Rosabeth Moss Kanter, conhecida professora a universidade de Harvard, foi a primeira a utilizar o termo empregabilidade, com o significado de “condição de tornar-se empregável”.
Hoje, porém, com as enormes transformações ocorridas no mundo do trabalho nas últimas décadas, empregabilidade pode ser entendida como capacidade de conseguir aumentar as chances para obter trabalho e remuneração, porém sem a preocupação com o tradicional vínculo empregatício.
Com a introdução da tecnologia eletrônica, a conseqüente aceleração dos processos produtivos, a oferta de produtos e serviços quase idênticos e o aumento da demanda por qualidade pelos clientes, o mercado mudou fundamentalmente. Em conseqüência, o comportamento de profissionais e organizações deveria mudar também. Na maioria dos casos, não é o que acontece. Um bom começo seria entender que a palavra trabalho não é sinônimo de emprego.
Para quem procura oportunidades nesse cenário instável e competitivo, agora é preciso mais que simplesmente sair panfletando currículos à cata de emprego e de estabilidade. As empresas não estão mais à procura de meros empregados e sim de parceiros: pessoas capacitadas, talentosas, criativas, empreendedoras, que mostrem um equilíbrio inteligente entre suas competências técnicas e humanas. Aliás, estas tradicionais conquistas trabalhistas estão cada vez mais restritas e fadadas a uma gradual extinção na nova e exigente realidade global que se instalou.
No Brasil, por exemplo, apenas 39% dos profissionais atuam hoje inseridos na legislação em vigor, ou seja, através de um contrato social formalizado entre indivíduo e organização. Nos países desenvolvidos esse índice é ainda mais baixo. Daí que a carteira de trabalho assinada, com os benefícios atrelados a ela, está deixando de ser uma regra para ser exceção. No futuro, será uma possibilidade cada vez mais remota.
Como afirma José Pastore, pesquisador da USP e autoridade nas relações do trabalho: “Esses vínculos entre pessoas e organizações terão, cada vez mais, diferentes formatos, liberados da antiga legislação que ainda vigora”. Nossa ultrapassada CLT, ao invés de facilitar as coisas, termina na contramão do aumento de empregos, situação agravada pelo sistema educacional, ainda obsoleto e em desacordo com as demandas do atual mercado.
Apesar do enxame de universitários formados, inúmeras vagas não são preenchidas pela falta de profissionais capacitados para ocupá-las. Presos ao sistema do vestibular, os jovens fazem muito cedo sua opção por uma carreira. No percurso, desistem, mudam de curso e, mesmo assim, a maioria termina despreparada e sem uma visão amadurecida do que é necessário para ter sucesso na empreitada profissional.
Fonte: Ronaldo Negromonte Lima - http://www.qualidadebrasil.com.br/
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