Não espanta saber que Michael Phelps, o maior esportista olímpico da história, ganhou a sua 23ª medalha de ouro no parque aquático da Rio 2016.
Não espanta saber que, se fosse um país, Michael Phelps, com 22 medalhas de ouro, três de prata e outras duas de bronze, está à frente da Argentina, que, em toda a sua história, ganhou apenas 19 medalhas de ouro, 25 de prata e 28 de bronze.
Definitivamente, ninguém mais se espanta com os recordes desse gigante, um mito que já gravou o seu nome no Olimpo do esporte mundial. Mas qualquer pessoa que assistiu à vitória de Michael Fred Phelps II nos 200 metros borboleta se espantou ao vê-lo no pódio. Não por vislumbrá-lo no topo, uma cena tão corriqueira como o balanço das águas durante as provas, mas sim por sua reação.
Phelps, visivelmente emocionado, ficou com os olhos marejados e mostrava-se tão feliz como se aquela fosse a sua primeira medalha. E, obviamente, ninguém está discutindo o valor de mais uma vitória. Não é menor, nem maior.
Phelps conta com uma envergadura de 2,08 metros, seus pulmões têm o dobro do tamanho dos de um homem adulto médio, a taxa de gordura de seu corpo está na casa de 5% e a sua técnica é incomparável. O que o faz diferente de todos os outros, entretanto, é a vontade irrefreável de vencer.
Espanta, sim, ver um homem que já conquistou tudo se emocionar com mais uma medalha. Poucos trazem esse componente no DNA. A mesma obstinação e a obsessão pela vitória podem ser notadas em outras lendas do esporte como o americano Kelly Staler, 11 vezes campeão mundial de surf; o italiano Valentino Rossi, nove vezes campeão mundial de motociclismo; e o suíço Roger Federer, 17 vezes campeão de torneios do Grand Slam de tênis.
Com milhões de dólares em suas contas bancárias, todos já poderiam ter parado, mas a sede de vitória parece aumentar ao longo do tempo. Todos, sem exceção, ainda treinam exaustivamente, competem em alto nível e buscam bater os próprios recordes.
O topo é como um vício. Phelps até tentou parar. Depois da Olimpíada de Londres, em 2012, quando atingiu 18 medalhas de ouro, anunciou a aposentadoria. Já tinha ganhado tudo o que nenhum outro atleta havia conquistado.
Em Pequim, quatro anos antes, havia entrado para a história por levar oito ouros numa mesma Olimpíada. Nada mais parecia motivá-lo. Parou de nadar, engordou 14 quilos, passou a se “divertir” e ganhou a “liberdade” que tanto buscava. Mergulhou na depressão, foi flagrado fumando maconha, preso por dirigir embriagado e chegou a pensar em suicídio.
“Achei que era o meu fim”, diz Phelps no documentário “A evolução de Michael Phelps”.
A reviravolta veio depois de uma temporada de 45 dias em uma clínica de reabilitação em Phoenix, do casamento com Nicole e do nascimento de seu filho Boomer.
A chama da vontade de competir estava novamente acesa.
Mas o que a história do maior esportista olímpico tem a ver com o mundo dos negócios? Praticamente tudo.
Phelps, mesmo despropositadamente, dá uma lição para qualquer CEO que comanda uma empresa. Não importa se é líder de mercado, não importa se tem um produto único, não importa se a companhia acredita que conquistou tudo. Sempre há mais para conquistar, melhorar e motivar os seus funcionários. Em tempos de crise econômica, de baixo astral nas empresas, agora é a hora da reviravolta. Como Phelps, é preciso nadar em busca dos bons resultados com obstinação.
Por: Carlos Sambrana - https://www.linkedin.com/pulse
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