atrás estão compilados seus axiomas – verdades lógicas que valem até hoje. Um exemplo de axioma é “pode-se traçar uma única reta ligando quaisquer dois pontos”. A obra- prima de Euclides é o segundo livro mais traduzido da história, atrás apenas da Bíblia;
– O também grego Arquimedes, que aplicou a geometria na prática no século 3 a.C. O principal matemático da Antiguidade, é considerado pai da mecânica por estudar forças, alavancas e densidade de materiais. Foi o primeiro a notar a relação constante entre o diâmetro e o raio de qualquer circunferência: o número π (pi). Arquimedes também era inventor. Entre seus trabalhos estão o parafuso de Arquimedes, usado para tirar água de dentro de navios, e o aperfeiçoamento da catapulta.
– O inglês Isaac Newton, que criou o cálculo no século 17. Responsável por avanços científicos que mudaram a humanidade, como a lei da gravitação universal, Newton também era um matemático notável, considerado um dos inventores do cálculo – disciplina avançada da matemática, ensinada em cursos superiores específicos. Sem o cálculo seria impossível medir precisamente o volume de objetos curvos ou calcular a velocidade de objetos em aceleração.
Deixo aqui minha especial homenagem a educadora Marie Curie, a única mulher a ganhar dois prêmios Nobel. Realizou um trabalho totalmente diferenciado no ensino de ciências. Foi também a primeira mulher a participar do corpo docente da Sorbonne.
Para finalizar, o que na verdade não tem fim, certa de que deixei de mencionar nomes importantíssimos na evolução do mundo, cito como curiosidade alguns professores famosos como o presidente Barack Obama, foi professor de direito constitucional na Universidade de Chicago; J.K Rowling, autora da saga Harry Potter, foi professora de francês e de inglês quando morou em Portugal; nosso Renato Russo foi professor de inglês em curso particular; Oprah Winfrey, a apresentadora de TV mais famosa dos Estados Unidos, foi professora na escola que construiu e mantém na África do Sul para meninas carentes; o escritor curitibano Paulo Leminski foi professor de história e redação em cursos pré-vestibulares, o que o motivou a escrever seu primeiro romance, Catatau.
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