A inovação nos produtos e nos negócios é necessária para gerar crescimento através do desenvolvimento de novos mercados, novos produtos para mercados já existentes, novas formas de organização, entre outros. Isso pode ajudar a criar monopólios momentâneos que geram lucros extraordinários e, assim, possibilitam vantagens competitivas substanciais.
Muitas empresas, principalmente nos setores mais dinâmicos da economia, como de tecnologia da informação e biotecnologia, procuram, então, desenvolver inovações que propiciarão resultados superiores.
Porém há um caso paradigmático de uma empresa na área de cultura e serviços cujas inovações ajudaram a reinventar e revitalizar um negócio que estava em declínio ou que mesmo parecia a caminho da morte inexorável: o setor de circo. Trata-se da empresa originária de Quebec, no Canadá, o Cirque du Soleil, do ramo circense, criado há 30 anos por dois equilibristas artistas de rua que desenvolveram uma revolução no negócio do circo. Criaram espetáculos novos com enredo específico, cenário e vestuários próprios para tal enredo, com música ao vivo sendo tocada durante os shows, como se fosse uma apresentação de uma escola de samba.
Com faturamento aproximado de US$ 1 bilhão, com lucros não declarados eempregando quase 5.000 pessoas em shows permanentes em Las Vegas e Orlando, assim como em excursões globais, inclusive no Brasil, tornou-se um importante produto cultural de exportação do Canadá. Mais recentemente, a história do Cirque du Soleil evoluiu e, atualmente, encontra-se em uma situação em que tem enfrentado muitas dificuldades e navega em oceanos vermelhos. Tem cortado pessoal e tido outras iniciativas para a redução de custos e para manter a rentabilidade.
Um dos fundadores da empresa disse que “o oceano agora está cheio de tubarões”, talvez se referindo às várias empresas competidoras que têm surgido. O sucesso do Cirque estimulou o surgimento de novos competidores, assim como provocou uma atualização dos shows e espetáculos dos outros circos tradicionais, que se revitalizaram, como também de novas empresas circenses criadas na região de Quebec: muitas delas explicitamente copiaram conceitos, técnicas e práticas desenvolvidas pioneiramente pelo Cirque.
Um dos fundadores da empresa disse que “o oceano agora está cheio de tubarões”, talvez se referindo às várias empresas competidoras que têm surgido. O sucesso do Cirque estimulou o surgimento de novos competidores, assim como provocou uma atualização dos shows e espetáculos dos outros circos tradicionais, que se revitalizaram, como também de novas empresas circenses criadas na região de Quebec: muitas delas explicitamente copiaram conceitos, técnicas e práticas desenvolvidas pioneiramente pelo Cirque.
A região de Quebec ficou culturalmente excitada e vibrante pelo sucesso do novo conceito de espetáculo circense, o que acabou dando origem a várias escolas circenses de formação de pessoal qualificado, futuros acrobatas e artistas, assim como de fornecedores de vestuário, criadores de enredo, técnicos de espetáculos etc. Ou seja, em Quebec, acabou-se criando um “cluster” circense que, se de um lado acabou atrapalhando a navegação calma do Cirque, de outro acabou estimulando a geração de novos negócios. Nesse “cluster” forte e competitivo, tanto há competição como cooperação.
A lição aprendida é que a sua empresa pode até conseguir navegar por algum tempo em oceanos azuis, mas isso pode ser momentâneo. Soa bem ou é muito atraente, mas não é real. Em vez da ilusão e fantasia de que é possível navegar em tranquilos e dóceis oceanos azuis, vale mais reconhecer que a competição é um fato permanente e irreversível e operar como se a empresa estivesse sempre em um ambiente ultracompetitivo, o dos oceanos vermelhos, que ajuda a manter a empresa alerta e verdadeiramente competitiva, sempre.
Inovações são úteis quando agregam valor aos clientes, mas não para eliminar a concorrência.
Por: José Roberto Ferro - http://epocanegocios.globo.com
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