segunda-feira, 23 de novembro de 2020

O Home Office veio para ficar! E agora?


O mundo mudou, e o fim da quarentena não será o fim do home office. 

Essa talvez seja uma das poucas certezas que temos no momento. A pandemia que assolou os países de uma forma inimaginável apenas acelerou o inevitável: a migração para o ambiente digital, o trabalho remoto e o uso contínuo de novas tecnologias de comunicação. 

Empresas e profissionais se viram obrigados a adotar esse ambíguo modelo de trabalho, e, após meses de isolamento social, já podemos chamá-lo de o “novo normal”. 

O fato é que essa migração forçada serviu como teste para todos no mundo dos negócios, sendo que muitas empresas e profissionais viram como esse modelo pode ser vitorioso e produtivo em algumas situações. 

Contudo, é preciso observar que muitas organizações fizeram essa transição de forma abrupta, desconsiderando inúmeras necessidades e expectativas de seus atores organizacionais. 

Quem já não escutou ou teve aquela sensação de que “tudo mudou da noite para o dia!”

Todos nós, certo? 

Nesses termos, com o intuito de aparar algumas arestas deixadas pela correria das primeiras semanas de isolamento e o despreparo de muitas instituições, a partir de agora o home office deve ser pensado como duas grandes ondas de aprendizagem. 

A primeira deve tratar da gestão do tempo, pois autonomia exige maturidade e os tempos de trabalho não devem interferir na vida pessoal dos trabalhadores. 

É preciso delimitar com maior clareza quais são os horários de trabalho. 


A empresa deve preservar a carga horária dos empregados e incentivá-los a seguir essa programação. 

Ao mesmo tempo, é preciso que se observem as necessidades individuais e familiares dos funcionários. 

Para citar um exemplo, devemos considerar que muitos profissionais se tornaram tutores escolares durante a pandemia, acumularam tarefas domésticas e tiveram que trabalhar em espaços muitas vezes inadequados. 

Portanto, é preciso que se respeitem os tempos de trabalho, mas que se criem margens para flexibilização e apoio aos funcionários. 

Como segunda onda de aprendizagem, precisamos ponderar que os programas de capacitação, desenvolvimento e acompanhamento dos funcionários devem ser intensificados. 

Por mais estranho que possa parecer, muitas pessoas ainda possuem grandes dificuldades com o mundo digital, e isso começa pelo simples uso de uma plataforma de comunicação. 

Empresas e profissionais devem assumir o compromisso pela qualificação contínua e pela quebra de paradigmas relacionadas às novas tecnologias. 

Ninguém pode ficar para trás diante das possibilidades digitais que teremos daqui para a frente. Não pode haver barreiras. 


Portanto, essa onda de aprendizagem deve ser definida a partir de agora como um valor cultural

O fato é que, seja no formato híbrido ou na modalidade 100%, o home office veio para ficar. 

Portanto, cabe aos atores organizacionais observar criticamente suas vantagens e desvantagens, bem como o percentual de atividades que podem ser feitas nesse formato. 

Daqui a 5, 10 anos, serão lembrados e exaltados aqueles que compreenderam as potencialidades dessa nova configuração, e, ao mesmo tempo, serão julgados aqueles que deixaram de lado a responsabilidade social corporativa durante esse “novo normal”.

Por: Felipe Gouvêa Pena- Professor e Consultor de Gestão de Pessoas 

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