Existe um conto (quase uma parábola) que eu gosto sempre de citar em minhas conversas sobre o verdadeiro valor do trabalho. A história conta que um viajante conversou com três construtores.
Todos faziam a mesma coisa. A eles foi feita a mesma pergunta: o que você está fazendo? O primeiro disse o óbvio: “Estou assentando tijolos”. O segundo: “Levantando uma parede”. O terceiro, orgulhoso, afirmou: “Construindo a catedral da minha cidade”.
Essa pequena história por si só já diz muita coisa sobre como precisamos tocar nossas empresas ou carreiras.
Acredite. Se você quiser ter sucesso, pare de pensar tanto em dinheiro . Isso é estranho no primeiro momento.
Afinal, o lucro não é o nosso objetivo no mercado de trabalho? Não é. Aqui, quero discutir um pouco da diferença entre propósito e interesse. Tenha em mente que o propósito aglutina. O interesse afasta, é egoísta.
Numa empresa, o lucro se compara à alimentação de uma pessoa. Se não o tiver, a empresa e o indivíduo morrem. Mas esse não deve ser o objetivo simplório de nenhum deles. Ganhar dinheiro é consequência. Não o ponto de partida.
Na ausência de um plano maior (a catedral), o dinheiro do salário não compensa o sofrimento da jornada. Não se trata de fazer o papel de Poliana ou pregar o conformismo, mas injetar propósito, uma verdadeira vocação.
Vamos pensar em uma empresa que está focada 110% no lucro. Essa companhia vai em busca de apertar seus fornecedores, exige mais dos seus funcionários e colaboradores, aumenta os dividendos dos acionistas. Em relação ao cliente, entrega um produto na média – o que quer dizer bem medíocre neste caso -, sem brilho, sem graça. No outro lado, estão o funcionário buscando salário melhor, os fornecedores querendo condições mais vantajosas e o cliente pedindo descontos.
Tudo isso tem a ver com os tijolos e a parede do conto. Está aí uma tensão permanente, um conflito incessante. As cordas estão sempre esticadas. Cada um olha para o próprio umbigo. De forma rasteira, a diretoria pressiona, os funcionários fazem greve, os fornecedores discutem condições. O jogo se dá num plano rasteiro. Cada um por si. A relação aí está toda alicerçada no interesse.
Isso evidencia o problema do lucro como item isolado. Então, gera a atual crise de imagem do capitalismo. O dinheiro é simples consequência. É preciso realizar para que todos efetivamente ganhem. As pessoas bem-sucedidas não saem da cama e perguntam: como vou ganhar mais dinheiro hoje? Elas querem muito mais.
Com propósito, todos se sentem parceiros. Ao realizá-lo, maximizam-se os resultados de empresários, acionistas, colaboradores e fornecedores. Inclusive o do cliente, que recebe valor agregado em seu serviço ou produto.
Se eu quero elevar o nível da relação desses stakeholders, tenho de dar a eles um propósito maior. A Riachuelo, por exemplo, tem um objetivo maravilhoso. Transformar a moda numa ferramenta de inclusão. Isto é uma quebra de paradigma - até porque a moda sempre foi um delimitador de exclusão. Não se trata aqui de fazer uma propaganda barata da marca, mas de compartilhar seu ideal. Isto vale para as empresas (de todos os portes) e para as carreiras profissionais.
Este é o cerne de uma empresa privada bem-sucedida, não de estados ditos conciliadores ou de companhias que sugam tudo ao seu redor. O propósito faz as partes sentarem e encontrarem o lugar comum. Faz o profissional se reinventar. Estamos falando do verdadeiro combustível de inovação e de relações mais produtivas.
Claro, o lucro é o alimento, mas o propósito é a alma. Ao fazer seu plano de carreira ou montar a sua empresa, pense no seu objetivo de vida, no seu propósito. Esta essência será a sua própria catedral, um santuário para o seu DNA vencedor.
Por:
verdade pura : https://blogdochicopaulo.blogspot.com.br/
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