Ao ouvirmos pessoas envolvidas em uma conversa logo percebe-se que a maioria tem opiniões a respeito de tudo. São opiniões espontâneas, onde a impressão que fica é que não existiu uma procura realmente intensa para chegar na conclusão dita.
Quando achamos algo, damos opiniões a partir do que vivemos em nossa vida, tanto conceitualmente (definições do que são as coisas e fatos), “Eventos são ruins para os negócios”, “Parece que a pessoa está fazendo mal ao grupo”, “Isto não é planejamento”, ou sentimentais (vividos acerca do tema tratado na conversa), “Não confie nesta pessoa”, “Este processo não é bom”.
Sabemos nos queixar, elogiar e opinar. É uma prática cultural, feita diariamente por nós nas organizações, nos encontros com amigos e família.
O desafio para quebrar esta lógica é aprender a opinar de modo mais consciente, transformando a forma com a qual julgamos. Isto mesmo, não é deixar de julgar, mas reter o julgamento, se colocar em dúvida.
Está aí um desafio que parece relevante para líderes e gestores que querem proporcionar um processo de desenvolvimento constante nas organizações.
Porque este desafio parece relevante?
A pergunta que fica é, onde o achismo está nos levando?
A realidade que criamos a partir do achismo pode ser observada na qualidade das relações e conversas entre as pessoas.
- Quem realmente escuta?
- Quem se conecta, sente e percebe a outra pessoa?
- Um bom indicador para responder esta pergunta é, quantas pessoas você percebe que se interessam pelo que você diz?
A lógica que sustenta esta forma de conversar é a de ter razão, estar certo ou vencer um debate. O achismo está ancorado nesta lógica, definimos coisas para estarmos certos, é uma relação de poder.
Encontrar dentro de si as respostas para as coisas da vida é o caminho do "eu sei".
O impacto gerado é a limitação da criatividade, a ansiedade, a dificuldade de entender os cenários complexos e principalmente a perda das relações de confiança, de carinho e de aprendizado entre as pessoas.
A chave para a virada: perguntas
São as perguntas que podem transformar o achismo e as respostas pré-formadas em um momento de aprendizado, de escuta e de atualização.
Mas o que é uma boa pergunta?
Tive a oportunidade de escutar em alguns trabalhos com lideranças, diálogos sobre a boa pergunta. E a chave que percebi e venho praticando é a transformação da lógica “Tenho razão”, para “eu quero saber mais” ou “será que o que estou achando está correto?”
É a realidade de se permitir ficar em dúvida. Por isto, a boa pergunta é aquela que eu quero saber a resposta, é a que abre um processo de busca, que inicia o caminho para a descoberta, para o entender junto.
E as respostas chegarão quando o assunto for procurado, esmiuçado e entendido a partir do momento atual.
Quem não tem perguntas não conseguirá entrar neste processo, vai ficar limitado às respostas que estiverem mais próximas, perdendo a oportunidade de encontrar novas respostas, ou melhor, para encontrar as pessoas, suas experiências, conhecimentos e caminhar junto.
A dica para gestores
Fazer perguntas para as pessoas que estão com você no ambiente organizacional é um caminho e tanto para colocar todos em movimento, de criar sempre um ambiente novo, aberto, alinhado, criativo, confiável, sábio e capaz de provocar mais engajamento, entendimento e atitudes para os desafios diários.
A dica é, quando chegar a um julgamento ao invés de colocar para fora como afirmação ou definição, transforme-o em uma pergunta aberta. Pratique e veja o resultado que causa ao seu redor, nas possibilidades que se abrirão. Faça e confira o resultado, em você e nos outros.
Para terminar:
- O que te chamou atenção neste texto?
- Como a pergunta está sendo usado por você?
- O que você pretende fazer sobre isso?
Copiado: https://www.extratodo.com.br
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