sexta-feira, 14 de março de 2014

As Lições de Erin Brockovich para os Administradores

Assim como existem lendas urbanas, há também as corporativas e, dentre elas, as que insistem em impor os padrões que determinam a obtenção de sucesso em uma carreira. 
Isto acaba inibindo muitas pessoas de tentarem realizar seus sonhos por acreditarem que não se enquadram no tal “perfil ideal”.
Isso não significa que determinadas características e estilos de personalidade, comportamento e competência não sejam significativas para uma carreira de sucesso, mas sim que esses traços precisam ser observados em maior profundidade e relativizados conforme o contexto.

O filme Erin Brockovich aborda esta reflexão, que é baseado em acontecimentos reais. Erin (personagem vivida por Julia Roberts) sai de seu último relacionamento sem recursos e com três filhos para criar. Sem diploma universitário, sem grande experiência ou uma rede de relacionamentos que pudesse ajudá-la, parte em busca de um emprego, mas um acidente de trânsito agrava sua situação, levando-a à corte onde perde o processo frente à exposição de seu passado conturbado.
Sem êxito nas entrevistas de emprego, como último recurso, utilizando determinação, persistência e persuasão, convence o advogado que a defendeu a contratá-la.

Durante o arquivamento de processos, ela observa que um deles envolve a compra de imóveis por uma grande empresa multinacional. Ao notar a presença de laudos médicos anexos ao processo, fica curiosa. Afinal, para que laudos na compra de imóveis?

Erin toma a iniciativa de investigar a questão e descobre que em todas as casas que estão sendo compradas, há pessoas estranhamente doentes. Sensibilizada com as famílias e seus dramas particulares, ela começa a assumir riscos e pesquisar a fundo o que estava ocorrendo. 
Obstinada, descobre que uma empresa multinacional estava eliminando poluentes na nascente dos rios da região e que a água poluída conduzia a uma série de doenças fatais. Erin começa, então, a agir assumindo a causa destas famílias. 

Convence seu empregador a pegar o caso e as 600 pessoas envolvidas a assinarem uma procuração para viabilizar a ação contra a empresa. Com sua coragem e ousadia, Erin colhe amostras de água contaminada e animais mortos pela contaminação, expondo-se a riscos e ameaças.

Em reuniões com os advogados da multinacional, Erin negocia com firmeza e argumentação contundente, surpreendendo os representantes de ambos os lados da demanda. O valor da causa chega a US$ 28 bilhões de dólares. Obtendo a vitória, Erin, além de salvar e modificar a vida de mais de 600 pessoas humildes, impediu a continuidade e a impunidade de um crime gravíssimo. 
Com o êxito do processo torna-se uma mulher rica e sócia do seu então empregador, que passa a fazer parte de um respeitado escritório de advocacia.
Desta maneira, essa mulher desajeitada, vestindo-se de maneira pouco convencional para os ambientes empresariais, sem experiência e, aparentemente, inapropriada para trabalhar com advocacia, entrou para a história. Tudo isso graças à sua determinação ética, sua postura profissional e o conjunto das suas atitudes empreendedoras. 

Erin teria sido reprovada na imensa maioria das entrevistas de emprego a que milhares de pessoas se submetem todos os dias, o que prova que talento é algo que está além das aparências, rótulos e pré-julgamentos. Claro que o caso de Erin é muito particular, algo que não pode ser tomado como regra, mas é, também, uma lição de que ética, atitude empreendedora e uma causa nobre pela qual lutar podem suplantar a ausência de muitas outras características.
Fonte: Carlos Hilsdorf - http://www.qualidadebrasil.com.br/

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