A definição de Cluster, apesar de inúmeros trabalhos a respeito, ainda não está disseminado como um padrão unânime (SUZIGAN, FURTADO, GARCIA e SAMPAIO 2003). No Brasil, por exemplo, diversas denominações têm sido utilizadas para se referir ao fenômeno. Para Suzigan (2003) a denominação do aglomerado pode variar de acordo com diversos fatores: “história, evolução, organização institucional, contextos sociais e culturais nos quais se inserem estrutura produtiva, organização industrial, formas de governança, logística, associativismo, cooperação entre agentes, formas de aprendizado e grau de disseminação do conhecimento especializado local”
Outros autores, no entanto, têm se referido à denominação conforme o ramo de atividade das empresas que formam o aglomerado. Dessa forma, o agrupamento pode ser chamado de “Arranjo Produtivo Local” (APL) ou Sistema Produtivo Local (SPL), se as empresas formarem, por exemplo, um grupo de organizações especificamente do segmento produtivo.
Para SERRANO (2009), as denominações APL e SPL, no entanto, tem sido mais utilizadas no Brasil como um arranjo de empresas que tem apoio governamental, cujo objetivo é fomentar o desenvolvimento de um segmento ou de uma região. Para os autores, “Enquanto órgãos oficiais governamentais, como o BNDES e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) (responsáveis pelo fomento e desenvolvimento desse tipo de arranjo) utilizam a denominação APL, algumas instituições acadêmicas têm optado por utilizar SPL. Este é o caso da Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – Redesist - que é coordenada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, através do Instituto de Economia” “Cluster” tem sido a denominação mais utilizada academicamente, já que abrange não apenas agrupamentos industriais, mas diversos outros, que por algum motivo, incentivado, ou não, tenham surgido de forma planejada ou aleatoriamente em uma região.
A denominação não é nova. Segundo Meyer-Stamer (2001 p.6). Alfred Marshall já havia descrito, há mais de um Século, o fenômeno de aglomeração de empresas do mesmo ramo ou de ramo similar. Esse estudo, porém, “ficou esquecido até os anos 80, quando se divulgou o fato de que essas estruturas tinham se mostrado extremamente dinâmicas na Itália, coincidindo com observações feitas em outras partes do mundo e em diferentes disciplinas.”
Foi, no entanto, com a publicação do livro Vantagem Competitiva das Nações (The Competitive Advantage of Nations), em 1990, que Porter trouxe à tona, novamente, o conceito de Cluster. Na publicação, o autor afirma que Clusters são grupos de empresas, fornecedores, instituições ou indústrias que surgem em determinadas localizações geográficas (PORTER 1990), conceito mantido por diversos autores, até a atualidade.
Há que se ter cuidado, no entanto, para não abranger no termo qualquer tipo de rede ou associação de empresas que não se caracterize como um verdadeiro Cluster.
Para Meyer-Stamer (2001 p. 8), ultimamente os autores tem sido tentados a classificar como Clusters qualquer associação, principalmente aquelas encontradas em países em desenvolvimento. O autor alerta que “Mesmo sendo um fenômeno onipresente também em países em desenvolvimento, o cluster não é o único modelo estrutural de desenvolvimento local e, por isso, não satisfaz muitas das localizações e regiões.”
Resende também faz distinção de agrupamentos geográficos de empresas e Clusters. O autor afirma que agrupamentos de empresas do mesmo ramo em um mesmo espaço geográfico podem ser analisados por duas perspectivas diferentes. Para o autor, a literatura disponível a respeito de Clusters “pode ser dividida em dois grandes grupos, no que se refere ao enfoque teórico: i) segundo uma abordagem, os clusters são um resultado natural das forças de mercado, e não há espaço para políticas além da correção das imperfeições de mercado. Os principais autores dessa abordagem são Krugman (1998) e Porter (1998); ii) a outra abordagem defende o apoio do governo por meio de medidas específicas de política e a cooperação entre empresas nos clusters.” (RESENDE 2003 p. 7)
Zaccarelli (2000 p. 197 a 201).separa os Clusters em dois grupos. O autor afirma que pode haver Clusters simples, formados por lojas do mesmo ramo em determinadas ruas de uma cidade, como a venda de autopeças na Rua Duque de Caxias ou de eletrônicos na Rua Santa Ifigênia, ambas em São Paulo, ou mais complexos, que o autor chama de “Cluster Completo” que incluem aglomerados industriais, de serviços ou agroindustriais.
As definições adotadas pela maioria dos diversos artigos publicados nos últimos anos, não convergem para uma definição única.
Para outros autores não há uma definição aceita pela maioria. O termo é utilizado “muito indiscriminadamente para uma ampla gama de arranjos de negócios, quando na verdade, o termo Clusters se refere a concentrações locais de determinadas atividades econômicas” (ALTENBURG e MEYER-STAMER 1999 p. 1694).
O termo cluster é associado a uma tradição anglo-americana e, “genericamente, refere-se a aglomerados territoriais de empresas, desenvolvendo atividades similares” (LASTRES e CASSIOLATO 2003 p. 10).
O conceito de Clusters também pode se referir à emergência de uma concentração geográfica e setorial de empresas, a partir da qual são geradas externalidades produtivas e tecnológicas (SONZOGNO 2003 p. 1)
Outros autores acabam separando os Clusters em diversas abordagens e perspectivas diferentes.
“Há pelo menos cinco abordagens relevantes para analisar aglomerações industriais: a da chamada Nova Geografia Econômica, cujo expoente é P. Krugman (1998); a de Economia de Empresas, na qual se destaca M. Porter (1998); a de Economia Regional, na qual há várias correntes, mas a que mais se aproxima do tema específico dos clusters é aquela liderada por A. Scott (1998); a abordagem da Economia da Inovação, para a qual contribuem muitos autores, entre os quais se destaca, pelo foco em políticas, D. B. Audrestch (1998), e finalmente a abordagem que trata de Pequenas Empresas/Distritos Industriais, com destaque para as contribuições de H. Schmitz (1997; 1999).” (SUZIGAN 2000 p. 4)
Hubert Schmitz (1995) apud LASTRES e CASSIOLATO, 2003 p.10) definiu clusters como concentrações geográficas e setoriais de empresas. Para outros o tamanho pode ser, também, considerado na definição. “O cluster é uma aglomeração de tamanho considerável de firmas em uma área espacialmente delimitada com claro perfil de especialização e na qual o comércio e a especialização interfirmas são substanciais”. (SUZIGAN et al apud RESENDE 2003 p.9).
Assim, em diversos trabalhos, cada autor tem utilizado uma perspectiva, abordagem e definição de Cluster de acordo com a sua conveniência.
Por sua maior abrangência, e para efeitos de padronização de definições para este artigo, utilizaremos o termo Cluster para denominar arranjos de empresas agrupadas geograficamente, independente do segmento de atuação, incluindo-se, então, não apenas o produtivo, mas também o de comércio e serviços.
Por Daniel Portillo Serrano - pós graduado em Administração de Empresas pelo Centro Universitário Ibero-Americano - Unibero, Mestrando em Administração de Empresas pela Universidade Paulista - UNIP. É consultor de Marketing e Comportamento do Consumidor
Caro Jorge,
ResponderExcluirNotei que você publicou um artigo meu sem a minha autorização prévia. Para isso, deixo claro em meu site que meus artigos podem ser reproduzidos desde que citada a fonte e o autor. Notei que você não citou a fonte (http://www.portaldomarketing.com.br) assim, como você retirou a informação do meu currículo que eu sou o editor desse site. Assim, de acordo com a lei de direitos autorais vigente e a ética e bons costumes, solicito que esse erro seja reparado, incluindo a fonte do artigo. Dessa forma, autorizarei a publicação do mesmo.
Abraços
Daniel Portillo Serrano
daniel@portaldomarketing.com.br
Olá, sou o autor do artigo e notei duas coisas: não colocaram a fonte e cortaram meu currículo pela metade para não aparecerem meus sites. Solicto conforme mandam as leis de direitos autorais neste país que vocês citem a fonte através de um link ou retirem a postagem de seu blog.
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