quarta-feira, 17 de junho de 2020

ALTERIDADE: o que tenho a ver com isso?


ALTERIDADE
Você já ouviu essa palavra? 

Pouco ou muito?

Com mais frequência em tempos recentes? 
Mas, já parou para conhecer seu significado? 

Só para conhecer ou para adotar o seu conceito nas práticas cotidianas?
De fato, alteridade é uma palavra que passou a “mostrar a sua cara” num tempo mais recente, possivelmente reflexo de relações sociais cada vez mais individualizadas, com prioridade quase absoluta aos interesses próprios, em detrimento de interesses de outrem ou do coletivo.
Somos chamados, por vezes num apelo vão, a exercitar a alteridade, numa expectativa de melhorar relações, rever posturas, julgamento e aceitar a diversidade como algo positivo e intrínseco à sociedade.

Mas, afinal, o que é alteridade? 
  • O que ela tem a ver com nosso dia a dia, com nossas ações e opiniões? 
  • Por que eu deveria me preocupar em exercitar a alteridade? 
 Alteridade é ser capaz de se colocar no lugar do outro, de compreender o outro em sua totalidade, nos seus direitos, limitações e diferenças. 
Quando não exercitamos a alteridade, estamos suscetíveis a provocar discórdias, conflitos e contribuímos no aumento das desigualdades sociais. Colocamos nossas prioridades e interesses acima das prioridades e interesses dos outros, sem refletir sobre os possíveis males que estamos causando aos outros ou ao bem coletivo.

Mas, por que é tão difícil exercitar a alteridade?


Por que nossos interesses tendem quase que absolutamente a se sobrepor aos interesses de outrem ou do coletivo? 

Diria que muito pela competitividade constante a que somos impelidos a praticar, por nos ser inculcada a ideia da necessidade de sermos o melhor, o destaque, o mais apto, o melhor preparado, o mais valente. 
E isso exige dedicar primeiramente um olhar para nós, por nós e em nós, para posteriormente pensarmos no outro ou no coletivo. E ainda, a construção social da ideia de haver padrões aceitáveis, sendo o diferente reprimido ou excluído, nos leva a julgamentos e apontamentos inadequados, com posturas ofensivas e de marginalização, contribuindo com a desigualdade e conflito social.

E aí você pode se perguntar: e por que eu pensaria primeiramente no outro, ou no bem coletivo, ou até mesmo me colocaria no lugar do outro se os outros não o fazem e muitas coisas nessa sociedade já estão ruins? 
Se o tempo todo vemos males e mazelas, injustiças, corrupções e privilégios sendo estendidos somente a uma pequena parcela da população e ainda querem que eu reveja minhas atitudes e me coloque no lugar do outro?
Se você partilha desse pensamento, cuidado, pois, se as coisas estão ruins nós contribuímos para isso, em nossas atitudes não altruístas, em nossos pensamentos individualistas e em nossas ações por vezes até desonestas, apenas para termos vantagens em relação ao outro.

Muitas vezes você já deve ter ouvido a famosa expressão: “não faça aos outros o que não gostaria que fizessem com você”. 
E por que continuamos fazendo? 
Por que por vezes chegamos a nos sentir satisfeitos, felizes pelo fato do outro estar em situação ruim?

Se estiverem aflorando esses pensamentos, cuidado! O sinal vermelho está aceso e é necessário refletir sobre seus atos e ações, buscando revertê-los para o bem comum. É necessário exercitar a alteridade, pensar na situação em que o outro se encontra, seus anseios, angústias, lutas e desejos, e ao invés de investir esforços criticando, menosprezando, ridicularizando ou desdenhando suas ações ou diferença, tente sentir como ele sente, pensar como ele pensa.
Assim, desafio você e me desafio a tornar o exercício da alteridade rotineiro, como prática comum e constante, zelando pelo bem estar coletivo e buscando relações saudáveis e prazerosas, ao invés de competitivas e destrutivas.

Se sei quem sou, mas não sei quem você é

Porque não dividir quem sou e conhecer quem você é,

Sem receio, falando de anseios,

Entendendo os sonhos,

Percebendo as semelhanças, aceitando as diferenças,

Vivendo e convivendo em harmonia,

Com uma alegria que acalenta

E uma partilha que abrilhanta!


Por:  Carlise Führ - Assistente Social

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